Capítulo 32

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Sirenes são ouvidas por nós entregando a chegada da polícia.

"Aqueles filhos da puta nos entregaram. Não devia ter deixado eles fugirem!" — diz.

John se desespera e me arrasta para os fundos do galpão. Ele mexe em alguns entulhos e arrasta-os para o outro lado mostrando uma pequena entrada subterrânea.

"Entra!" — ordena.

Hesito e a sirene fica mais alta. John franze a testa e bate a arma em meu braço.

"Eles estão perto! Entra logo, porra!" — fala alterando a voz.

Assustada com seu tom de voz alterado, não reluto mais e John me ajuda a descer.

É uma espécie de túnel com esgoto.

"Que cheiro horrível!" — sussurro assim que coloco meus pés na água podre existente ali.

"Vai ter que aguentar um pouco, amor." — diz John me puxando.

O forte odor daqui é muito desagradável. Além disso, é possível vermos vários tipos de bicho, como ratos e baratas. O lugar é assustador; é horrível. Meu medo mal me deixa olhar para a água. John, porém, parece não se importar com essas coisas. Ele apenas segue o caminho me puxando e sempre olhando para trás para ver se há alguém vindo.

****

Andamos por aquela água por muito tempo até chegarmos em uma espécie de... Córrego... Sei lá.

John me ajuda a subir para uma rua quando ouvimos passos perto de nós.

"Ali está eles!" — dizem policiais que estão do outro lado do córrego.

Logo, John me puxa e ordena que andemos rápido.

Os policiais atravessam a rua, mas não conseguem nos alcançar. Então, eu me solto de John e paro de correr.

"Porra, Angelina! Não vai me dar trabalho agora, né?" — John diz me pegando no colo a força.

Bato em suas costas e grito:

— ME SOLTA, JOHN! EU NÃO QUERO IR COM VOCÊ! ME SOLTA, ME SOLTA!

Mas, ele me ignora e continua o caminho com certa dificuldade para me carregar.

Olho para trás e não vejo os policiais, o que me faz desanimar.

Minha única esperança era que eles conseguissem me tirar das mãos de John.

John entra em uma rua sem saída e se esconde atrás de uma caçamba tampando a minha boca.

Os policiais se aproximam da rua e os ouço conversando.

Poderia gritar, mas John está tampando minha boca e sua arma está apontada para a minha cabeça. Ele me mataria.

Droga, Angelina! O que fará agora?

Pensa, merda...

"Quietinha." — sussurra John segurando com ainda mais força a minha boca.

Certo tempo depois, John pareceu ter despistado os policiais. Não conseguimos ouvi-los.

A rua em que estamos não está movimentada. Não há muitas casas nela, apenas matos e algumas indústrias. Eu não conheço esse lugar; John me trouxe para longe de nossa casa.

Já escureceu e está muito frio.

Meu corpo inteiro dói e estou muito machucada tanto fisicamente quanto emocionalmente...

John sai de trás da caçamba ainda me segurando e avisa:

— Se fizer gracinha, já sabe. Vamos sair com calma e procurar um lugar para ficarmos.

Não ouso desobedecer. Tenho medo do que ele pode fazer, então apenas o acompanho segurando a sua mão e ouço ele dizer:

— Agora que nós estamos bem um com o outro, poderemos ter a vida que sempre sonhamos. -beija o meu rosto- Eu te amo!

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