Capítulo 34

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"Pra onde estamos indo, John?" — questiono.

Ele segura a minha mão e sorrindo fraco, responde:

— Primeiro passaremos ao lugar em que estávamos. Tenho certeza que os policiais saíram de lá e há algo que preciso pegar.

Que os policiais estejam lá ainda...

Encostei minha cabeça no banco do carro e sem querer, adormeci.

****

Acordo com a luz do sol batendo em minha cara. Por um momento, me sinto grata por aquilo, pois senti saudades de ver a luz do dia.

Olho para o lado e não vejo John. Rapidamente, abro a porta do carro e saio lentamente.

Estamos em frente ao galpão abandonado e John estava certo. Não há nenhum policial por aqui.

Idiotas.

Agora pensa, Angelina. Pense no que vai fazer.

Olho ao meu redor e não vejo nenhuma pessoa. O galpão fica em uma rua longa e estreita onde além dele só há mato, mas ao final dela há algumas casas então ando em direção a elas.

Meu coração está muito acelerado. Tenho medo do John me pegar, mas preciso tentar. Eu não posso continuar sendo sua prisioneira.

"Eu estava certo!" — diz John me surpreendendo ao sair do meio do matagal.

"Você não me perdoou coisa nenhuma, não é Angelina? Se me perdoasse não tentaria fugir de mim..."

Engulo em seco e me afasto assustada.

"Bom, é uma pena. Eu tinha muitas coisas preparadas para nós." — completa indo até a mim.

Consigo passar por ele rapidamente e corro o mais rápido que consigo.

"Pare, Angelina!" — diz John logo atrás de mim.

Sinto uma dor horrível na perna e caio no chão. Logo, John sorri e me arrasta pelo chão.

Lembro-me do grupo de pessoas que me encontrou aqui e grito. Alguém terá que me escutar.

John ignora os meus gritos e apenas aumenta a velocidade de seus passos. Meus joelhos são arrastados pelo chão por me recusar andar e em instantes, entramos no galpão.

Caio em uma poça d'água e chorando desabafo:

— Por que está fazendo isso comigo? Eu não fiz mal nenhum a você -coloco as mãos no rosto- Eu não mereço isso, John... Eu não mereço.

Ele se aproxima de mim e pega em meu queixo respondendo:

— Eu sei que você não me fez mal, Angelina. Por isso quero te fazer feliz, mas você me deixa bravo quando foge de mim. Você não vê que só quero o seu bem?

"Você é doente!" — insulto ainda em prantos.

"Diga o que quiser, meu amor. Um dia irá perceber que precisa do meu amor -se afasta e vai até a entrada do galpão- Afinal, eu sou o único que permaneci com você." — diz.

John larga a arma no chão e eu olho para ela dizendo:

— Tem razão, John... -limpo as lágrimas- Eu deveria te valorizar mais.

Aproximo-me disfarçadamente da arma e completo:

— Você nunca me deixou sozinha... Devo minha vida a você.

Ele parece distraído arrumando uma bolsa quando diz:

— Exatamente, Angel! Mas, agora que tenho o que precisamos -pega a bolsa- podemos ir embora e sermos felizes. O que acha?

Quando se vira, eu estou com a arma apontada para ele, então o mesmo pede:

— Angelina! Não faça isso. Eu sou o seu marido!

Engulo em seco e seguro firme a arma sem dizer uma palavra.

John se aproxima e provoca:

— Abaixa essa arma. Nós dois sabemos que você não fará isso. Você precisa de mim.

"Não, John. Não preciso!" — afirmo e atiro.  

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