Eduardo
Estava caçando Tiffany com os demais. A equipe inteira havia se reunido, mas apenas as mulheres permaneceram em casa. Havíamos vasculhado todos os lugares próximos, mas nada dela. O cheiro dela estava se tornando fraco, um sinal de que estava se afastando. Não podia deixá-la fugir. Decidi que não iríamos descansar até encontrá-la. Danilo, Júlio, Pietro, Pedro, Jorge e muitos outros lobos estavam em minha busca, determinados a rastreá-la. Eu estava disposto a ir longe, até mesmo atravessar fronteiras se fosse necessário. Esta seria nossa segunda noite fora de casa, e eu não me importava com quantas noites mais iríamos passar. O que realmente me importava era ter a certeza de que conseguiríamos capturar aquela desgraçada.
Sentia-me culpado por sua vinda, por tê-la colocado no caminho de Lunna. Conhecia Tiffany muito bem e sabia do que ela era capaz. Ela não tinha mais nada a perder, e seu passado era repleto de dor. Havia perdido seu companheiro e, em nossa última briga, ela me ameaçou, dizendo que acabaria com a minha companheira caso a encontrasse. Ela me fez acreditar que eu seria somente dela. Fui o maior culpado por ter alimentado essa ideia nela.
Pedi para os meninos voltarem, liberando-os para que ficassem com suas famílias. Somente os guardas permaneceriam. Júlio e Pedro se opuseram, afirmando que não iriam me deixar caçar sozinhos, que todos estavam ao meu lado. Tentei obrigá-los a voltar, mas foi inútil. Júlio afirmou que preferia morrer a se afastar de mim. Então, mandei Pietro retornar e cuidar das mulheres. Ele tentou resistir, mas não teve escolha, e voltou com alguns dos guardas.
Continuamos a busca, viajando para longe, e a agonia começou a me consumir. Tiffany era imprevisível, e eu sabia que, enquanto ela estivesse solta, Lunna estaria em perigo. A certeza de que Tiffany voltaria atrás de Lunna me deixou inquieto. Ao sair do quarto de Lunna, a imagem dela assustada ficou gravada na minha mente, e a preocupação crescia. Era por bem dela, mas eu precisava encontrar aquela desgraçada e pôr um fim nisso tudo.
Comecei a sentir um aperto no coração, um aperto que sabia bem que significava que Lunna precisava de mim. Algo estava acontecendo com ela, e eu precisava ir ao seu encontro. Olhei para meu irmão e disse que voltaríamos. Ele não entendeu imediatamente.
— O que aconteceu, Eduardo? — Júlio perguntou, a preocupação evidente em sua voz.
— Eu não sei, mas preciso voltar — respondi, tentando transmitir a urgência da situação.
— Nós continuamos e você volta — insistiu Júlio.
— Não, voltaremos todos — reafirmei, com firmeza.
— Eduardo, você não está entendendo. Nós continuamos a busca e você volta — disse ele, impaciente.
— Eu ordeno que voltem todos — declarei, já perdendo a paciência.
— Se é o que você quer, não irei discutir — Júlio cedeu, mas ainda parecia relutante.
— Precisamos ter certeza de que as mulheres estão bem. Estou sentindo que Lunna precisa de mim — disse, a preocupação transparecendo na minha voz.
— Eu preciso ver Lissa — completou o alfa Danilo, sua expressão igualmente preocupada.
— Ótimo, então voltaremos — finalizei nossa conversa. Estávamos retornando para casa, e enquanto isso, explicava aos meninos que assim que chegássemos, precisaríamos ligar para todas as alcateias, pedindo que todos ficassem atentos. Mais cedo ou mais tarde, Tiffany apareceria, e não teria paz até colocar minhas mãos sobre ela. O pensamento de ter me envolvido com uma mulher como ela me enchia de raiva. Eu precisava proteger Lunna a todo custo.
— Você sabe que terá que ensinar a Lunna a lutar — disse Júlio.
— O quê? Quem? — respondi, confuso.
— Lunna. Ela precisará aprender a se defender. Você é o único que pode ensiná-la, principalmente agora — explicou.
— Eu já planejava isso, mas queria esperar até irmos para minha alcateia — disse a ele, ainda hesitante.
— Meu irmão, as coisas mudaram. Lunna está em risco de vida. Tiffany prometeu que mataria ela.
— Eu sei, e tenho que fazer isso. Assim que chegarmos, irei conversar com ela — assegurei.
— Supremo, você terá que falar com ela sobre tudo, principalmente agora que a lua cheia está se aproximando. Ela precisa ser marcada. Não apenas Tiffany pode fazer mal a ela; se os outros souberem que ela ainda não foi marcada, virão para tomar seu lugar — alertou Pedro, pai de Lunna.
— Você está correndo esse risco, meu irmão. Todos sabem que este é o momento de atacar. Você não pode se formar por completo, está em perigo — completou Júlio, a seriedade de suas palavras ecoando na minha mente.
— Eu sei, mas ela está muito assustada — repliquei, a preocupação transbordando em minha voz.
— Mesmo assim, se você tivesse rejeitado ela, não estaria correndo o risco de perder o poder, nem enfrentando essa ameaça. A Mãe da Lua já faz isso para que não haja demora. Se você marcá-la logo, ninguém poderá com ela. Você, meu irmão, carrega um fardo maior. Você é o Supremo e precisa arcar com suas obrigações, assim como ela, como sua LUNA. A companheira do Supremo deve arcar com as responsabilidades dela. Esse ritual só fará bem a vocês dois — disse Júlio, sua sabedoria ressoando em minha mente.
Era verdade, mas não poderia chegar exigindo dela. Ela havia sofrido demais. Teria que esperar o momento dela. A lua cheia já estava chegando, e eu precisaria encontrar uma bruxa para cuidar disso.
— Não vou forçar nada, e muito menos obrigá-la. Quando ela estiver pronta para ser a LUNA de todos, ela será — afirmei.
— Tudo bem, Eduardo, se é isso que você quer, tudo bem. Mesmo assim, ela terá que saber toda a verdade, porque a escolha é dela. Você não é apenas um ALFA; você é o SUPREMO. Você é o ALFA dos ALFAS, e é mais poderoso do que qualquer um. Todos sabemos que o único jeito de derrubar um Supremo é nesse momento, quando encontra sua companheira — explicou Júlio. Contudo, mantive minha posição. Só a marcaria quando ela estivesse pronta.
Finalmente, chegamos em casa. Encontramos os guardas e conversamos sobre as movimentações que haviam observado. Eles disseram que não viram nada, que haviam feito o que pedi e checado todos os cômodos. As mulheres estavam seguras em seus quartos, e essa notícia me trouxe um alívio momentâneo.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Gordinha e seu supremo alfa
Loup-garouEla uma menina diferente das demais meninas da alcateia céu de sangue. Ele supremo alfa de todas as alcateia Ela sempre sendo humilhada por ser gordinha, mesmo sendo uma gordinha linda, por não ter muitos amigos, por ter menas condições financeiras...