24° Capítulo

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-Cuidado para não se acostumar a ser espancada. -Ouço a voz de Matheus quando volta a minha consciência, olho em volta sentindo o meu corpo dolorido, vejo as mãos dele sujas de sangue e aposto que é meu.

-Voltamos a essa história de novo? Isso já está ficando chato e cansativo. -Falo provocando, como falei não tenho mais medo dele.

-Está corajosa? Não gosto de te ver assim.

-Não me interessa, só vou te dar um aviso. Quando eu sair daqui e me recuperar saiba que eu irei com todo prazer arrancar os seus membros com você ainda vivo. -Falo e ele dá um passo para trás, mas acaba dando risada.

Olho para seus capangas que estão assustados me olhando.

-Duvido muito que você consiga. -Gargalha e eu reviro os olhos.

-Pode duvidar, mas saiba que eu irei até o inferno atrás de você. -Ameaço e ele fecha seu sorriso.

-Tranca ela em algum lugar ou eu a mato agora mesmo. -Grita saíndo da sala onde estou e me levam para um quarto.

-Ai seu grosso. -Xingo por me jogar no chão.

-Depois irei te mostrar o que é grosso. -Diz sorrindo. -Depois que todos dormirem eu volto aqui. -Pisca e eu reviro os olhos, ele tranca a porta e olho em volta agradecendo por não estar amarrada.

No quarto tem um banheiro e uma cama de casal, ao lado da porta do banheiro tem uma cômoda.

Procuro em volta vendo uma janela com grades, vou até ela tentando achar algum parafuso que a desprende. Olho em volta a procura de qualquer coisa que dê certo.

Depois de olhar tudo desisto antes de abrirem a porta e me derem um prato com comida. No prato de tem arroz, feijão e uma carne que está muito estranha, decido ficar sem comer, nunca se sabe se eles colocaram ou não veneno na comida.

Suspiro olhando para cima e vejo um fio, estranho pois ele não é da luz. Sigo com os meus olhos, vejo que atravessa o teto e a parede em minha frente sumindo atrás da cômoda. Isso é estranho.

Me levanto e sigo até lá, arrasto a cômoda a erguendo para não fazer barulho, olho e vejo uma pequena porta no chão.

Abro e vejo as escadas, desço e tudo está escuro, tento achar o interruptor de luz e o acho quase me cegando.

Ando a procura de alguma coisa e vejo uma caixa de ferramentas, pego uma faca que vi aqui em baixo e depois procuro por uma ferramenta específica, a pego subindo para o quarto novamente.

Ouço a porta se destrancando e então deito na cama depois de arrumar o objeto no lugar e colocando a faca de baixo do travesseiro.

-O que quer? -Pergunto quando vejo o cara que veio antes.

-Todos estão dormindo. -Diz e eu levanto uma sobrancelha. -Então está na hora de nos divertimos. -Reviro os olhos e ele vem em minha direção, luto tentando empurrar ele, mas o cara é enorme, então sendo rápida o suficiente pego a faca e cravo em seu pescoço.

Ele dá alguns passos para trás e eu tampo sua boca para não fazer barulho, ele cai sem vida no chão.

Aproveito e pego suas coisas, a arma e um soco inglês que estava no seu bolso, pego munição e depois a ferramenta rodando o parafuso para tirar a grade, assim que a tiro vejo em volta que estamos em um tipo de fazenda, como vou sair daqui?

Pulo a janela e corro abaixada pela escuridão, vou atrás de um carro, mas vejo que ele tem alarme e não vejo nenhuma chave dentro. Acho que ele é o único por aqui.

-Procurem ela. -Ouço Matheus gritar e então vários caras saem com lanternas, uma me pega e começam a correr atrás de mim.

Corro para algumas árvores e paro bem a tempo de cair em um lago, olho em volta e estou cercada.

Vejo uma estrada e crio coragem, não deve ser tão raso, pulo quando começam a atirar e eu grito quando acertam minha perna.

Fico no fundo até as luzes sumirem, quando isso acontece nado para fora, saio correndo e mancando da água, sei que irão me procurar.

Quando estou longe o suficiente paro de correr e vejo um posto de gasolina, ando em volta vendo um carro antigo e sei que não tem alarme.

Vou para dentro da lojinha e não tem ninguém, estranho, parece que tudo aqui está abandonado.

Pego uma sacola e coloco coisas de comer e beber dentro, principalmente água.

Vejo que em um lado tem roupas e sigo até lá pegando um shorts que não é tão curto.

Tiro minha calça gemendo e gritando de dor por causa do tiro, pego um sinto e o amarro em minha perna depois de colocar o shorts.

Limpo e faço um curativo amarrando uma camisa de manga comprida em volta, preciso ir para um hospital antes que isso inflame.

Vou para o carro e saio de lá depois de encher o tanque, dirijo pela estrada morrendo de dor na perna, olho para a placa a minha frente que está dizendo que estou saíndo de Mogi Guaçu, nunca ouvi falar dessa cidade.

Ando por não sei quantas horas, passo por um lugar conhecido e vejo um carro preto me seguindo. Droga, eles me acharam.

Paro em um ferro velho e me escondo, esse fica perto de casa então falta apenas algumas quadras para chegar e o problema é que eu vou demorar um século.

Pulo a cerca com dificuldade e saio correndo e mancando novamente para casa, chego no portão e toco a campainha.

-Quem é? -Ouço Hary.

-Hary, sou eu, abre rápido. -Imploro e olho em volta.

-Mary? É você? -Ela pergunta e eu reviro os olhos por causa disso.

-Sou eu, abre... -Alguém tampa minha boca e eu tento me soltar, olho para o andar de cima e vejo a luz acesa, mordo a mão do cara que está me segurando e ele está sozinho, grito o nome de Gui. -Guilherme...

Me solto e olho para ele, minha perna está latejando, mas tento ignorar a dor e o cara sorri, pego o soco inglês e me preparo.

Ele dá risada e vem para cima, começamos a lutar e eu imito os golpes que vi em séries e filmes. Ele cai no chão e tiro a arma do cós de meu shorts.

-Mary? -Ouço Gui, mas não tiro os olhos do cara.

-Agora, você vai morrer. -Digo e ele gargalha.

-Você não é boa de mira. -Diz e eu lhe dou um sorriso atirando no meio de sua testa.

Estou com a boca e nariz sangrando e quando me viro sinto braços ao meu redor, gemo quando ele me levanta do chão.

-Como escapou? Estávamos indo te buscar. -Diz e eu apenas o abraço novamente o apertando em meus braços, vejo Leo com os seus capangas e ele sorri para mim.

-Limpem isso, não podemos ser presos agora por matar um cara.

-Dois. -Digo e todos me olham. -Matei um para fugir e porque ele queria abusar de mim. -Falo e Gui acaricia meu rosto.

-Vamos cuidar desses ferimentos. -Me puxa para dentro e apenas relaxo quando sento no sofá ao lado de todos os meus amigos.

Ela realmente está mudada...

O irmão do meu melhor amigo 2.0Onde histórias criam vida. Descubra agora