P.O.V Enid Dixon
As pessoas não estão neste mundo para satisfazer as nossas expectativas, assim como não estamos aqui para satisfazer as delas.
Temos que nos bastar... nos bastar sempre e quando procuramos estar com alguém, temos que nos conscientizar de que estamos juntos porque gostamos, porque queremos e nos sentimos bem, nunca por precisar de alguém.
As pessoas não se precisam, elas se completam... não por serem metades, mas por serem inteiras, dispostas a dividir objetos comuns, alegrias e vida.
Se eu disser que hoje acordei triste, que foi difícil sair da cama, mesmo sabendo que o sol estava se exibindo lá fora e o céu convidava para a farra de viver, mesmo sabendo que havia muitas providências a tomar, acordei triste e tive preguiça de cumprir os rituais que faço sem nem prestar atenção no que estou sentindo, como tomar banho, colocar uma roupa, ir treinar, caçar, matar zumbis. Estaria falando a mais pura verdade.
Eu acordei sem vontade fazer nada, apenas queria cubrir meu corpo com o cobertor e ficar deitada o dia inteiro, ou até mesmo o ano inteiro. A preguiça me domina. O sol brilha lá fora, o céu está em um tom azul claro como a água limpa da praia. Mas meu corpo não quer sair daqui, minhas pernas não se movem, meu cérebro não funciona direito. E no momento, me sinto como um dos zumbis, apenas consigo fazer funções simples.
(...)
Eu ando pelas ruas abandonadas, sem rumo, sem direção certa. Não faço idéia de para onde estou indo, não me importo se tem alguém dentro dos portões de Alexandria preocupado com o meu sumiço, apenas quero ir embora. Ir embora para um mundo que não existe sofrimento, não existe dor, caos ou destruição.
- O que a garota caolha está fazendo tão longe da sua comunidadezinha de merda? - uma voz rouca e grave pergunta atrás de mim. Não me viro, apenas continuo andando. - Ei! Eu estou falando com você! Vai se virar e me encarar ou vai fazer eu tirar esse curativo da sua cara outra vez?
Me viro lentamente, dando de cara com o homem mas desprezível da face da Terra. Negan.
" - Garota...não brinque com o fogo. Ou pode se queimar - bebe um pouco de um uísque que tinha ali na mesinha de centro. - o seu namorado, ou seja lá o que ele for seu, matou dois dos meus homens. Mas eu não vou puni-lo. Eu gosto dele! - sorri. - Pelo contrário, eu vou punir você! Você vai tirar essa porcaria da cara e eu quero ver o que a vovó me deu. - continuo sem expressão. Eu não consigo nem me olhar no espelho sem o curativo. Imagina mostrar para o homem que eu mais odeio.
- Não! - exclamo.
- DOIS HOMENS! Ou você quer que o seu namoradinho sofra por sua culpa? - pergunta. Espero alguns segundos e levo minhas mãos lentamente até a ponta do curativo. Tiro a primeira parte e ele sorri, esfregando as mãos umas nas outras. - Isso, está quase lá!
Quando tiro todo o meu curativo, abaixo minha cabeça. Fazendo a minha franja cair sobre o meu "olho". Meus lábios tremem por causa do choro que se aproxima.
- Tira o cabelo do rosto. Eu quero ver! - fala. Tiro a franja da frente do meu olho e levanto a cabeça. Ele ri alto. - Aí meu Deus! Isso é repulsivo! Não é a toa que você cobre isso - meus olhos marejarem. Mas não deixo ele ver. - Você já viu isso? Quer dizer, já se olhou no espelho? "
Meus olhos se enchem de lágrimas com essas lembranças, não quero passar por essa humilhação novamente.
- Por quê está chorando? Eu ainda nem fiz nada. - ri enquanto passa Lucille pelo meu queixo, fazendo um pequeno corte por causa dos arames.
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Survivos || Carl Grimes (Concluída)
Fanfiction"-Eu daria minha vida pela sua. - Disse Carl olhando no fundo dos meus olhos, parecendo querer transmitir tudo o que ele sente por mim, por um simples olhar."