Capítulo 11

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John me leva para fora do hospital em uma cadeira de rodas para facilitar o caminho, já que seria um pouco difícil andar com a perna engessada.

Assim que a luz do sol bate contra meu rosto, suspiro aliviada por finalmente sair daquele quarto de hospital. Não aguentava mais as vozes misturadas, os choros que eu escutava de famílias preocupadas e tristes. Não aguentava mais aquela comida com gosto de nada. A única coisa boa era a enfermeira que sempre entrava com um sorriso que me confortava como se fossemos amigas intimas, daquelas que fortalecem uma a outra, sabe?

Só quero o conforto da minha casa agora, poder comer a minha comida, deitar no meu sofá... Um paraíso comparado a tudo que vivi aqui no hospital.

Minha mãe e minha irmã não vieram me esperar com sorrisos nos rostos como eu esperava, mas tudo bem, né? Minha vida nunca ocorreu do jeito que eu esperava mesmo...

"Deixei o carro em casa. Vamos ter que ir de táxi, espero que não se importe princesa." — diz John fazendo com que eu aviste um taxista vindo até nós, provavelmente para me ajudar a entrar no carro.

Sussurro um "tudo bem" e com a ajuda dos dois, entro no carro e o taxista dá a partida.

As ruas estão movimentadas e está um trânsito infernal o que claramente emburrece o taxista que resmunga toda hora.

"Você está bem?" — pergunta-me John.

Assinto com a cabeça e o mesmo suspira. Talvez porque esperava mais do que isso.

***

Depois de meia hora, chegamos em casa e John me ajuda a entrar.

"Finalmente!" — falo em voz alta com um sorriso no rosto.

John me oferece uma muleta para me ajudar em minha locomoção e eu aceito já indo direto ao quarto.

Deito-me em minha cama e olhando para o teto branco me permito relaxar.

"Será que posso entrar?" — diz John.

Olho para a porta e vejo seu rosto parecendo implorar, então respondo:

— Sim, claro que pode.

Ele entra e se senta ao meu lado meio desajeitado.

"Qual é, John? Ainda somos marido e mulher. Só brigamos. Por favor, não comece a agir como um robô." — falo um pouco irritada com o seu jeito.

Ele sorri e se ajeita na cama, puxando minha cabeça para o seu colo.

Se tem uma coisa que eu não resisto é carinho no meu cabelo. Pode ser considerada uma fraqueza minha, ou sei lá o que, só sei que quando John começa a acariciar fio por fio do meu cabelo, fecho os olhos e deixo um sorriso escapar.

"Não tem sido fácil, né Angel?" — escuto ainda de olhos fechados.

"Não tenho te dado a melhor vida a dois..." — completa com a voz manhosa.

Abro meus olhos e me assusto ao ver uma lágrima rolar pelo rosto de John.

Não que isso seja ruim. Não mesmo. Mas é que ele nunca foi do tipo de chorar, sabe? Essa deve ser a segunda vez que vejo isso.

Sento-me na cama e olho para ele sem entender sua atitude.

"Eu não sei o que você acha da gente agora... Me dói imaginar isso." — diz de cabeça baixa.

"Você só tem que parar de ser tão bipolar, John. Às vezes eu não consigo entender você." — falo sincera.

"Eu sei, não exijo isso de você, pois nem eu me entendo." — diz tentando olhar em meus olhos.

Acho que mereço um troféu de mais trouxa do mundo, porque quando vejo John assim sinto vontade de abraça-lo, então apenas faço e o mesmo começa a chorar em meu ombro.

"Eu não sei o que fazer para te deixar bem, Angel." — sussurra entre soluços.

Eu só sei sussurrar "calma, está tudo bem" e acaricia-lo.

Não sei outro jeito de reagir.

***

OI MEUS LEITOREEEEES!!!! 

Vou deixar um spoiller: que os jogos comecem hahahaha

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