— Então estamos entendidos; podemos conviver como se nada tivesse acontecido — finalizou Eduardo, pegando um copo de suco na geladeira. Ficamos encarando um ao outro quando, de repente, a campainha tocou.
A Nana foi atender, e eu e Eduardo voltamos para a sala. Sentei ao lado de Felícia, enquanto ele ficou na porta, sem tirar os olhos de mim.
— Senhor supremo, é para o senhor — Nana voltou dizendo.
— Já estou indo, Nana, muito obrigada — respondeu, se dirigindo à sala onde recebemos as visitas, que ficava bem ao lado. Ele saiu e demorou um pouco, depois voltou com a visita. Todos pararam o que estavam fazendo para olhar. Eduardo apresentou a nova chegada:
— Pessoal, quero que conheçam Tiffany.
Todos a cumprimentaram. Ela era linda; confesso que me incomodou um pouco, talvez pelo fato de estar rodeada por todos. Parecia que nunca ninguém havia vindo aqui. Bufei e saí, preferindo esperar Elissa no corredor do que ficar aqui vendo essa cena ridícula.
Tiffany
Estou no corredor, chegando próximo do quarto de Elissa, quando escuto um grito vindo de lá.
— VOCÊ VAI, ELISSA, NEM QUE EU TENHA QUE TE ARRASTAR PELOS CABELOS! — reconheço a voz: é do alfa Danilo.
— VOCÊ NÃO É NEM LOUCO! IREMOS NÓS DOIS ENTRAR EM UMA GUERRA, JÁ QUE NÃO TENHO AJUDA DA MINHA FAMÍLIA! — Elissa grita.
— Não me coloque no meio, Elissa! Já te disse que a amo, mas ele é seu companheiro e tem o direito de te levar. Não posso fazer nada perante isso — fala Júlio.
— EU NÃO SEI O QUE VOCÊ MAIS QUER! EU E SEU PAI JÁ CONVERSAMOS, JÁ RESOLVEMOS NOSSAS DIFERENÇAS, PERDOAMOS UM AO OUTRO, ESTAMOS EM PAZ! TUDO POR VOCÊ, TUDO PARA O SEU BEM!
— NÃO QUERO SABER! ELE TE PERDOOU, MAS EU NÃO TE PERDOEI E NEM VOU TE PERDOAR! VOCÊ TIROU MINHA MÃE DE MIM! E SE CONTENTE EM ESTAR VIVO! TINHA PROMETIDO QUE MATARIA O ASSASSINO DELA!
— ELISSA, PARA COM ISSO! CHEGA, JÁ DEU! EU NÃO SABIA QUE NO FUTURO SERÍAMOS COMPANHEIROS!
— TE ODEIO! SAIA AGORA DO MEU QUARTO! SAIA! — comece a ouvir barulhos de coisas sendo quebradas.
— Elissa, para! Você pode se machucar! Filha, para!
— SAIA OS DOIS AGORA! SAIA!
— CHEGA, JÁ DEU! — ouço a voz do alfa.
— Danilo, solta ela! Você pode machucar ela! — diz Júlio.
— ELA VOLTARÁ COMIGO AINDA HOJE!
— ME SOLTA! VOCÊ ESTÁ ME MACHUCANDO! ME TIRE DO SEU OMBRO! EU NÃO VOU PRA LUGAR NENHUM COM VOCÊ! PAPAI, FAÇA ALGUMA COISA!
— Ele não fará nada, Elissa. Foi você quem procurou por isso. — De repente, ouço um barulho e começo a ouvir os choros da Elissa.
— Ai, ai, por que fez isso? Ai, tá doendo!
— Você não pediu pra te soltar? Te soltei. Agora vou arrumar suas coisas e nós iremos embora.
— Danilo, calma! Deixe ela descansar, e vocês irão pela manhã — diz Júlio. Elissa está me preocupando; ela não para de reclamar de dor. Então decido ter certeza de que está tudo bem com ela e bato na porta.
— QUEM É? — pergunta o alfa Danilo.
— Desculpe, sou eu, Lunna.
— O QUE VOCÊ QUER AQUI? JÁ DISSE PARA ESPERAREM LÁ EM BAIXO! — ele fala. Eu fico sem ação; iria voltar lá pra baixo, mas Elissa começa a me chamar.
— Lunna! Socorro! Lunna!
Não penso duas vezes e entro no quarto, indo em direção à Elissa, que estava encolhida no chão, com a mão na barriga.
— O que houve aqui? — digo, tentando levantá-la.
— Iremos embora agora, é isso! E sobre eu ir amanhã com ela, Júlio? Não quero correr o risco dela fugir, principalmente com a ajuda dessas duas loucas! — finalizou, irritado.
— Lunna, tá doendo! Tá doendo muito! — Elissa diz, chorando.
— Lissa, o que aconteceu?
— Ele me soltou e eu caí no chão! Tá doendo! E agora?
— Calma, não deve ser nada. Vou chamar o médico! — digo, indo em direção ao telefone, mas sou parada pelo alfa Danilo.
— O que vocês estão aprontando? O que está acontecendo? — diz, apertando meu braço. Puxo meu braço com força e ele solta.
— Nunca mais ousa tocar em MIM! — digo, já enfurecida, e continuo. — E reze para ela não perder o bebê! Reze para não perder seu filho ou eu mesma irei te matar! — digo, muito nervosa. Estou irritada, e a minha vontade era de arrancar a cabeça dele.
— COMO ASSIM, MEU FILHO???
— SIM, SEU FILHO! ELA ESTÁ GRÁVIDA! — digo e vejo sua cara de assustado. Ele vai para o lado dela e começa a falar com ela, então a pega no colo e a coloca na cama. Consegui falar com o médico, e ele disse que estava a caminho. Quando olho para a cama, vejo Elissa deitada, Júlio e Danilo ao lado, segurando a mão dela e pedindo para que ela tenha calma.
Passou um tempo e o médico chegou. Quem o trouxe até o quarto foi o supremo. Ele entrou sem saber o que estava acontecendo e ficou encarando toda a situação. Então veio em minha direção, me puxou pelo braço até o corredor para saber o que havia acontecido. Disse tudo o que tinha acontecido, e ele ficou boquiaberto. Olhamos para dentro e vimos o desespero dos três; Júlio, Danilo e Elissa estavam com semblantes preocupados. Ficamos ali parados, esperando a resposta do médico. Então ele decidiu perguntar:
— Lunna, por que você saiu da sala?
— Porque eu quis! Então eu saí.
— Lunna, eu vi que você se incomodou com a chegada da Tiffany.
— E por que isso me incomodaria? Quero mais que o senhor e ela sejam felizes! — digo, mas por dentro, quero mais que os dois sejam muito, muito infelizes. Vejo um sorriso no rosto do Eduardo, que vem em minha direção, já me colocando contra a parede.
— Lunna, eu sei quando você mente. Por que não diz logo que está com ciúmes? Por que não confessa logo?
Fico ainda mais irritada com ele. Sim, no fundo ele tem razão, ou sei lá, fiquei sim com ciúmes daquela mulher ao lado dele. Mas ele é muito convencido, e isso me deixa ainda mais irritada. Acabo dando um tapa na cara dele.
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Gordinha e seu supremo alfa
Kurt AdamEla uma menina diferente das demais meninas da alcateia céu de sangue. Ele supremo alfa de todas as alcateia Ela sempre sendo humilhada por ser gordinha, mesmo sendo uma gordinha linda, por não ter muitos amigos, por ter menas condições financeiras...