INÍCIO

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Meu nome é Lunna Black, tenho 16 anos e, graças a Deus, ainda não encontrei meu companheiro. Sei que quando o encontrar, vou sofrer muito; tenho certeza de que ele vai me rejeitar. Talvez você esteja se perguntando como eu sei disso. Sou diferente das outras meninas aqui da alcateia Céu de Sangue. Estou acima do peso, o que não me incomoda, exceto quando me perturbam, me chamando de gorda, balofa e outros nomes. Moro com meu pai, Pedro Black, e minha mãe, Elena Black. Tenho três irmãos: Sarah, a mais velha; Jorge, o segundo mais velho; e Felícia, que é apenas um ano mais velha que eu. Meus pais são maravilhosos, um casal exemplar, sempre dedicado à família. Sarah é amável comigo e me ajuda em tudo. Jorge é muito protetor e um irmão ciumento, embora eu nem entenda por quê, já que não sou nada atraente. Felícia é o oposto deles: patricinha, mesquinha, arrogante, vive apenas para os amigos. Ela tem vergonha de ser pobre e, pior ainda, vive jogando na minha cara que tem vergonha de mim e que meu companheiro também terá. Sempre brigamos, mas, apesar de tudo, somos felizes.

Acordo às 6:00 da manhã com o despertador tocando. Levanto, corro para o banheiro e faço minha higiene. Tomo banho correndo e vou para a cozinha tomar café da manhã. Meus pais fazem questão de tomarmos juntos, mesmo sendo a família mais pobre da alcateia. Nossa casa é grande e cada um tem seu próprio quarto, o que é bom, pois brigamos muito. Vamos para a escola, que é um pouco longe, mas sempre vou a pé. Sarah e Jorge já terminaram os estudos, e eu e Felícia estudamos na mesma sala. Mesmo sendo um ano mais nova, consegui avançar devido a saber ler e escrever desde os 3 anos de idade; entrei um ano mais cedo na escola. Este ano, terminaremos os estudos. Eu gostaria de fazer faculdade, mas, infelizmente, meus pais não têm condições.

Chego na escola e encontro minha única amiga, Elisa. Não sei por que, mas ela gosta de ficar comigo. Ela é filha do alfa da nossa alcateia e super respeitada, e, claro, ninguém ousaria mexer com a filha do alfa. Quando estou com ela, é a única hora em que não mexem comigo, exceto pelo irmão dela, Pietro. Ele é lindo, maravilhoso, mas sempre me humilha, principalmente na frente dos colegas.

Chega a hora do intervalo, e vamos para o pátio.
- Lunna! - escuto Elisa me chamar.
- Vamos para minha casa hoje. Podemos ficar na piscina. Vai ser legal - Elisa insiste. Tento recusar, mas ela insiste ainda mais:
- Já liguei para seus pais, e eles deixaram.
- Tá bom, eu vou - respondo e vou até minha irmã para avisá-la.

Quando chego até ela, já vou chamando:
- Felícia! - chamo. Ela apenas olha e diz:
- O que você quer, bolota? - Suas amigas riem, como sempre. Fico olhando para ela, e Felícia continua:
- Não me olhe assim. Se você fizesse regime, já estaria magra, quem sabe até com um corpo igual ao nosso - diz, dando uma volta. Realmente, ela tem um corpo lindo e definido.
Digo a Felícia:
- Estou indo para a casa da Elisa, nossos pais já sabem.
Como sempre, ela responde:
- E eu com isso?
- Estou te dizendo para você não me esperar.
- Sério? Desde quando espero por um hipopótamo? Imagina eu e um hipopótamo andando juntas.

Como sempre, ela me humilha na frente de suas amigas. Saio dali tentando não chorar, não quero estragar meu dia. Vou até Elisa, que me olha, já me conhecendo:
- Lu, o que foi?
- Nada, Lisa, não aconteceu nada.
- Lunna, te conheço desde que nasci. Diga ou terei que ir perguntar para a nojenta da sua irmã - ela fala me olhando.
- O de sempre - respondo.
- Por que você não deixa eu falar com meu pai? Você sabe que ele iria resolver isso, e todos parariam de te atacar.
- Te proíbo de fazer isso. Se fizer, eu sumo.



Gordinha e seu supremo alfaOnde histórias criam vida. Descubra agora