Capítulo 33

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Andamos por muito tempo em meio a um matagal até chegarmos em uma residência onde John arrombou a porta e me jogou dentro.

A casa é simples. Na sala há apenas um sofá e uma estante com uma TV e a cozinha é logo ao lado.

Assim que chegamos, John me amarrou no pé da estante e foi para a cozinha dizendo que ia preparar algo para comermos.

"Vamos ver o que temos aqui..." — diz enquanto mexe nas coisas.

Imagino de quem será essa casa... Há brinquedos espalhados, então há crianças por aqui. Temo que a família que mora aqui chegue e John faça mal a eles.

Por favor, Deus...

Que isso não aconteça.

Estou exausta. Logo, me permito encostar a cabeça na estante por um minuto e na minha cabeça passa um filme com momentos desde que me casei com John até agora. Como é que uma menina de 19 anos teve um fim como esse? Eu tinha tantos planos pra mim...

"Toma, amor. Espero que esteja bom!" — escuto John dizer enquanto me entrega um prato com um sanduíche.

"Como espera que eu coma com as mãos amarradas?" — questiono irritada.

Rapidamente, ele me desamarra e coloca a arma no sofá sentando-se ao lado dela com uma cara ameaçadora.

Pego o prato e começo a comer o sanduíche. Eu estava faminta, afinal não como nada desde a gororoba que aquele homem me deu.

John não tira os olhos de mim por nenhum minuto e percebo o quanto seu olhar está diferente. Parece perdido... Notando meu olhar sobre ele, diz:

— Pare de me olhar tanto. Terá muito tempo para isso. Agora você precisa comer rápido, pois não ficaremos aqui.

Suspiro.

Estou cansada dessa situação. Eu preciso fazer alguma coisa.

"Ah, mãe... Você deixou a luz acesa de novo!" — escuto uma voz feminina.

"O que? Eu não dei.... A porta foi arrombada. Liga pra polícia, Zé."

São vozes vindo lá de fora.

"Vem! Precisamos nos esconder." — John fala enquanto me puxa.

A família parece se aproximar da casa quando alguém grita:

— NÃO ENTRA! Os bandidos ainda podem estar aí -completa quase que em um sussurro- Ligue para a polícia primeiro.

Ignorando o aviso, uma mulher entra na casa e John atira. No mesmo momento, a mulher cai ao chão e agoniza.

"NÃO!" — grito.

"Não deveria ter entrado, mulherzinha intrometida!" — diz John chegando próximo a ela.

Uma menina lá fora grita olhando o corpo de sua mãe ao chão e pergunta:

— Quem é você? -soluça- O que quer? Não temos nada... Não temos nada de valor!

Aproximo-me deles e vejo que o homem que a acompanha está com um lindo menino no colo.

Mais pessoas inocentes envolvidas nisso...

"John, por favor. Vamos deixá-los em paz! Você já tem a mim. Não cause mal a eles!" — suplico chorando.

Ele alterna os olhares entre mim e a família parecendo indeciso. De repente, puxa a menina que grita e ele aponta a arma para a sua cabeça dizendo:

— Angelina, saia da casa e entre no carro deles se não eu a mato.

Corro para o carro e imploro:

— Pronto! Agora deixe ela em paz, John. Solte ela!

"Jogue a chave!" — ordena para o homem que permanece imóvel, mas joga a chave em seguida.

"Por favor, não machuque a minha filha..." — ele diz após jogar a chave para o chão.

John joga a menina no chão e entra no carro comigo ainda com a arma apontada na direção deles.

O carro é acelerado e a família sai do campo da minha visão.

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