O QUE SERÁ DE NÓS.

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Lunna

Acordei e, para meu desespero, tudo estava exatamente igual. Nada foi um sonho. Era pura realidade, e não havia como fugir. Eu me pegava pensando, com frequência, no que faria se Tiffany realmente cumprisse as ameaças feitas naquela carta. Eduardo estava determinado a encontrá-la, e sei que ele não descansará até conseguir. Isso me traz um certo alívio. Mesmo assim, o medo me acompanhava como uma sombra constante. Naquela manhã, Eduardo saiu novamente com seus guardas, como vinha fazendo nos últimos meses.

4 Meses Depois

Agora, com a barriga enorme, o nascimento do nosso bebê podia acontecer a qualquer momento. Continuávamos na casa do tio Júlio, já que Eduardo ainda não havia encontrado Tiffany. Ele se dedicava incansavelmente à busca, saindo todos os dias e viajando para outras alcatéias. Contudo, ainda não havia nenhuma pista dela. Todos à minha volta estavam em alerta, sempre cuidando de mim. Não posso nem sair para tomar um pouco de ar fresco sem alguém ao meu lado. Isso tem me deixado muito frustrada, e eu e Eduardo temos brigado com frequência. Eu só quero paz, poder viver sem medo, mas ele insiste para que eu tenha mais paciência, que tudo isso é para o bem do nosso bebê. E, no fundo, eu sei que ele está certo.

Ainda assim, eu acredito que Tiffany não seria louca de tentar algo aqui, na nossa alcatéia, sabendo que estamos todos preparados para enfrentá-la. As meninas, Lissa e Felicia, sempre tentam me animar. Estão constantemente ao meu lado, e nossas conversas me ajudam a aliviar o estresse. Felicia, inclusive, desconfia que pode estar grávida novamente. Eu e Lissa ficamos boquiabertas quando ela contou. Imaginar Felicia com três bebês era surreal, mas ela estava radiante com a possibilidade. Ela nos disse que, se estiver mesmo esperando outro filho, será o maior presente que poderia receber. Nunca imaginou que amaria tanto ser mãe.

Conversamos sobre o passado, o presente e o futuro, e sobre como queríamos que tudo se resolvesse para que pudéssemos viver em paz. Era tudo o que eu mais desejava: uma vida sem medo, sem sombras do passado.

Já era madrugada e eu não conseguia dormir. O bebê estava inquieto, se mexendo sem parar dentro de mim. De repente, senti uma dor forte no pé da barriga. A dor persistia e eu não sabia o que estava acontecendo. Não queria acordar Eduardo, então decidi caminhar um pouco pelo quarto para ver se a dor aliviava. Mas foi quando senti algo escorrer pelas minhas pernas que percebi: a bolsa havia estourado. O bebê estava chegando.

Eduardo, acorde! — gritei, desesperada.

Ele deu um pulo da cama, em estado de alerta, achando que alguém havia invadido o quarto.

O que foi? O que aconteceu? — ele perguntou, os olhos percorrendo o ambiente em busca de perigo.

A bolsa estourou.

Ele olhou para mim, ainda confuso.

Você me acordou por causa de uma bolsa? Se perdeu, depois a gente compra outra...

Eduardo, o bebê vai nascer!

Foi só nesse momento que ele percebeu o que eu estava dizendo. Seu rosto mudou completamente.

Vou chamar ajuda! — disse ele, saindo correndo do quarto.

Pouco tempo depois, Eduardo voltou com minha mãe, Felicia, Lissa e o médico. Ele nos deixou no quarto e desceu para a sala, nervoso e ansioso. O médico me pediu para deitar na cama para começar o processo. As meninas ficaram ao meu lado, me apoiando, e ali eu comecei a sentir as fortes contrações. Foram duas horas de muito esforço, e então, finalmente, ouvimos o som mais lindo do mundo: o choro do nosso bebê.

Todas nos emocionamos. O médico sorriu e, ao me entregar o bebê, disse:

É uma menina. Uma menina muito forte.

Quando a segurei em meus braços, senti uma onda de amor tão intensa que mal podia acreditar. Não poderia viver sem ela, nunca mais. A porta se abriu, e lá estava Eduardo, parado, nos observando com um sorriso enorme no rosto e lágrimas nos olhos.

Eu sabia que seria uma menina. — disse ele, enquanto a pegava no colo com todo o cuidado do mundo.

Todos entraram para conhecer nossa pequena, babando em cada detalhe dela. Minha vida estava completa. Eduardo mal podia esperar para apresentar nossa filha à alcatéia e escolher seu nome oficialmente.

10 Dias Depois

Finalmente, o grande dia da apresentação havia chegado. A tradição exigia que nos preparássemos para o evento, e eu, Eduardo, e nossa pequena teríamos um papel central. Deixei nossa bebê aos cuidados da babá, uma mulher confiável que havíamos escolhido para cuidar dela. A babá e nossa filha ficaram no quarto enquanto eu me arrumava para o momento especial.

No instante em que a segurei antes de deixá-la com a babá, senti um aperto no coração. Algo me dizia que eu não deveria me afastar dela, mas ignorei essa sensação.

Mamãe já volta, minha estrelinha. — sussurrei, beijando sua testa antes de entregá-la à babá.

E assim saí, me preparando para o evento, sem saber que o futuro reservava algo que poderia mudar nossas vidas para sempre.

Gordinha e seu supremo alfaOnde histórias criam vida. Descubra agora