"-Eu daria minha vida pela sua. - Disse Carl olhando no fundo dos meus olhos, parecendo querer transmitir tudo o que ele sente por mim, por um simples olhar."
Quando nós estamos lutando pela sobrevivência é que pensamos e repensamos nos nossos erros e nas coisas incrivelmente idiotas que falamos ou cometemos. Nós fazemos o colegial, nos apaixonamos, temos filhos e morremos. Todos vamos morrer, seja você um cantor famoso, pintor, escritor. A vida nos dá uma chance para tentarmos, você tem umavida. Uma vida para namorar, casar e ter filhos.
E então, você morre. Voltaremos todos para o fim do mundo. Todos vamos virar esqueletos e pó algum dia, e não voltaremos mais. Todas aquelas músicas que você escutava antes de dormir, todos aqueles livros que você deixava na estante, todos aqueles filmes que você amava. Tudo vai se tornar inútil no fim do mundo. Tudo.
- Tudo bem? - Rick pergunta andando ao meu lado na estrada, enquanto Carl e Mel discutiam sobre gibis na nossa frente.
- Tudo. Só estava...pensando - respondo encarando o nada.
- Em que? - pergunta me olhando.
- Tudo o que nós temos, tipo, coisas valiosas, como, jóias, celulares, tablet. Tudo vai ser tornar inútil um dia. Nós estamos em um apocalipise zumbi - rio sem humor. - Nós só queremos comida, água, munição, um lugar para dormir...
- É uma boa observação. - diz, e em seguida só escutamos o barulho dos pássaros que voam livres pelo céu claro. De repente, ouvimos barulhos de tiros. Corremos na direção do barulho e vimos uma mulher negra atirando em zumbis.
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- Obrigada. - fala depois de matarmos todos eles.
- De nada. Qual o seu nome? - Rick pergunta limpando um pouco de sangue do seu rosto.
- Sou Michonne. E vocês, quem são? - pergunta.
- Sou Rick. - fala.
- Carl.
- Enid.
(...)
- Qual a sua história? - Michonne pergunta para mim.
- Eu não tenho uma história. -rio.
- Digo, como se separou da sua mãe. - suspiro e começo:
- Um dia eu estava voltando da escola e vi alguma coisa se mexendo no arbusto. Achei que fosse algum animal e não dei bola, voltei para casa e fiz as coisas que sempre fazia no dia a dia. Mas então, dois dias depois. Minha mãe entrou no meu quarto e me estendeu uma mochila. Eu nem sabia o que tinha dentro, ela mandou eu pegar a minha irmã e correr o mais longe que pudesse. Eu peguei a minha irmã e corri para longe, e desde então nunca mais há vi. - canto e limpo uma lágrima. Era difícil falar sobre isso. Eu não sei se a verei amanhã, depois de amanhã ou nunca mais.
