10° Capitulo

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Ouço vários bips, não sei o porque, mas meus olhos estão muito pesados para conseguir abrir, ouço algumas vozes e reconheço que são dos meus amigos, abro apenas um olho e tento acostumar com a claridade.

-Guh... -Chamo e sinto seu aperto em minha mão esquerda. -Onde estou? Porque não consigo abrir meu outro olho? -Eu o olho e sinto uma dor insuportável em minha cabeça me fazendo gemer.

-Calma, você tem que descansar. Ontem levou uma surra e seu olho está muito inchado.

-Apanhei de quem? -Flashes passam por minha cabeça e me lembro de algumas coisas.

-Não sabemos, achamos você jogada no chão do banheiro desmaiada. Não estava respirando...

-Você quase morreu. -Ouço Rick que se aproxima, seus olhos estão inchados e vermelhos.

-O que aconteceu com você, até parece estar pior que eu. -Tento sorrir, mas sai um gemido, ele dá um pequeno sorriso.

-Você me fez ficar assim. Não deveria ter te deixado sozinha, foi um erro meu. -Ele fala sem parar e eu aperto sua mão.

-Não foi sua culpa, vou melhorar. -Falo e ele beija minha testa saíndo do quarto em seguida.

***

Se passaram duas semanas desde que eu saí do hospital, meu corpo não está mais dolorido, mas continuo com alguns hematomas e continuo trancada no apartamento, não sei porque que eles estão me proibindo de sair, não fiz mais nada de errado.

-Trouxe comida para sua prisioneira? -Pergunto quando vejo Harissa na porta com uma bandeja em mãos.

-Mary, não faz isso. Sabe que queremos te proteger.

-Me trancando aqui não vai me deixar protegida.

-Vim trazer o almoço pois iremos sair. Os rapazes querem almoçar fora.

-Vocês vão me deixar sozinha aqui? -Pergunto a olhando e ela abaixa o olhar. -Hari não faz isso comigo. Não acredito que vai me deixar trancada aqui.

-Harissa anda logo. -Ouço Vic, não estou acreditando nisso.

-Tenho que ir, até mais tarde. -Ela beija minha bochecha e sai do quarto.

Fico deitada na cama sem nada para fazer, apenas contando os minutos. Ouço a porta bater e estranho pois se passaram apenas três minutos, me levanto e sigo até a porta do meu quarto encostando meu ouvido nela.

-Procurem em tudo e não a machuquem. Eu mesmo quero fazer isso. -Tremo por inteira e antes de conseguir pensar alguém chuta a minha porta me fazendo cair no chão de costas e a porta se quebrar.

-Chefe eu achei. -Grita e eu me rastejo para longe dele, mas puxa meu pé.

-Olha só, nos encontramos mais uma vez, é uma honra. -Lágrimas molham meu rosto. Sua máscara é igual a do pânico o que me dá mais medo. -Apaguem ela e vamos sair daqui.

Diz para o cara que me achou e sai do quarto, ele segue em minha direção com o seu punho direito fechado, já temo pelo pior e então vejo sua mão vir de encontro com meu rosto e depois a escuridão.

Henrique

-Não acredito que me fizeram deixar ela sozinha para vir em um restaurante. -Digo para Henri que abaixa o olhar.

-Não podemos ficar trancados naquele apartamento pelo resto da vida. Você já está fazendo isso com ela. -Pietro fala e eu reviro os olhos, de repente Dani para e cai de joelhos no chão com a mão no coração, corro até ela.

-Amor... -Ela me olha e eu vejo dor e sofrimento em seu olhar.

-Mariany. -Fala apenas isso e eu pego a chave da mão de Aiden saíndo do lugar correndo para a moto, coloco o capacete e vou para o apartamento. Assim que chego e entro no hall vejo o porteiro com a polícia.

-Fred o que aconteceu? -Pergunto e ouço os passos dos rapazes e das garotas.

-Entraram três caras mascarados e perguntaram qual o número do seu apartamento, depois apenas vi eles correndo com uma garota no ombro. -Depois disso saio correndo pelas escadas com alguns policiais atrás de mim, entro e procuro por Mary, mas nada dela.

-Sequestraram a Mariany. -Digo na sala para todos, até mesmo para Guh que acabou de chegar com Vic. Se eles querem guerra, é isso que eles vão ter.

Mariany

Sinto uma dor aguda em minha bochecha esquerda, no meu nariz tem alguns vestígios de sangue seco.

Estou com algum saco em minha cabeça e me desespero quando não consigo mais respirar.

Logo o tiram e eu fecho os olhos os abrindo devagar para acostumar com a claridade, vejo os três caras em minha frente, um está encostado na parede de braços cruzados.

-Olá bela adormecida. -Ele diz se desencostando e eu respiro mais rápido. -Está com medo de mim? Mas eu nem fiz nada.

-O que você fez já é o bastante. -Respondo e ele gargalha

-Aquilo? Não é nem o começo. -Diz e percebo que está sorrindo. -Mas agora, vamos começar a brincadeira. -Tremo por inteira quando eu vejo um dos caras trazendo uma mesa retangular cheia de ferramentas. -Vamos começar pela faca?

E assim ele a pega e vem em minha direção, minha bochecha direita arde quando ele a corta devagar me fazendo gemer de dor.

Logo não sinto mais dores pelo meu corpo por ele já estar todo cortado.

-Já está bom. -Ouço um cara dizer e fecho os olhos, estou fraca, com fome e com sede.

-Não me fala o que fazer, eu sou o chefe aqui. -Ele grita e me fura com a seringa injetando algumas coisa em minha veia.

-Eu sei chefe, é que por ser médico sei que ela não vai sobreviver a mais nada, não quer torturar ela mais um pouco? Deixa eu cuidar dela e amanhã continuamos.

-Tem razão, iremos torturar e depois salvar para cada dia isso ficar mais dolorido. -Acho que apontou para mim.

-Sim, cortar em cima de um machucado dói mais do que fazer um.

-Está certo, tragam comida e água enquanto você cuida dela. -Sinto água no meu corpo e percebo que é uma mangueira, estou muito fraca para conseguir raciocinar​ se estou nua ou não, sinto a dor quando limpam meus ferimentos e abro os olhos.

-Quem... Quem é você? -Pergunto olhando para ele.

-Não é melhor revelar a ela? Já que ela irá morrer.

-Ok, quer saber quem eu sou? Irei mostrar. -E então ele tira a máscara me mostrando sua real identidade e eu não acredito no que estou vendo, ele sorri e eu desmaio por falta de comida, água e sangue.

Quem é???

O irmão do meu melhor amigo 2.0Onde histórias criam vida. Descubra agora