30° Capítulo

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Meu coração está acelerado, Gui está do mesmo jeito, sentado ao meu lado segurando minha mão a acariciando e sua perna esquerda balançando, minha respiração acelera quando ela me olha.

-Mary, você... Pode ficar tranquila que não está grávida. -Eu solto o ar que nem sabia que estava segurando.

-Tem certeza? Porque está atrasada? -Gui pergunta e ele aperta minha mão preocupado.

-É normal a menstruação atrasar durante um ou dois meses, mas tem que tomar cuidado, foi sorte de não ter um bebê agora.

-Posso marcar uma consulta para falarmos sobre voltar a tomar as pílulas? -Ela sorri.

-Claro, irei falar para minha secretária marcar um dia e te ligo.

-Tudo bem, obrigada. -Agradeço e nos despedimos saíndo do consultório e seguindo para o aeroporto da cidade mais próxima, demoramos cerca de uma hora por causa do trânsito e minha mãe me enviou uma mensagem falando que está em uma lanchonete no aeroporto.

Seguimos pelo lugar de mãos dadas procurando pelo nome da lanchonete, Gui olha em volta e sorri.

-Achei, eles estão ali. -Aponta para uma pequena lanchonete, seguimos até lá e sinto os olhares em mim assim como o namorado da minha mãe.

-Que roupa é essa? -Ergo uma sobrancelha quando ele pergunta.

-Mary? Que saudades. -Fala e quando vem me abraçar eu dou um passo para trás e ela fecha o sorriso, sei que estou sendo cruel, mas ela me abandonou quando mais precisava.

-Foi a primeira roupa que eu achei. -Falo para ele que me olha de cima a baixo, estou com uma saia de couro preta e um cropped branco, nos pés uso minhas botas de cano curto e salto grosso. -Estávamos atrasados e Gui estava me apressando.

-Você demora demais. -Fala e eu reviro os olhos.

-Vamos logo. -Puxo Gui, mas ele se solta e pega as malas de minha mãe, ando na frente seguindo para o meu carro e abrindo o porta malas.

-De quem é esse carro? -O cara pergunta e eu o olho.

-Meu. -Falo entrando no lado do motorista já que o Gui quem veio dirigindo.

Coloco uma música e espero todos entrarem, minha mãe vem ao meu lado e Gui atrás de mim, o olho pelo retrovisor e sinto sua mão apertando meu ombro, suspiro e saio dali.

Assim que chegamos em casa e minha mãe com Edgar descem, saio seguindo para casa. Estaciono e entro sem falar com ninguém.

-Amor? O que foi? -Nego e vou tomar um banho, não sabia que ver minha mãe sorrindo para aquele cara me faria agir assim.

Saio do banheiro enrolada em minha toalha, seco meu cabelo e enrolo as pontas, passo uma maquiagem leve e sigo para o guarda roupa pegando uma lingerie preta a vestindo em seguida.

-Acho que terei que dizer alguma coisa. -Falo vendo Gui com os cabelos molhados, tomou banho no outro quarto.

-Eu sei, ele te amava e vocês foram namorados então nada mais justo.

-Vou confessar tudo. -O olho e ele me encara.

-Como assim? -Pego meu vestido preto e os saltos.

-Contar tudo que eu passei, mas resumidamente.

-Acha que deveria? A família dele vai estar lá.

-Sei disso, mas não consigo guardar isso sem contar a família dele que pensam que Matheus é bom.

-Se você acha que é o certo então estou ao seu lado. -Lhe dou um sorriso quando ele beija minha têmpora, me ajuda a fechar o vestido e eu coloco meus saltos já que o velório vai ser no asfalto primeiro e depois ser enterrado, não vou ver o caixão sendo abaixado.

***

Acabamos de chegar no cemitério e eu coloco meus óculos de sol saíndo do Camaro, ando de mãos dadas com Gui cumprimentando as pessoas conhecidas e apresentando Guilherme.

-Gostaria de chamar aqui na frente para dizer algumas palavras, Mariany amiga e quem Matheus foi apaixonado. -Sigo para frente de todos e subo meu óculos na cabeça.

-Boa tarde. -Falo baixo, mas eles ouvem e respondem. -Devem estar se perguntando porque não estou chorando ou quase desmaiando de tristeza como estava no "velório" de Gui. -Olho para ele que está sério. -Não estou assim pois nunca senti tanto ódio por alguém como senti pelo Matheus.

-Como assim? -A mãe dele pergunta e minha mãe a consola me repreendendo com o olhar, Leonardo e seus capangas estão mais atrás com a tia de Matheus.

-Sim, ele pode ter me amado incondicionalmente, eu apenas o amei quando estávamos juntos, mas as vezes que ele tentou abusar de mim e me bateu, fez com que o ódio crescesse. -Confesso e todos me olham com horror.

-Foi você quem o matou! -Vejo Sarah ao longe.

-Não, mas achei bem feito e agradeço a quem fez isso. Matheus estava envolvido com drogas e bebidas, tentou me matar várias vezes e me estuprou depois de me torturar com facas e ferro quente, tenho marcas que podem revelar que isso é verdade.

-Se não o matou porque o seu carro é tão parecido com o do acidente? -Sarah está começando a me encher.

-Só porque gosto de carros assim não significa que naquele dia eu o matei, estava ocupada demais fugindo de Matheus que queria me matar. Ele colocou na cabeça que se não pode ficar comigo ninguém ficaria, estou aqui para dizer que Matheus não era o cara bom que vocês achavam que fosse e sim um criminoso, estuprador e torturador.

Saio de lá sendo seguida por Gui e meus amigos, me encosto no carro limpando as lágrimas, me lembro de tudo que Matheus me fez e não acredito que tudo tenha acabado.

-Está bem? -Gui me olha e eu concordo.

-Só veio todas as lembranças de uma vez.

-Você pode enganar todos, mas não à mim, sei que matou o Matheus. -Sarah vem em minha direção.

-Está louca, não foi eu e nem teria coragem de fazer isso.

-Não vai escapar dessa, irei atrás de você e espere por minha vingança. -Fala e volta para onde todos estão, olho para Rick que suspira me abraçando de lado.

-Guh, pode ficar para levar a minha mãe para casa? -Ele assente. -Vamos embora que eu quero preparar as coisas para nos mudarmos, não quero mais ficar nessa cidade. -Digo e Gui pega minha chave abrindo a porta para mim.

-Podem ficar se quiser. -Ouço Guilherme falar para Rick.

-Iremos esperar Guh e Vic, depois vamos para a casa de Matheus.

-Iremos dar um tempo para vocês. -Dani fala e Gui agradece seguindo para o motorista, coloco cinto e seguimos para casa.

-O que quer fazer? -Pergunta assim que me jogo no sofá.

-Estava pensando em procurar uma faculdade e nos mudarmos para Jaguariúna. -Falo e ele sorri pegando o notebook da mesa de centro e eu o abraço de lado.

-Já que você vai me obrigar vamos ver quando abrem as matrículas. -Lhe dou um beijo e ele sorri, começamos a procurar faculdades e com certeza vai ser a de Jaguariúna, não vejo a hora de ter nosso apartamento ou casa apenas para nós dois.

E está chegando ao fim, mas se preparem pois terá a última temporada e Mary vai sofrer e vai lutar muito.

Quarta que vem vai ser o último e na outra quarta terá o epílogo não se esqueçam. Ja estou fazendo a capa, sinopse e também o trailer então nao percam.

Obrigada por estarem gostando 😍😘

O irmão do meu melhor amigo 2.0Onde histórias criam vida. Descubra agora