Capítulo 23

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P.O.V Carl Grimes

Acordo e vejo que Enid não está mais na cama. Eu vestia apenas uma cueca e o lençol tampava da minha cintura para baixo. Me levanto e caço minhas roupas que estão jogadas pelo chão. Visto elas e faço minhas higienes. Desço as escadas mas não tinha ninguém em casa. Olho pela janela e vejo Enid na área de treinamento. Franzo o cenho e vou até lá.

Ante de chegar lá, vejo Daryl falando alguma coisa para ela. Decido não atrapalhar e vou à procura do meu pai.

P.O.V Enid

Quando acordo penso que tudo não passou de um sonho. Mas então vejo Carl deitado ao meu lado e percebo que tudo havia sido real. Me arrumo e desço as escadas, encontrando apenas Rick tomando café da manhã.

- Bom dia! - cumprimenta alegre.

- Bom dia! - dou um sorriso. Me sento na sua frente e começo a comer. - Onde está Michonne?

- Quando acordei ela já estava saindo, disse que ela e Maggie iam ficar na plataforma hoje. - respondeu.

Depois que terminamos de tomar o café da manhã, Rick disse que tinha que cuidar um pouco da plantação. Enquanto isso, eu decidi treinar minha mira. Agora que eu estou sem um olho, é muito difícil usar o arco e flecha.

- Enid! - Daryl se senta num banquinho, perto do alvo que eu estava.

- É melhor sair daí. Posso acabar acertando você. - falo arrumando a flecha no arco.

- Você é boa nisso. Sei que vai acertar.

Miro o arco e solto a corda. A flecha acerta vários centímetros ao lado do que o desejado.

- Okay...acho que é melhor eu sair daqui mesmo.

Daryl se senta em um banco mais afastado, mas perto o suficiente para que eu possa ouvir o que ele fala.

Fico bastante tempo tentando acertar o centro do alvo. E depois da minha décima oitava tentativa, eu jogo o arco no chão e me sento, com lágrima nos olhos.

- Ei, por quê está chorando? -Daryl pergunta se sentando ao meu lado, em um tom preocupado.

- Eu nunca mais vou conseguir usar o arco e flecha. - falo com a voz embargada.

- Mas é claro que vai! Você só precisa de prática.

Ficamos um tempo em silêncio, apenas observando o céu azul claro, que não tinha nada, há não ser alguns pássaros que passavam voando.

- O quê o Negan disse...é verdade? - pergunto encarando o chão. Ele me encara por breves segundos, e depois volta a encarar o céu.

- Não me lembro do que ele disse.

- Não tente adiar esse assunto. Você sabe muito bem do que estou falando, Daryl! - falo, já me irritando.

- Sim, é verdade... - sussurra com a cabeça baixa.

- Por quê me deixou? Por quê nos deixou?

- Quando você tinha três anos de idade, Negan nos visitou em Hilltop. Ele me contou que havia descoberto uma comunidade, então pediu para que eu não contasse para ninguém, por segurança, eu achei isso muito estranho. Então, um dia você me perguntou porque eu estava tão pensativo, e eu contei há você. Negan descobriu e veio atrás de mim, ele ameaçou matar você, e eu não podia permitir isso. Eu sabia que você e sua mãe me odiariam, mas eu precisava fazer isso. Eu não podia ficar com vocês, sabendo que Negan podia mata-las.

- A mamãe sabia disso? - pergunto com lágrima nos olhos.

- Não. Eu não havia contado para ninguém sobre Negan. - fala. - eu fiquei anos em Nova Iorque. Então aconteceu essa tragédia. Eu encontrei Alexandria e eles me acolheram. Então eu encontro você. Primeiro eu não te reconheci, você mudou muito! Mas depois eu percebi quem você era. - fala e eu me lembro das palavras que ele me disse.

" - Você é boa nisso. - Daryl fala guardando sua besta. Rio sarcástica.

- Há quatro dias atrás você me deu uma patada. Hoje tá me elogiando? - pergunto guardando meu arco e pegando o lobo.

- Eu não sabia quem você era. - sussurra para mim não ouvir, ouço mas não falo nada. "

- Foi por isso que você me disse aquilo quando eu estava caçando? - pergunto.

- Sim. - sussurra.

Não consigo me conter. O puxo paga um abraço, ele rapidamente retribui, me apertando nos seus braços. Meus soluços são baixinhos. Mas me sinto feliz por tê-lo ali comigo.

Survivos || Carl Grimes (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora