- Enid, me dá um pouco de água? - Mel pede se agarrando na minha perna. Eu estava com muita sede, mas não quero que ela passe mal. Pego a garrafa que tinha somente três dedos de água. Ela toma como se fosse uma Coca-Cola no deserto.
Sinto uma ardência na minha coxa, como se uma agulha de grossa cravasse nela e fosse muito fundo. Olho para a minha coxa e vejo uma flecha nela. Eu estava atrás de todo mundo, olho para os lados na esperança de achar o responsável. Mas não vejo e ouço anda de diferente. Tiro a flecha e jogo a mesma no chão.
- O que foi, Enid? - Michonne chama a minha atenção.
- Ah, nada. Eu só estava...olhando em volta. - sorrio forçado. Ela assente meio desconfiada e volta a andar normalmente.
- O que aconteceu? - Carl pergunta andando no meu lado.
- Por quê você acha que aconteceu alguma coisa? - pergunto, a dor na minha perna ficava cada vez mais ardente, e eu sinceramente me arrependi de não ter procurado o responsável e cravado essa flecha no crânio dele.
- Você estava mentindo. - afirma.
- Quem você pensa que é para falar se eu estava mentindo ou não?! - esbravejo.
- Carl Grimes, satisfação. - estende a mão. Bufo alto. O sol forte queimava minha testa, pego o chapéu do Cowboy e coloco na minha cabeça. - Ei!
- Perdeu, Cowboy! - falo rindo e ele me acompanha. Pena que é irritante. - Sinto muito, xerife. Mas ele fica melhor em mim do que em você.
- Eu deixo você se iludir. - sorri chutando uma pedra que estava na sua frente.
- Ata!- rio alto e dou um tapa fraco na sua cabeça.
- Silêncio! - Rick põe seu dedo indicador sob os lábios.
Um homem com os cabelos um pouco abaixo dos ombros e barba grande sai de dentro dos arbustos com as mãos para cima em sinal de rendição.
- Qual é o seu nome? - Michonne pergunta com a sua katana em mãos, ui, apressada.
- Meu nome é Paul, mas meus amigos me chamam de Jesus. - abaixa as mãos e eu franzo o cenho.
- Por quê eles te chamam assim? - pergunto abaixando a minha arma.
- Creio que por causa dos meus cabelos grandes e da minha barba. - explica e eu rio sarcástica.
- Isso é uma imagem que criaram de Jesus, nós não sabemos como ele realmente é. - falo e ele assente.
- Não vamos discutir por causa da imagem de uma divindade, não é mesmo? - pergunta debochado, reviro os olhos. Ele aponta para a minha perna. - devia cuidar disso ai.
Olho para o machucado que eu tinha até me esquecido que estava ali, rasgo a parte da calça que cobria ele. Não estava feio, mas era melhor fazer um curativo.
- Foi você que fez isso? - Carl aponta para a minha perna.
- Não, mas eu notei o tom avermelhado na calça. Eu nem sei usar um arco e flecha.
- Você tem um grupo? - Rick pergunta, Jesus desvia seu olhar para o mesmo.
- Tenho uma comunidade, se chama Alexandria. Se quiserem podem vir conosco. - fala. - mas estamos a pé, acabou a gasolina do nosso caminhão e seguimos caminhando. - explica.
- Quem está com você? - Michonne pergunta já com a sua katana guardada.
- Um amigo, se chama Noah.
- Como vamos saber que vocês não vão nos sequestrar e roubar nossos órgãos? - Carl pergunta, não consigo segurar a risada.
- Podem confiar. - sorri. - que linda, sua irmã?- aponta para Mel que estava atrás de mim.
- Sim. - Respondo.
- Chega de papo furado, cadê o seu amigo? - Michonne pergunta. Assim que Jesus vai atrás do seu amigo eu vou para perto deles.
- Devemos confiar? - Carl pergunta olhando para o seu pai.
- Se ele realmente estiver falando a verdade nós vamos conseguir comer e até tomar um banho. - Michonne ri.
- Ou podem atirar nas nossas testas sem dó nem piedade. - aviso arqueando a sobrancelha.
- Achei que você gostasse de ver o lado bom das coisas. - Mel finalmente se pronuncia.
- É a vida. - rimos. Mel me lembra muito a minha mãe, olhos castanhos e cabelo loiro escuro. Eu sou o contrário, olhos verdes e cabelo castanho claro. Mas minha mãe disse que a minha personalidade é muito parecida com a do meu pai, mesmo eu que eu nunca tenha convivido com ele. Mel e eu somos de pais diferentes, o pai dela traiu minha mãe e foi embora quando mel tinha três anos.
- Este é Noah. - Jesus volta com um cara do seu tamanho, aparentava ter uns dezoito anos e segurava uma metralhadora.
- Muito prazer. - sorri, respondemos com exceção de Carl, belisco seu braço.
- Prazer. - resmunga massageando o braço.
Xerife irritante.
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Survivos || Carl Grimes (Concluída)
Fanfiction"-Eu daria minha vida pela sua. - Disse Carl olhando no fundo dos meus olhos, parecendo querer transmitir tudo o que ele sente por mim, por um simples olhar."