Seguimos a caminho do bar que fica do outro lado da multidão, eu sigo ainda do lado de Rick e o mesmo continua com o braço em meus ombros, Guh vai na frente abrindo caminho e finalmente chegamos, me sento no primeiro banco que vejo e fico olhando para Gustavo.
-Vai querer o quê? -Eu ergo uma sobrancelha e suspiro.
-Água. -Dou de ombros e Rick me encara.
-Pede três vodkas. -Eu o encaro.
-Não quero beber, ficar bêbada e sair por aí chorando. -Ele revira os olhos.
-Não pode vir em uma festa para esquecer e ficar lembrando.
-Se eu beber é aí que irei lembrar. -Afirmo.
-Ok, quando ver que não quer mais você para e bebe alguma outra coisa. -Guh diz me olhando e estendendo o copo com o líquido transparente dentro, suspiro e pego tomando de uma vez, minha garganta começa a queimar.
***
-
Vou ao banheiro. -Digo com um sorriso para Guh e Rick, eles acenam e sigo para o banheiro que não faço ideia de onde seja, entro em uma porta e descubro o banheiro feminino e masculino, aqui não tem um para cada e meio que não faz a mínima para mim.
Depois de usar eu lavo minhas mãos e me olho no espelho, suspiro e algumas lembranças vem em minha cabeça, olho para porta e o grupo de garotas entra.
Gustavo
-Acho que ela está demorando muito. -Digo para Rick que está bebendo um copo de refrigerante.
-Mulheres demoram no banheiro. -Ele dá de ombros.
-Não uma hora, vem. -Chamo e ele revira os olhos, seguimos para o banheiro passando pelo mar de pessoas, passamos pela porta e a procuramos em todo lugar, saio procurando na pista de dança.
-Não é ela e aquelas garotas que estavam do lado de fora? -Rick aponta para uma mesa ao canto e vejo Mary em cima rindo com algumas garotas, seguimos até lá e ela começa a subir o vestido mostrando sua calcinha. -Nossa... -Rick suspira e eu lhe dou um tapa na nuca.
-Me ajuda. -Peço e vou mais para frente, quando Mary vai mostrar seus seios eu a pego.
-Oi Guh, não quer dançar? -Ela me olha e eu a encaro. Mary não consegue ficar em pé.
-Abaixa o vestido. -Rick faz o que eu pedi e eu a pego colocando em meu ombro.
-Onde vamos? Eu quero ir na praia. -Ela gargalha. -Está tudo de cabeça para baixo, oi Rick. -Rick está atrás de mim e ela o puxa o abraçando. -Eu te amo sabia? Você também Guh. -Ela dá risada e Rick toma a frente, abre a porta do carro e entra no banco de trás, coloco Mary no chão e ela entra, se deitando no peito de Rick.
-Cara, vamos para praia, ela não para de pedir, está chorando aqui.
-Não dá para deixar ela na praia bêbada e aposto que drogada.
-Se você não for eu duvido que ela vai ficar quieta.
-Droga! -Bato no volante e sigo a caminho da praia. Assim que paro o carro Mary abre a porta e descalça, corre em direção a areia. -Vamos. -Corremos atrás dela que vai para o mar.
-Deixa ela, a água vai tirar a bebida do corpo dela.
-Tomara, temos que ficar de olho nela. -Digo me sentando na areia e olhando para Mary que está dando risada sem parar.
Mariany
Acordo com minha cabeça explodindo, me sento devagar e olho para a mesa do lado da cama, nela se encontra dois comprimidos e um copo de suco, os tomo e me deito novamente. O som irritante do meu celular me acorda novamente.
-Alô? -Atendo me sentando e olhando em volta.
-Mary? Oi, nos conhecemos ontem. Queria saber se sua resposta continua a mesma.
-Espera aí, quem é?
-Ah, desculpa. Eu sou a Harissa, nos conhecemos no banheiro da boate, você disse que topa ir com nós em uma viagem para Flórida.
-Disse? Quando essa viagem vai ser?
-Iremos amanhã. -Putz.
-Quantas pessoas? -Pergunto abrindo as cortinas.
-Bom, vai eu, Victoria, Julia e a Nathalia. -Suspiro e lembro do que Guh disse, tenho que esquecer e de algum jeito as meninas me ajudaram a esquecer.
-Eu topo, nos encontramos onde? -Pergunto e ela fala que pode ser aqui então passo o endereço e a hora, sigo para o banheiro e faço minha higiene matinal, vou para a cozinha encontrando os dois fazendo o almoço.
-E a bela adormecida acordou, dormiu bem? -Rick me olha com um sorriso, sabe que não.
-Dormi como um anjo, já vou avisando que irei viajar. -Os dois me olham com a mesma expressão. -Não é o fim do mundo.
-Como assim? Com quem? -Guh está parecendo meu pai e eu reviro os olhos.
-Com minhas amigas, já sou de maior e não preciso que vocês deixem. Irei amanhã e não sei quando volto.
-Mary... -Eu viro as costas e fico em meu quarto até eles me chamarem para almoçar, me sento na mesa e os dois ficam me olhando, tento ignorar, mas não consigo.
-Parem de ficar me olhando. -Eu olho para os dois.
-Mary, você está falando sério? -Rick me pergunta e eu aceno voltando a comer.
-Sim. -Me levanto e Guh se levanta.
-Você não vai. -Ele diz e eu o olho.
-O que? Você não é o meu pai para dizer o que eu faço ou deixo de fazer.
-Eu disse que você não vai e ponto final.
-O que você quer? Que eu me tranque no quarto e chore pelo Guilherme? Igual você? Que me corte cada vez mais? Que eu vire uma pessoa fria e que não quer saber mais de viver? Que eu tente me matar aos poucos como eu estava fazendo? Estou tentando, eu juro que estou tentando dar o meu melhor e conseguir superar, mas está sendo difícil, essa dor no meu peito volta cada vez que eu olho para você, apenas por te ver e por ouvir sua voz. Eu não vou conseguir conviver com você sem me sentir culpada pela morte de Guilherme, eu me sinto culpada por várias noites em claros que vocês ficaram, pela preocupação que passam por minha causa, pelas várias vezes que vocês choraram por causa de mim e do Gui. Elas de algum jeito me deixaram mais viva e com vontade de viver, eu consegui esquecer. -Falo com as lágrimas em meu rosto.
-Elas deram droga para você, onde que isso é bom? Vai sair com pessoas que você acabou de conhecer em um lugar que nunca foi na vida, elas vão dar drogas para você de novo. Guilherme não iria...
-Ele não está aqui! -Grito o calando. -Não está a muito tempo e eu me culpo todas as noites antes de dormir e ter pesadelos com ele! Eu o amei como nunca amei alguém na minha vida inteira e ele se foi levando metade de mim, de algum jeito elas fizeram eu esquecer e é isso que você quer, que eu esqueça e volte a viver, mas ficando aqui com você isso é impossível.
-Só acho que não deveria ir...
-Que se foda o que você acha, eu vou e não vai ser você e nem o Rick que vão me impedir, eu vou esquecer ele custe o que custar! -Saio de lá seguindo para meu quarto e me trancando, sinto a dor em meu peito novamente e começo a chorar e a me cortar, fazendo com que a dor dos cortes sejam mais dolorosas do que a ausência de Guilherme.
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O irmão do meu melhor amigo 2.0
RomansaUm ano se passou e Mary vai de mal a pior, depois da morte de Guilherme ela não confia mais em ninguém, seus amigos tentam ajudar, mas tudo é em vão. Gustavo e Henrique decidem sair da cidade e ficarem fora para esfriar a cabeça levando Mariany junt...