Queria ver se ela teria coragem de olhar nos meus olhos. Fiquei ali, sentado, até que a vi saindo. Quando me notou, deu um pulo para trás, visivelmente assustada.
— O que você tá fazendo no meu quarto? — ela perguntou, a voz tremendo.
— Por que você deu um tapa na minha cara? Você não tem noção do perigo — respondi, encarando Felícia com uma intensidade que parecia queimar.
— Você me PROVOCOU! Eu te disse para parar, e você não parou, então me obrigou a te dar na cara — ela retrucou, conseguindo me deixar realmente irritado. Levantei da cama e fui em direção a ela. Ela tentou dar alguns passos para trás, mas a parede a impediu.
— Então me diz, o que eu faço com você? Você sempre me provoca, sempre me ofende. Diga o que eu faço, já que quando eu te provo você me dá um tapa. Agora me DIGA! — a última frase saiu em gritos, e foi então que vi uma lágrima escorrer pelo seu rosto. O medo nos olhos dela me satisfazia de alguma forma, queria que ela soubesse que eu realmente mandava. Continuei encarando-a, encostando minha testa na dela, tentando intimidá-la ainda mais.
— Ainda não me respondeu, Felícia — exigi.
Ela simplesmente abaixou a cabeça e murmurou:
— Por favor, não faça nada. Eu prometo nunca mais te contrariar.
Percebi que mais lágrimas estavam escorrendo de seu rosto. Não imaginava que ela teria essa reação. Levantei seu queixo para que pudesse me olhar e percebi o quão apavorada ela estava. Esperava que ela quisesse discutir, mas, ao invés disso, desfaço minha expressão ameaçadora e pergunto:
— Por que você tá chorando, Felícia?
— Não quero morrer.
— E quem disse que eu te mataria? — perguntei, tentando entender de onde vinha aquela loucura.
— Seus olhos estão dizendo isso — respondeu, agora com uma voz mais calma. Era estranho ouvir ela falar assim, tão decidida. Senti um aperto no coração e me afastei um pouco.
— Então você acha que eu teria coragem de te matar? — esperei uma resposta, mas ela ficou em silêncio. Perguntei novamente, com mais insistência.
— Estou te perguntando, Felícia.
— Eu nunca te vi assim. Seus olhos, nunca tinha visto eles tão vermelhos — ela disse, se atrapalhando nas palavras. Eu sabia que, quando estou muito nervoso ou excitado, eles ficam assim.
— Não se preocupe. É só você não me tirar do sério e não me ver assim novamente, ou até pior.
— Tudo bem, Pietro.
— E não pense que te perdoei pelo tapa. Ainda vamos conversar sobre isso.
— Peço desculpas. Como eu disse, você falou da minha irmã e eu acabei perdendo a cabeça.
— Que isso não se repita. Você tá me ouvindo?
— Sim, estou.
— Estou indo — disse, e quando estava saindo, ouvi um barulho. Coloquei a cabeça para dentro e a vi caída no chão, com a mão no pé. Voltei para ajudá-la a se levantar.
FELÍCIA
Nunca tinha visto Pietro daquele jeito. Nem quando ele foi atrás de nós, nem quando brigou com todos por querer ver a Lunna, por ser o companheiro dela. Nunca imaginei que teria medo dele. Fiquei apavorada, especialmente quando ele se aproximou tanto de mim. Ele estava saindo e, na pressa, pensei em correr e fechar a porta, mas tropecei na sandália alta que estava jogada no chão e tomei um tombo. Coloquei a mão no pé, onde a dor era mais intensa. Então vi que ele vinha em minha direção e tomei um susto, achando que ele já tinha ido. Tentei recuar, mas ele chegou muito rápido. Ele não me levantou; simplesmente me pegou no colo e caminhou em direção à cama. Seu rosto estava muito próximo do meu e, ao sentir seu corpo contra o meu, percebi que meu corpo tremia. Meu peito ardia, e uma sensação estranha me invadiu, que não era medo.
— Você sentiu isso? — ele me perguntou. Não sabia se ele sentira a mesma coisa que eu.
— Não sei — respondi, confusa.
— Como assim, não sabe? — insistiu. Não consegui dizer mais nada; simplesmente olhei em seus olhos, que estavam brilhando. No fundo, já sabia a resposta, e tinha certeza de que ele também percebia essa possibilidade. Ele me encarou e disse:
— Será? — Eu sabia que essa pergunta era sobre se éramos companheiros. Ficamos um tempo nos olhando em silêncio, eu em seu colo. Ele quebrou o silêncio novamente.
— Posso? — perguntou, se aproximando mais de mim. Apenas acenei que sim, e então ele me beijou. Foi um beijo tão gostoso que começou suave, com calma, e foi aumentando em intensidade, como se nossos lábios estivessem famintos um pelo outro. Paramostemos por falta de ar e, ao nos encararmos, dissemos juntos:
— MINHA.
— MEU.
Então voltamos a nos beijar. Meu Deus, como ele beija bem! Seus lábios eram tão gostosos de beijar, seu cheiro era maravilhoso. Ele começou a me beijar no pescoço, mordendo minha orelha e voltando para minha boca, descendo até meu queixo. Ele me colocou na cama, deitando-se sobre mim. Eu estava usando um vestido que ia um pouco acima do joelho, o que facilitou para que suas mãos deslizassem pelo meu corpo. Ele alisava meus seios por cima do vestido, enquanto com a outra mão segurava meus cabelos, puxando-me para continuar o beijo. Acabei soltando um gemido e ele sorriu.
Ele desceu mais suas mãos, puxando o vestido ao mesmo tempo em que sentia sua mão tocar minha barriga, subindo até meu sutiã. Ele colocou a mão por baixo do sutiã, acariciando meu seio. Parou de me beijar e começou a descer, deixando beijos em meu pescoço até chegar aos meus seios, mas ainda por cima da roupa. Ele retirou a mão do meu peito e desceu até minha coxa, voltando a subir para a minha cintura, puxando meu corpo para mais perto dele. Notei que seus olhos estavam bem vermelhos, mas ao contrário do medo que sentia antes, isso me excitava ainda mais.
Senti sua ereção e soltei um gemido bem baixinho. Ele percebeu e soltou um gemido também, começando a sussurrar em meu ouvido:
— Eu te achei. Você estava debaixo do meu nariz e eu não te vi. Eu quero você, Felícia. Eu quero te marcar. Eu quero estar dentro de você.
Me estremeci com cada palavra que ele dizia. Eu também o queria. Sentia uma necessidade imensa dele, como se minha intimidade implorasse por ele. Cada palavra que ele sussurrava pulsava dentro de mim, e não conseguia resistir.
Ele continuou:
— Você é minha, e eu vou te marcar. Eu preciso te marcar.
Ele segurou minha intimidade e sorriu.
— Você está prontinha para mim, toda molhadinha.
Estava tudo tão maravilhoso, até que a imagem da Lunna surgiu em minha mente. Dei um pulo e o empurrei para longe de mim.
— Meu Deus! Como posso fazer isso com minha própria irmã? — Ele se afastou, levantou-se sem entender nada e veio em minha direção, mas o parei com a mão.
— Não, por favor, não chegue perto.
— Felícia, está tudo bem? Me diga o que aconteceu.
— Nada, por favor, saia.
— Não irei sair até você me explicar o que aconteceu. Estávamos indo bem; agora me diga o que aconteceu.
— Pietro, eu não posso fazer isso com a minha irmã. Você tentou machucar ela. Não posso — disse, saindo do quarto.
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Gordinha e seu supremo alfa
Hombres LoboEla uma menina diferente das demais meninas da alcateia céu de sangue. Ele supremo alfa de todas as alcateia Ela sempre sendo humilhada por ser gordinha, mesmo sendo uma gordinha linda, por não ter muitos amigos, por ter menas condições financeiras...