Capítulo 19

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- Mas olha só o que temos aqui - sorri. - A menina Dixon.

- Onde está o Daryl? - pergunto com raiva na voz e um olhar de desgosto.

- Você tem o mesmo olhar de raiva do seu pai - estremeço. - só que pela metade. Porque, você só tem um olho.

Essas palavras não me ofendem. Mas causam uma pequena dor lá no fundo. Mas não daria esse gostinho para Negan.

- Onde está o Daryl, Negan? - Carl pergunta dessa vez, ainda com sua arma apontada.

- Abaixa essa arma, garoto. Você sabe que não tem coragem de me matar - fala. Vejo a raiva nos olhos de Carl. Mas ele não atira. Ele sabia que Negan estava apenas o provocando, e, também sabia que se atirasse em Negan, nós morreríamos. - Agora...venham! Vou apresentar minhas esposas para vocês.

Nós seguimos ele contra gosto. Dois homens grandes e armados andavam atrás de nós. E depois de um tempo caminhando, nós chegamos numa espécie de quarto. Mas haviam várias mulheres ali dentro.

- Queridas esposas! Esses são Carl e Enid! - nos apresenta. Algumas me olham sem expressão alguma, outras me olham com certo nojo pelo curativo. Mas todas olham "famintas" para Carl. Bufo por dentro. - Carl, vou mandar duas de minhas esposas para um quarto, e você vai também. Eu gosto de você! Vou deixar você se divertir - sorri debochado para mim. - Por favor, rapazes - aponta para os dois homens atrás de nós. - Levem Carl até um de nossos quartos e depois mande duas das minhas esposas. Vocês escolhem.

Os homens pegam Carl pelo braço, ele apenas me lança um olhar de "calma". Claro, eu estou muito calma sabendo que meu namorado está em um quarto com duas putas.

Eu disse namorado...?

- Enquanto nós... - aponta para si mesmo e depois para mim. - vamos ter uma conversa muito séria.

Um homem me pega com força pelo braço e segue Negan, até pararmos em um quarto, que confesso, é muito bonito.

- Não é qualquer uma que eu trago para o meu quarto. - avisa se sentando em um sofá grande, e eu me sento em uma poltrona na sua frente.

- Deveria agradecer? - sorrio debochada.

- Se você foi criada como alguém normal, deveria sim. - responde largando Lucille no chão.

- Pessoas normais são chatas. - falo e ele sorri. Ele se inclina e apóia os cotovelos nos joelhos.

- É verdade. Mas eu ainda não gosto de você

- Nem eu de você! - provoco, ele ri sarcástico.

- Garota...não brinque com o fogo. Ou pode se queimar - bebe um pouco de um uísque que tinha ali na mesinha de centro. - o seu namorado, ou seja lá o que ele for seu, matou dois dos meus homens. Mas eu não vou puni-lo. Eu gosto dele! - sorri. - Pelo contrário, eu vou punir você! Você vai tirar essa porcaria da cara e eu quero ver o que a vovó me deu. - continuo sem expressão. Eu não consigo nem me olhar no espelho sem o curativo. Imagina mostrar para o homem que eu mais odeio.

- Não! - exclamo.

- DOIS HOMENS! Ou você quer que o seu namoradinho sofra por sua culpa? - pergunta. Espero alguns segundos e levo minhas mãos lentamente até a ponta do curativo. Tiro a primeira parte e ele sorri, esfregando as mãos umas nas outras. - Isso, está quase lá!

Quando tiro todo o meu curativo, abaixo minha cabeça. Fazendo a minha franja cair sobre o meu "olho". Meus lábios tremem por causa do choro que se aproxima.

- Tira o cabelo do rosto. Eu quero ver! - fala. Tiro a franja da frente do meu olho e levanto a cabeça. Ele ri alto. - Aí meu Deus! Isso é repulsivo! Não é a toa que você cobre isso - meus olhos marejarem. Mas não deixo ele ver. - Você já viu isso? Quer dizer, já se olhou no espelho? - ele percebe meu olho marejados e para de falar. - Que merda, garota. Eu...eu não queria te magoar, nem nada assim..

- Esquece. - falo abaixando a cabeça. Em seguida o som de alguém batendo na porta, preenche o quarto.

Survivos || Carl Grimes (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora