Tento pensar em alguma coisa enquanto Matheus geme de dor na perna e segura meu pé, começo a chutar seu peito e quando acerto um em sua cara ele me solta e eu saio correndo com a arma em mãos.
Quase sou atingida por uma rajada de tiros e então entro no carro acelerando e saíndo dali.
-Estão atrás de nós. -Ela fala desesperada olhando para trás, olho no retrovisor e vejo o carro parecido com o de Gui.
-Atende essa merda! -Grito e Daniele chora ainda mais.
-Gui... Estamos ocupadas. -Ela se assusta e coloca no viva voz.
-Mary, onde você está? -Pergunta e percebo sua voz alterada.
-No momento passando de baixo de uma ponte com um carro atrás de nós, não posso falar agora. -Falo virando para direita e fazendo um drift.
-Nunca mais faça isso! -Dani me repreende.
-Está em Santos? -Pergunta e eu reviro os olhos.
-Estou, conversa com a Dani.
-Amor, se lembra do meu esconderijo?
-Lembro...
-Vá para lá depois de despistar quem estiver atrás de você. As chaves estão no porta luvas, estamos saíndo daqui.
-Não precisa... -Ele desliga e percebo que o carro está muito atrás, lembro dessa rua por ser a da escola então paro o carro e dou ré entrando em um beco, apago os faróis e desligo o carro. -Não entra em desespero, acha as chaves. -Falo e ela começa a procurar, mas para quando olha para o carro que está passando devagar em nossa frente, agradeço pelo carro ser preto.
Quando ele passa ligo o motor e acelero saíndo dali e virando na direção contrária.
Procuro pelo esconderijo antes que consigam nos achar, Dani aperta o botão e o portão se abre, estaciono e tranco o portão. Entramos e olho pela janela vendo Matheus passar por nós.
-Você é horrível dirigindo. -Fala e eu reviro os olhos.
-Graças a mim você está viva. Um simples obrigado já estaria bom. Está com fome?
-Estou e obrigada. -Agradece e vou para a cozinha, preparo alguma coisa e lhe entrego. Quando sento no sofá suspiro relaxada e a olho.
-Desde quando? -Pergunto me referindo ao sequestro.
-Acho que faz três dias, não me lembro muito pois fui pega saíndo da faculdade, com um pano que tinha um cheiro forte.
-Eles te doparam. -Falo me deitando no sofá. -Temos que tomar cuidado.
-Mas porque eu? Nunca fiz nada para ele.
-Ele queria me atingir, já que os rapazes estão na Flórida e todos estavam escondidos na casa de Guilherme.
-Guilherme é cheio de casas. -Fala sorrindo. -Vocês voltaram?
-Sim e ele está muito melhor na cama do que antes, aqueles músculos só de imaginar já me dá um frio na barriga.
-Isso se chama amor, sinto o mesmo cada vez que me lembro de Rick. -Aceno pegando a arma e a limpando. -Tenho que começar a jogar jogos com você.
-Porque? -A olho e depois volto a prestar atenção no que estou fazendo.
-Porque você sabe atirar, dirigir igual louca e também a limpar armas.
-Mas não aprendi a limpar armas nos jogos e sim nas séries. -Lhe dou um sorriso e ela revira os olhos. Termino e recarrego, olho para ela que acabou de comer e está bebendo suco. -Quer mais?
-Se for possível, eles só me davam comida uma vez por dia.
-Sorte sua, quando me pegaram davam apenas coisas nojentas e eu quase não comia. -Falo da cozinha e preparo outra coisa para ela, batem na porta e nos olhamos, entrego o prato com o copo de suco e pego a arma ficando preparada para agir.
Abro devagar a porta olhando pelo espaço pequeno que se abriu e do nada sinto braços me envolverem em um abraço apertado.
-Você está bem? Fiquei tão preocupado. -Fala me olhando e depois me abraçando novamente. Fecho a porta com o pé ainda em seus braços.
-Estou bem, consegui pegar a Dani. -Falo me soltando e trancando a porta, olho para ela que está chorando nos braços de Rick.
-Onde pegou isso? -Pega a arma de minha mão.
-Em uma gaveta. -Dou de ombros e ele me abraça novamente. -Amor, estou bem.
-Nunca mais faça isso! Você quase me matou do coração quando não te vi em lugar nenhum, achei que tivessem te pegado. Me conta tudo. -Suspiro e me sento no sofá de frente para Rick e Daniele enquanto Gui fica do meu lado segurando minha mão, conto tudo e eles ficam me olhando.
-Não acredito que você salvou ela como se estivesse em um jogo!
-Foi praticamente igual, tirando a parte que tinha vários snipers. -Falo sorrindo e eles nem dão um sorriso. -Qual é, estamos bem e Dani viva.
-Sim, mas poderia não estar, sabe como Matheus te quer. -Rick fala e eu dou de ombros.
-Mas estou aqui e temos que tomar cuidado em dobro, Matheus não gostou de levar um chute na cara e nem um tiro na perna.
-Vamos cuidar desses ferimentos. -Rick ajuda sua namorada a levantar e eles saem da sala, sei que fizeram isso por causa de Gui.
-Você não sabe como eu fiquei preocupado. Deveria ter me falado, iríamos fazer um plano e resolver juntos.
-Gui, ele disse sem polícia ou você. Apenas eu, a vida da Dani estava nas mãos dele.
-Não consigo nem imaginar como seria se ele te tivesse de novo ou tivesse te matado.
-Não imagina isso, estou aqui então aproveita. -Ele revira os olhos e vira o rosto quando tento lhe dar um selinho.
-Estou bravo com você -Se levanta indo para a cozinha, reviro os olhos.
-Guilherme, não sou mais a mocinha, sei me defender muito bem e provei isso hoje. Estou sem nenhum arranhão deveria agradecer.
-E agradeço, sabe que sim. Mas foi muito irresponsável.
-Fui? Não poderia deixar a Dani nas mãos dele. Ele ia matar ela se eu não aparecesse, sei na onde estou metida e vou lutar com unhas e dentes.
-Você não sabe lutar. -Ele me olha escorado na bancada com os braços cruzados.
-Mas posso aprender se você me ensinar. -Chego perto e passo os dedos desde seus ombros até seus braços.
-Não vou te ensinar, pode se machucar! -Fala descruzando os braços e me olhando indignado.
-E o que é que tem? Sou forte o suficiente, apenas para de se preocupar tanto.
-Quando não me preocupava você brigava, agora que me preocupo vem... -O calo selando nossos lábios, ele demora um pouco para corresponder e quando faz me abraça e eu acaricio sua nuca.
Ele tem que entender que quem começou tudo isso fui eu e se eu não resolver nunca seremos felizes.
A mocinha não é mocinha....
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O irmão do meu melhor amigo 2.0
RomanceUm ano se passou e Mary vai de mal a pior, depois da morte de Guilherme ela não confia mais em ninguém, seus amigos tentam ajudar, mas tudo é em vão. Gustavo e Henrique decidem sair da cidade e ficarem fora para esfriar a cabeça levando Mariany junt...