Capítulo 16

542 37 19
                                    

P.O.V Enid

A minha mente desperta, mas eu não consigo abrir os olhos. Eles parecem estar grudados. Mas, assim que consigo abrir, minha visão está embaçada e diferente. Eu consigo ver as coisas melhores do lado direito.

- Enid? - uma voz sussurra. Olho para o lado e tenho a visão de um Carl preocupado.

- Carl...- sussurro. Sinto alguma coisa cobrindo o meu olho esquerdo e passando por de baixo dos meus cabelos. - o que aconteceu?

-Você levou um tiro...no olho - ele olha para baixo com medo da minha reação. Apenas olho para o teto da enfermaria. Sinto uma lágrima quente escorrer, e em seguida Carl à limpa. - ei, você continua linda mesmo com esse curativo no rosto. - ri fraco.

- Isso deve estar horrível. - falo me referindo ao buraco no meu olho.

- Talvez não. Denise tem jeito pra coisa. Eu vi ela cuidando do machucado. - pega na minha mão que estava um pouco gelada.

- O Negan...

- Ele foi embora mais cedo. Ele pegou quase todos os nossos suprimentos. Mas por sorte não pegou muitos remédios. - responde antes que eu possa terminar de falar.

"Menina Dixon..."

- Como o Daryl está? - pergunto engolindo em seco.

- Negan o levou... - desvia o olhar para o meu. Lágrimas brotam no meu olho. Lágrimas de dor e de raiva. - Pequena, não fica assim, por favor. Não gosto de te ver chorar. - beija a minha testa. Pego na sua nuca e deposito um beijo delicado nos seus lábios rosados, o deixando um pouco surpreso. Mas logo ele sorri.

(...)

- Enid? - Maggie me chama. Carl havia ido para casa à pouco tempo. Já estava de noite e eu teria que passar a noite na enfermaria. Mesmo depois dele insistir para passar a noite comigo, eu o convenço a ir dormir na casa dele. Eu já dormi na poltrona da enfermaria e não é uma experiência nada agradável. - Aí meu Deus! Eu achei que ia te perder. - derrama algumas lágrimas no meu ombro, depois de me puxar para um abraço apertado.

- Tudo bem, estou aqui. E estou bem, quer dizer...mais ou menos. - falo cabisbaixa. Ela pega no meu queixo e levanta a minha cabeça.

- Enid, ter ou não ter um olho não te faz menos linda. Não te faz um garota menos corajosa e batalhadora que você é e sempre foi.  - sorrio em meio às lágrimas. - Eu vim correndo quando soube que você tinha acordado. Mas agora tenho que ir. Amanhã de manhã eu passo aqui para te ajudar a se arrumar. - beija minha testa. - Boa noite.

- Boa noite, mãe. - sussurro a última parte. Ela desvia o olhar da porta para mim. Vejo seus olhos marejados. Maggie era bem nova, mas é minha mãe de coração. Ela sorri e vai embora.

Me levanto da maca sem muita dificuldade. Havia um pequeno espelho na frente de uma pia no canto da enfermaria. Ando lentamente para frente da mesma. Encaro meu reflexo no espelho. Minha franja cobria boa parte da faixa que cobria meu "olho". Ela envolvia um pouco da minha testa e passava por baixo dos meus cabelos. Deito novamente na maca e aos poucos meu olho se fecha, me levando àum mundo de sonhos e pesados.

(...)

Eu havia acabado de chegar na casa dos meninos. Resolvemos morarmos juntos de uma vez por todas, já que muitas noites nós íamos para casa um do outro e acabávamos dormindo lá.

- Enid. - Rick fala meu nome como forma de cumprimento, o seu rosto estava tomado por um sorriso grande. Ele me abraça apertado e bagunça meus cabelos.

- Oi, Rick. - sorrio de volta e arrumo meus cabelos. Vejo Carl no começo da escada, corro e o abraço apertado. Ele retribui de imediato. - Oi.

- Oi. Como você tá? - pergunta e desfazemos o abraço.

- Sem um olho - Michonne me lança um olhar de reprovação. - mas estou bem - sorrio forçado. - e você?

- Melhor por saber que você está bem - sorri, e finalmente consigo dar um sorriso sincero. - vem, vou te mostrar seu quarto. - me estende a mão e eu pego na mesma. Ele me guia pelo corredor antes de parar na mesma porta do quarto que eu sempre fico.

- Obrigada - entro no quarto e deixe minha mala em cima da cama. Abro ela e começo a tirar as minhas roupas e calçados de dentro dela. Carl estava apoiado no batente da porta de braços cruzados e me encarando fixamente. - por quê está me encarando desse jeito? - pergunto e continuo arrumando as minhas coisas.

- Você é muito linda. - sussurra. Paro de arrumar minhas coisas e o encaro com as bochechas coradas.

- Sabe que eu odeio ficar envergonhada. - digo.

- Mas você fica ainda mais linda assim - taco o travesseiro nele, ele ergue os braços em sinal de rendição. - Tá bom, tá bom. Já entendi. - fala e sai do quarto sorrindo.

Esse menino adora me irritar.

Obrigada pelas 200 vizualizações ❤



Survivos || Carl Grimes (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora