LUNNA
Alguém bate na porta.
— Pode entrar.
— Senhor, precisamos do senhor — diz o guarda para Eduardo.
— O que aconteceu? — ele pergunta.
— Senhor, preciso falar em particular.
— Não, pode dizer na frente dela.
— Senhor, a prisioneira fugiu.
— O QUÊ? COMO ASSIM? COMO TIFFANY FUGIU? — Eduardo grita, e congelei ao ouvir aquelas palavras. Como pode aquela louca ter fugido? E se ela vier atrás de mim? Eduardo me olha, mas antes manda o guarda sair, dizendo que logo sairia.
— Lunna, prometo achá-la, prometo te proteger — ele diz, e começo a chorar. As probabilidades de ela vir atrás de mim são altas. Sei o quanto ela quer vingança por ter tirado o supremo dela. Ela jamais nos deixará em paz. Eduardo se senta ao meu lado e me abraça.
— Calma, calma, Lunna. Eu irei achá-la, prometo acabar com ela — diz ele, mas não consigo responder, apenas quero chorar.
— Lunna, preciso ir resolver isso. Preciso que você se acalme, preciso ter certeza de que você ficará bem — ele diz, e entre lágrimas eu respondo:
— Po-pode ir, só so-so chama mi-minha mã-mãe.
Eduardo vai até a porta e pede para o guarda que estava esperando que saísse para chamar minha mãe. Estou muito assustada, preocupada com tudo que pode acontecer caso não a encontrem. Poucos minutos depois, minha mãe entra. Eduardo me dá um beijo na testa e sai em seguida, pedindo para minha mãe que, caso aconteça algo, o chamem. Ela me deu um remédio para eu dormir, e logo acabei pegando no sono, entrando em um sonho.
SONHO.
Estava correndo e vi uma garotinha chorando. Tentei chegar perto dela, mas não consegui. Ela chorava muito, e então vejo uma mulher sendo arrastada pelo braço com muita força. Não consigo ver o rosto da mulher. Tentei chegar mais perto para ajudar aquela pequenina, mas não consigo. Ela grita "Socorro", mas eu não consigo ajudar. Sinto meu coração doer por não poder fazer nada. Uma senhora se aproxima de mim e segura meus ombros. É então que acordo.
SONHO EM OFF.
Acordo assustada com o sonho, tentando entender onde estou. Lembrei que estava em casa, já havia amanhecido. Levantei e decidi tomar um banho para despertar. Entrei no banheiro, tirei a roupa que haviam colocado em mim, olhei no espelho e percebi que a marca da faca já havia sumido. Nem parecia que tinha levado uma facada. Tomo um susto ao ver minha mãe entrando.
— Mãe, que susto! — disse a ela, dando um pulo para trás.
— Calma, só não bati na porta porque achei que ainda estava dormindo e quando vi que não estava na cama decidi vir ver no banheiro. Agora me diga, o que está aprontando? Era pra doninha estar dormindo ou deitada na cama?
Aproveitei que minha mãe estava ali e mostrei o local da cicatriz para ela.
— Mãe, olha, sumiu!
Ela sorri e diz:
— Esses são os benefícios de ser a companheira do supremo.
— Como assim?
— De se curar mais rápido, de ter mais força. O poder que vocês dois têm juntos, a força que aumentou ainda mais.
Conversamos mais algumas coisas e rimos juntas. Tomei um banho, coloquei uma roupa mais confortável e queria sair um pouco daquele quarto. Não aguento mais ficar aqui dentro. Conte sobre o sonho com a minha mãe, que também ficou sem entender. Decidimos descer para tomar café, e chegando lá, todos se assustaram ao me ver.
— Lunna, meu Deus, como você está? — perguntou Lissa, com uma cara de espanto.
— Estou bem — respondi, e ela soltou um suspiro de alívio antes de me abraçar.
— Mas você deveria estar deitada! O médico disse que você deveria descansar — Felícia diz em tom de repreensão.
— Calma, minha irmã, sei que você sentiu minha falta — digo piscando para ela, e ela sorri, vindo me abraçar também. Levo um tapinha dela no braço.
— Que bom que você está bem, Lunna. Fico feliz — diz Nana, enquanto me sento em uma das cadeiras.
— Cadê os meninos?
— Foram atrás da Tiffany, estão à sua procura.
— Ainda não tiveram nenhuma notícia dela? — perguntei.
— Não — responde Felícia.
— Como ela fugiu?
— Ela fingiu passar mal. Quando um dos guardas foi ajudá-la, ela apagou ele — respondeu Elissa.
— Ela simplesmente fugiu — disse minha mãe, mas Felícia explicou:
— Eduardo ensinou ela a lutar. Ele disse que jamais imaginou o que ela poderia fazer, muito menos que usaria isso para um lado ruim. Ele nunca pensou que ela fosse tão esperta a ponto de enganar um guarda e conseguir fugir.
Não consigo imaginar que ela seria tão astuta. Fico preocupada: e se ela viesse tentar me matar de novo? Como viver em paz? E agora, onde será que ela está? Por que ainda não a acharam?
— Filha, coma alguma coisa, por favor. Não se preocupe, eles irão achá-la — diz minha mãe, me tirando dos pensamentos. Terminamos de tomar café e decidimos esperar na sala assistindo TV. Estamos cercadas de guardas. Quando digo cercadas, é muito mesmo. Tem guardas até aqui dentro. Qualquer lugar da casa que decidimos ir, eles querem entrar primeiro para ter certeza de que estamos seguras.
As horas passam e nada deles chegarem. Estamos muito preocupadas; ninguém dá nenhuma notícia. Os guardas nunca sabem de nada, principalmente quando pedimos para esperar o supremo chegar. Não nos deixam sair para fora, dizendo que foi ordem do alfa Pietro e do supremo. Eles disseram que nem os empregados poderiam sair. Chega a dar até raiva, mas sei que é para nosso bem.
Fomos almoçar e ainda nada deles. A cada minuto, ficamos mais ansiosas. Não consigo mexer na comida; preciso primeiro ter certeza de que está tudo bem com eles. Voltamos para a sala à espera deles, decidindo jogar alguns jogos para ver se conseguimos nos distrair. Chegou a hora de jantar e nada deles. Estou sem fome; tentei comer, mas nada desceu pela garganta. Voltamos para a sala e ainda nada deles chega. Minha mãe decidiu que deveríamos ir para o quarto. Tentamos dizer não, mas ela nos obrigou. Cada uma foi para seu quarto, e os guardas entraram primeiro. Só podíamos entrar depois que eles dissessem que estava limpo.
Entrei no quarto e fui direto para o banheiro tomar um banho. A água estava tão gostosa que decidi demorar. Fiquei um bom tempo debaixo da água, pensando em tudo que aconteceu. Como pode minha vida ter virado do avesso? Como pode tudo isso ter acontecido comigo? Eu, a companheira do supremo. Ele, o meu companheiro. Nunca imaginei que isso pudesse acontecer. Tiffany, onde será que ela poderia estar? O que ela seria capaz de fazer a mais?
Saí do banheiro com essas perguntas na cabeça e fui direto ao closet pegar uma roupa confortável para vestir. Estava saindo quando me deparei com alguém no quarto.
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Gordinha e seu supremo alfa
Hombres LoboEla uma menina diferente das demais meninas da alcateia céu de sangue. Ele supremo alfa de todas as alcateia Ela sempre sendo humilhada por ser gordinha, mesmo sendo uma gordinha linda, por não ter muitos amigos, por ter menas condições financeiras...