Capítulo 30

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— VOCÊ É UM MONSTRO, JOHN! VOCÊ É UM MONSTRO!

John se aproxima de mim com um sorriso estúpido na cara e diz:

— Satisfeita? Foi você que fez isso! Acha que eu queria matar alguém, Angelina? Você me obrigou a isso quando se encontrou com ele.

As incontáveis lágrimas que rolam pelo meu rosto me impedem de respondê-lo. Eu não posso acreditar que Eric se foi. E como se já não bastasse ter que lidar com essa dor, tenho que aguentar o fardo de que ele se foi por minha culpa.

Eric morreu e a sua morte trouxe a minha.

Estou destruída.

John agarra o meu braço me forçando a levantar. Reluto, porém acabo tropeçando e caindo ao chão novamente.

"Agora você pode levantar sozinha. Vejo que se livrou do gesso. Ande!" — diz ele franzindo a testa.

Desvio o olhar e continuo no chão sem mover um músculo. Logo, John se aproxima e meu corpo todo se arrepia.

Engulo em seco quando o ouço dizer:

— Não me faça te obrigar.

Levanto-me e fico de cabeça baixa ainda chorando muito.

Sinto meus braços serem agarrados por John novamente e ele me leva para fora do cômodo. Antes de cruzar a porta, dou uma última olhada para Eric e penso:

Ele não merecia....

Sou jogada no chão do quarto em que estava anteriormente e com uma ordem de John, me deito na cama. Ele me prende nas correntes da cama e amarra minhas mãos.

Meus pulsos doem, então solto um grunido de dor. John parece não se importar e continua apertando as cordas dizendo:

— Iremos sair desse lugar, meu amor. Eu prometo que iremos ser muito felizes juntos!

Saturada de toda aquela situação, falo em um tom quase inaudível:

— Eu não irei para lugar nenhum com você.

Logo, meu queixo é apertado com força e minha cabeça é jogada para trás. Da minha boca saem gemidos e tento lutar contra a força aplicada em mim, mas sem sucesso, ouço John questionar:

— Ah é, princesa? Então me diga... Como sairá daqui sem mim?

Ele solta meu queixo, se afasta de mim e completa:

— Você sairá daqui comigo por bem ou por mal.

John sai do quarto e minhas lágrimas descem de forma automática.

Eu não sei por quanto tempo vou aguentar.

*****

A porta é aberta brutalmente e John entra de forma apressada desamarrando as minhas mãos e me tirando daquela corrente.

Ele está suado e parece não saber direito o que está fazendo. Penso em perguntar o que está acontecendo, mas não consigo dizer uma palavra.

Livre da corda e das correntes, sou puxada para fora do quarto e John diz:

— Precisamos sair daqui agora.

O desespero está claro em sua face, o que indica que algo aconteceu. Mas, o que será?

O que está deixando John tão desesperado?  

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