13° Capítulo

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-Já estou cansada de desmaiar. -Falo me sentando na cama depois de acordar novamente.

-Você vai ficar aqui mais dois dias. -Guh me informa lendo uma revista.

-Sério? Não posso sair hoje? -Ele me olha e eu faço bico.

-Mary, você está desidratada -Reviro os olhos e cruzo os braços.

-É só me hidratar. -Dou de ombros e olho para um canto onde vejo Guilherme deitado em um sofá. -O que ele faz aqui.

-Nem adianta, ele não vai sair daqui. -Rick fala entrando no quarto com uma bandeja, acho que a mesma que ele tinha trouxe antes. -E aqui está a sua comida, não desmaia de novo, não vou trazer outra.

-Sei que me ama. -Falo e ele sorri deixando a bandeja em meu colo. -Cadê a Dani?

-Voltou para a faculdade, ela ficou aqui os dois dias que você estava desacordada, mas tinha que voltar.

-Essa é a minha nerd. -Falo e ele revira os olhos.

-Pronta para sair daqui dois dias? -Se senta ao meu lado e eu o olho.

-Estou pronta para sair hoje. -Respondo com a boca cheia de hambúrguer. -Amo hambúrguer.

-Sei, mas você não vai sair hoje. -Guh fala me olhando e eu o encaro.

-Não fico mais nenhum dia nesse hospital. -Ele fica mais sério.

-Será que teremos que ficar de vigia? -Pergunta e eu aceno.

-Posso falar com ela? -Olhamos para Guilherme que está sentado me olhando.

-Não! -Respondo e volto a comer, Guh se levanta assim como Rick. -Minha palavra não vale nada?

-Vale, mas vocês tem que conversar. -Rick fala fechando a porta e eu ignoro o Guilherme completamente.

-Mary... Eu... Me perdoa? -Continuo ignorando e comendo. -Mary, olha para mim. -Não olha, não olha. Repito em minha mente e fico focada em meu prato. -Ok, apenas me ouve.

-Não tenho nada para ouvir. Quero que você vai embora. -Digo o olhando e ele se levanta.

-Não vou sair de perto de você, sei que Matheus está preso, mas ele pode escapar e ir atrás de você.

-Agora está preocupado? -Pergunto e ele suspira.

-Sempre fico preocupado com você. -Minha paciência está esgotando.

-Fica? Não acredito. -Dou de ombros e quando vou morder mais um pedaço ele o pega de minha mão.

-Foca em mim, estou pedindo perdão. Mary, sei que não deveria...

-Mas fez, Guilherme agora é sério. Eu não quero mais te ver, está me deixando ainda mais confusa do que já estou.

-Mary... -A porta se abre e vejo uma enfermeira, ela pede desculpas e troca o meu soro.

-Pode tirar ele daqui por favor? Não quero mais ver ele. -Peço e ele me olha abismado, ela sorri.

-Senhor, por favor se retire. -Ela pede e eu apenas observo.

-Não vou sair daqui. -Ele se levanta.

-Vou ter que chamar a segurança? -Ela pergunta e ele me olha, dá um suspiro e sai do quarto logo atrás a enfermeira me deixando sozinha com meus pensamentos.

Não posso perdoar ele mesmo estando feliz por não ter morrido, estou com saudades, mas o que ele fez comigo não se perdoa.

***

São 02:00 da manhã de acordo com o relógio que está pendurado ao lado da televisão, tiro a agulha de meu braço com cuidado e me sento na cama.

Procuro por minha roupa e a vejo do lado da cadeira onde Guh está, Rick está deitado no sofá e Guilherme não o vi desde que ele saiu do quarto.

Me levanto me encostando um pouco na cama até a tontura passar, ando devagar e pego minha roupa que é um shorts, camiseta de alça e um tênis Adidas.

Sigo para o banheiro e me troco lavando meu rosto, pego o lápis de olho que eles trouxeram junto com a maleta de sombras e o passo em baixo e em cima para fazer um delineado, passo brilho labial e uma sombra rosa por cima. Deixo meu cabelo solto, mas o penteio para abaixar e então termino de colocar meu tênis.

Saio do quarto olhando para o corredor e vejo que não tem ninguém, ando por ele e vejo Gui deitado no banco.

Saio do hospital quase expulsa por fingir que vim visitar alguém, mas como não está na hora de visita eles me mandaram voltar amanhã.

Pego um táxi indo para a primeira boate que me vem na cabeça, pago o taxista com o dinheiro que peguei emprestado de Guh e entro no local.

Logo o cheiro de bebida e suor me atinge e sigo para o bar, peço apenas uma água por causa dos remédios que tomei, vou para pista de dança e começa a tocar Ela tá virada. Essa música me define e começo a cantar.

-Ela tá virada, mais uma vez de rolê na quebrada
Jeito de quem aprontou na madrugada
Beijou ninguém, mas tá toda beijada Cheia de ódio, mas toda apaixonada
Se sente bem, não mal acompanhada Não quer ninguém, não liga mais pra nada
Procura alguém pra enxugar suas lágrimas
Olhos cansados, mas pedindo mais

Até se fere, mas ela prefere ver,
sabe que vai sofrer e prefere se arrepender
Mais fácil se esconder do que expor seu coração,
não se livra da saudade, mas espanta a solidão

Copo de uísque, mente vingativa, tanta rebeldia deixa ela ainda mais linda
E outra vez já era dia e o sol brilha e convida pra noite, se aproxima a sensação proibida de ontem

Então cola no baile, fica até mais tarde,
esquece da vida, mas não esquece a vaidade,
nunca foi a mesma depois que conheceu a rua,
viu a noite de perto, seus prazeres, suas loucuras

(Refrão)

Longe de casa a mais de uma semana, de giro com as amigas mil consciência insana
Não é procura de fama, é tipo fugir da tristeza,
joga o pranto na lama esquece os sonhos de princesa e vai
Sai pra rua, mente seminua,
prepara a madruga que hoje a vida é um rolê receita pra esquecer, a dor e o desprazer, antes de mostrar que goste, ame primeiro você

-Se divertindo? -Me viro e vejo as meninas sorrindo.

-Vieram me levar para casa? -Cruzo os braços e elas se entre olham.

-Sabemos de tudo que aconteceu, apoiamos você e sempre iremos fazer isso. -Vic fala e eu reviro os olhos.

-Vamos nos divertir. -Hary grita erguendo o copo com bebida, ela me dá um e tomo um pouco.

Logo começa a tocar outras músicas e nós acabamos na pista como faz tempo que não fazíamos. Nos sentamos e elas fumam não sei o que até que eu acabo aceitando.

-Não acredito que fugiu do hospital para vir aqui. -Ouço uma voz conhecida e olho para cima deitada no sofá.

-Oi, o que faz para cá? -Nem sei o que estou falando, só sei que ele está rosa.

-Mary, vamos para casa. -Ouço ele dizer e reviro os olhos.

-Para de ser tão mandão, vem e se diverte. -Me levanto quase caindo, só não caio por Gui ter me segurado, aperto seus braços que são duros. -Sabe de uma coisa? Só não te perdôo porque meu ego é muito grande, mas você está mais gostoso do que antes.

-Não está falando coisa com coisa. -Ele diz e escuto apenas zumbidos, mas li seus lábios, está me dando uma vontade de beijar e morder essas duas coisas feitas por Deus e é isso que eu faço, mas ele recua. -Vamos para casa.

-Você está girando. Acho que vou desmaiar.

-Agora? -E então não vejo mais nada.

Não sei se vou conseguir deixar os dois separados e fazer a Mary sofrer menos. Muitas coisas vão acontecer e eu amo o casal MaGui.

O irmão do meu melhor amigo 2.0Onde histórias criam vida. Descubra agora