"Uma faca." — ela responde.
Engulo em seco.
Isso não pode estar acontecendo.
Não, não, não. Esse não é o homem com quem me casei.
"Eu vou resolver isso!" — digo indo até a porta.
O meu braço é puxado com força e logo escuto Lauren dizer:
— Você está louca? O que pensa que irá fazer?
"Lauren, o John é meu marido e Julia é minha sobrinha. Preciso resolver isso!" — falo.
Nervosa, Lauren retruca:
— Nem sabemos se foi ele, Angel. Julia não reconheceu a pessoa.
Olho para ela com uma cara irônica. Sério que ela duvida que foi ele?
Percebendo minha expressão, ela responde:
— Tá, Angel. Mesmo que seja ele, o que você vai fazer? Ele é perigoso. Temos que ir até a delegacia.
"NÃO! Delegacia não, Lauren. Por favor!" — digo me exaltando, mas logo abaixando a voz ao perceber o olhar de Julinha sobre mim.
"Você está louca? Não quer ir a delegacia denunciar um cara que você sabe o quão perigoso pode ser?" — diz gesticulando tanto ao ponto de irritar.
"Lauren, ele é meu marido. Eu me casei com ele, somos casados!" — tento explicar.
Ela sorri um tanto irônica e grita:
— EU NÃO ESTOU ACREDITANDO ANGELINA. SÓ FALTA O CARA TE MATAR PRA VOCÊ PERCEBER COM QUEM ESTÁ LIDANDO MESMO. DEIXA DE SER IDIOTA!
Não tiro a razão dela, mas ela tem que me entender. Eu namorei o John, agora sou casada com ele, vivemos na mesma casa. Não posso tomar uma atitude assim sem antes olhar em seus olhos e tirar todas as minhas devidas dúvidas.
"Lauren, por favor..." — retruco, porém, sou interrompida.
"Por favor o caramba! Ele ameaçou a minha filha, Angelina. Você faz o que quiser, mas eu não vou passar por cima disso por você." — diz.
Olho para Julinha e duvido que John tenha tamanha crueldade. Voltando o meu olhar para Lauren, digo:
— Eu sei... Eu vou com você até a delegacia, mas, por favor, me dê 5 minutos para falar com ele antes. Só isso que te peço, Lauren.
Ela parece pensar e quando acho que vai retrucar e dizer não, ela bufa e concorda com a cabeça, dizendo:
— 5 minutos. Nada mais que isso.
Concordo com a cabeça e depois de pegar a minha muleta, vou até a porta e saio com um aviso:
— Te encontro na frente da delegacia.
Chamo um táxi na esquina da casa de Lauren e vou para minha casa afim de encontrar John.
Nossas casas não ficam tão distantes, o que faz o táxi chegar em 10 minutos.
Pago o taxista e ordeno que fique com o troco.
Ao olhar para a minha casa, um sentimento horrível invade o meu ser, fazendo com que minhas pernas fiquem trêmulas na hora.
Devagar, vou até a porta e giro a maçaneta sem fazer nenhum barulho.
A casa está vazia.
Tudo está quebrado.
Parece que um furacão passou por aqui.
Entro e grito por John, mas o mesmo parece não estar em casa.
Subo as escadas lentamente e em todos os cômodos vejo as nossas coisas quebradas.
Ao entrar em nosso quarto, a imagem é pior. Tudo revirado. Minhas roupas estão rasgadas e no guarda-roupa uma marca indica que John socou-o com força.
A parede está suja de...
Sangue?!
Aproximo-me e largo a muleta ao ver que a mancha é mesmo de sangue.
"Oh meu Deus, John... O que você fez com a nossa vida?" — sussurro assustada.
"Não fui eu, meu amor. A culpada é você." — escuto antes de alguém me agarrar por trás e cobrir meu nariz com um pequeno pano.
Não consigo dizer nada.
Estou tonta e parece que vou...
Desmaiar.
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Quem é você?
Mystery / ThrillerEle me chamava de princesa, mas o meu vestido precisou ser substituído por calças, mesmo em dias calorosos. Precisei abrir mão de minhas maquiagens também, pois o meu batom vermelho passava uma imagem ruim sobre a minha pessoa e as sombras que eu pa...