Decidimos ir um em cada porta, portanto, Eric vai para a porta bem ao lado do piano, enquanto eu vou para uma porta bem mais no meio do cômodo.
Depois de dar alguns pulinhos ridículos, finalmente estou cara a cara com a porta, enquanto Eric já entrou na outra. Só queria me livrar desse gesso idiota.
Encosto-me sobre a porta para ver se consigo ouvir algo atrás dela, mas não há nenhum barulho, então giro a maçaneta e entro.
É um quarto imundo. A janela está bem reforçada por aqui, sem chances de fugir. Tem alguns móveis quebrados e algumas comidas espalhadas pelo chão.
Escuto um barulho e me assusto. Olho para trás e vejo três ratos bem ao lado da porta, o que faz com que eu me arrepie inteira.
Tenho pavor de rato.
Preciso sair daqui.
Quando os ratos vão para outro canto, eu saio do quarto com pulinhos novamente. Eric já está a minha espera e logo pergunta:
— Alguma coisa nesse?
Balanço a cabeça negativamente e ele diz:
— Nesse aqui também não.
Cabisbaixo, ele completa:
— Pelo menos só faltam cinco.
Sorrio fraco e escolho outra porta. Eric faz o mesmo.
Dessa vez, entro em um banheiro até que bem limpo. Há uma banheira aqui, então olho para o meu gesso e não hesito.
Deixo a banheira encher e verifico a água. Pra minha sorte, tem água quentinha nesse lugar.
Olho de canto para o cômodo pra ver se Eric já saiu de sua porta, mas não o vejo, então enfio minha perna na banheira e espero até que o gesso amoleça.
Estou desenrolando aquele troço do meu pé quanto escuto Eric dizer baixinho:
— Angel?
Olho para a porta e ele fala:
— Cara, não estava na hora de retirar, Angel! Você poderá ter problemas.
Faço uma cara bem ironica e pergunto:
— Você acha que estou em condições de esperar?
Ele apenas suspira e vem até mim me ajudar, enquanto diz:
— Não há nada naquela porta. Só alguns bichos mortos e um fedor horrível.
Depois de retirarmos aquela porcaria da minha perna, voltamos até o cômodo para entrar em outra porta.
Minha perna está inchada e por isso ainda tenho muita dificuldade para andar. Sinto um pouco de dor, mas nada que me impeça de caminhar, igual o gesso fazia.
Graças a Deus.
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Quem é você?
Mystery / ThrillerEle me chamava de princesa, mas o meu vestido precisou ser substituído por calças, mesmo em dias calorosos. Precisei abrir mão de minhas maquiagens também, pois o meu batom vermelho passava uma imagem ruim sobre a minha pessoa e as sombras que eu pa...