Gordinha e seu supremo alfa

PISCINA

Ao chegar na casa da Elisa, fomos direto para a piscina. Entrei de roupa, pois tenho vergonha do meu corpo. Ficamos ali conversando sobre várias coisas, até que ela entrou em um assunto que me incomoda muito.

- Não vejo a hora de encontrar meu companheiro - diz Elisa, toda feliz.
- Eu não tenho nenhuma pressa.
- Mas acabará encontrando, querendo ou não.
- Espero que não - respondo, um pouco nervosa.
- Você tem problema, Lunna. Fala sério, até quando vai ficar com essa palhaçada? Você não pode fugir do seu destino. Vai encontrar seu companheiro, e ponto final.
- Por que você me diz isso? O que eu fiz para merecer? Encontrar ele para ser rejeitada?
- Lunna, você sofre por antecipação. Não vai ser nada disso, você vai ver. Você é linda, sim. Para com isso - diz ela, um pouco irritada.
- Sério mesmo que vai ficar me dizendo essas coisas? Vamos mudar de assunto. Não quero saber disso.
- Desculpa.
- Tudo bem.
- Não queria que você ficasse chateada. Você sabe que te considero como uma irmã. Não consigo ficar longe de você. Você é a única que esteve do meu lado quando minha mãe morreu.
- E sempre estarei. Você também sempre foi uma irmã para mim, sempre me protegendo, sempre ao meu lado. Obrigada por existir.

Estávamos nadando quando Elisa saiu para buscar algo para comermos. Fiquei sozinha na piscina quando o irmão dela, Pietro, apareceu. Meu Deus, que lindo! Tudo de bom, com aquele tanquinho à mostra. Meu Deus, que abdômen é esse! Tento evitar olhar, mas ele percebe.

- Gostou do que viu, Lunna? - diz ele, vindo em minha direção. Tentei me afastar, mas ele foi mais rápido.
- O que foi? Tá com medo? Quer passar a mão? - Ele pega minha mão e coloca sobre seu abdômen. Tiro a mão e tento sair da piscina, mas ele me puxa, segurando meu queixo.
- Você é louca? Tá indo para onde, Lunninha? Estou te dando a oportunidade de tocar um abdômen desses e você rejeitando? Você acha que vai ter outra chance? Me diz, gorda desse jeito jamais. Cadê seu biquíni? O que foi, não cabe? Ou ficou com vergonha do seu corpo? - Ele começou a rir.
- Deixe de ser ridículo! Quem você acha que é para fazer isso comigo? - disse, empurrando-o para longe. Nem sei como consegui tanta força. Saí da piscina, mas senti um puxão.
- Eu que pergunto, quem você acha que é para me tratar assim? Serei o futuro alfa dessa alcateia. Você está me desafiando, Lunna. Devia era pedir perdão pelo que fez, ridícula!
- Não tenho que fazer nada! Me deixe em paz, seu ogro! - disse, tentando me soltar.

Mas ele apertou mais meus punhos, deixando-os roxos. Quando olhei para ele, vi que seus olhos estavam cheios de ódio. Então, consegui me soltar e corri.

Entrei na floresta, me transformei e corri muito. Killa estava precisando disso. Killa é minha loba. Nos conhecemos este ano, aos meus 16 anos, que é quando nos transformamos. Ela é totalmente diferente de mim, é linda. Corri até ver minha casa e me transformei em humana novamente. Entrei e vi todos me olhando.

- Lunna, o que houve? - perguntou minha mãe, preocupada.
- Nada, mãe. Por quê?
- Elisa ligou, disse que você saiu correndo - respondeu, com todos me observando.
- Não foi nada, mãe, só lembrei que precisava fazer uma lição de casa. Posso ligar para ela? - perguntei, e ela concordou com a cabeça.

**Ligação:**

- Alô.
- Lisa?
- Lunna! Meu Deus, fiquei preocupada. O que aconteceu?
- Nada, só lembrei que tinha que fazer a lição de casa. Você estava demorando, então pedi para avisarem você - disse, torcendo para que ela acreditasse.
- Tudo bem, mas da próxima vez me espere. Preciso de uma ajuda sua.
- Qual ajuda?
- Meu pai vai dar um baile na alcateia e queria que você fosse comigo comprar o vestido.
- Que legal! Mas quando será o baile?
- Depois de amanhã.
- Então, quer que eu vá amanhã com você comprar?
- Sim,
- vou avisar minha mãe.

Desliguei o telefone e fui até minha mãe pedir autorização para acompanhar Elisa.

- Mãe, amanhã, depois da escola, posso ir com a Elisa? Ela vai comprar um vestido.
- Sim, filha, pode. Já fiquei sabendo do baile. Tenho certeza que é para isso o vestido, né?
- Sim, mãe. Ela disse que quer ficar linda.

Fui para o meu quarto dormir.

Já era dia, acordei um pouco atrasada, corri para tomar banho e desci para o café. Tomei e fui seguindo para a escola. No meio do caminho, encontrei ele, o irmão de Elisa.

- Pietro, o que você quer?
- Queria ver sua cara depois de ontem.
- Sei... mas o que mais?
- Você sabe do baile que vai ter amanhã, né?
- Sei, Pietro.
- Se tivesse sido boazinha comigo ontem, eu iria te levar.
- E quem disse que eu queria ou quero ir com você? - ele ficou nervoso.
- Tá louca? Tá achando o quê? Quer morrer? Esqueceu de ontem? - disse, e eu comecei a me lembrar. Quando olhei para ele, seus olhos já estavam querendo virar lobo. Ele veio até mim, me empurrando contra uma árvore. Senti minhas costas doerem. Ele chegou bem perto do meu ouvido e sussurrou:
- Lunna, deixa eu te fazer um favor. Deixa eu te fazer mulher. - Empurrei ele e corri em direção à escola. Olhei para trás e não o vi mais.

Chegando na escola, ouvi os gritos da Elisa.

- LUNNNNNAAAAA!

Fui correndo e seguimos para a sala. Hoje, nem prestei atenção na aula, fiquei pensando no que aconteceu. E, ainda por cima, na hora do intervalo, Pietro não conseguiu desviar os olhos de mim.