FELÍCIA
— É isso que irei fazer: correr atrás do meu prejuízo e tirar uma pedra do meu caminho! — e é então que vejo Lunna sendo atingida nas costas por uma facada. Não deu tempo nem de nos virarmos, e Lunna já leva outro golpe nas costas. Ela cai ajoelhada, e eu a seguro, gritando socorro e falando com ela. Tudo acontece tão rápido que não tivemos tempo de reação. Minha irmã ali, apunhalada pelas costas. Ela solta um uivo e não responde mais. Foi então que percebi que estava perdendo minha irmã. Tiffany tinha fugido, mas os guardas conseguiram pegá-la antes que fosse muito mais longe.
Quando a vejo, meu sangue ferve. Sinto uma raiva imensa. Minha vontade é de me transformar, uma necessidade tão forte que não penso duas vezes e vou em direção a ela. Mas, antes que eu possa me transformar em loba, sou pega pelos braços. Sinto alguém me abraçar e tento me debater para sair, mas quem me segura é mais forte que eu.
— Me solte! Eu vou matar essa vaca! — grito.
— Não, você não irá fazer nada disso — responde Pietro, mantendo-se firme.
— Me larga!
— Estou te ordenando que pare agora. Ela receberá o castigo dela, eu te prometo. — Eu paro, não porque Pietro me ordenou, mas porque vejo o supremo vindo em direção a Lunna. Ele chega perto dela, a pega nos braços e a chama, mas ela não responde. Vejo lágrimas caírem dos olhos dele. Ele solta um uivo tão alto, um grito de desespero que nunca tinha ouvido antes.
Me viro de frente para Pietro e simplesmente o abraço. Preciso de alguém que me abrace, e o único que está perto é ele. Ele demora para me abraçar, mas, quando o faz, eu choro em seus ombros.
Ouvimos o supremo gritar:
— Chamem o médico! Ela está viva, posso ouvir seu coração bater! Mesmo sendo fraco, está batendo!
Dou um pulo dos braços de Pietro e corro em direção a Lunna, que está sendo levada para dentro. É então que tenho a ideia de chamar outra pessoa também.
— Vão atrás da bruxa Elena! Ela também poderá nos ajudar! — paro, olho para todos, e Pietro diz:
— Vocês estão ouvindo o que ela está dizendo? Andem, vão atrás da bruxa!
— Obrigada, Pietro.
— Por nada, você vai ver, ela ficará bem — ele diz, vindo me abraçar novamente. Fico parada sem entender, mas retribuo o abraço. Pietro olha para os guardas e manda que levem Tiffany para a prisão. Logo, nós soltamos e seguimos em direção ao quarto onde Lunna foi levada.
Entro e vejo todos em volta dela. O supremo está inquieto, andando de um lado para o outro.
— CADÊ O MÉDICO?!
— Calma, meu irmão, logo ele chega.
— ELA NÃO TEM MUITO TEMPO! — vejo sua preocupação, ele está desesperado. Ele não quer perdê-la, ele a ama.
— EU NÃO DEVERIA TER SAÍDO DE PERTO DELA! DEVERIA TER FICADO! — ele se culpa pelo que aconteceu, se culpa por tudo. Pietro sai e logo volta, chega perto de mim e diz:
— Pedi para um dos meus guardas ir buscar sua família.
— Obrigada — digo a ele, enquanto fico aqui imaginando como pode, até um mês atrás, ele querer fazer mal a ela, querer fazer mal a nós, e agora está aqui tentando nos ajudar.
O médico chegou e pediu para que todos saíssem, mas o supremo disse que ninguém o tiraria dali. Porém, ele foi obrigado a sair. Júlio levou ele para respirar um ar lá fora. Estávamos todos no corredor esperando. Minha família chegou, meus pais estavam com medo quando disseram que Lunna tinha sido atacada, mas não disse por quem. Só percebo meu erro quando vejo meu irmão Jorge indo para cima de Pietro, dando um soco em sua cara.
— Seu desgraçado, o que você fez com ela? — grita Jorge, enquanto Pietro coloca a mão no rosto e, então, encara Jorge, indo em direção a ele. Todos pedem calma a Pietro, mas ele está cego. Não penso duas vezes, tenho que entrar na frente de Jorge.
— Felícia, saia da frente! — pede, muito nervoso.
— Não, eu não irei sair! Tente entender, ele não fez nada! Você fez muito mal à Lunna! Ele achou que foi você! Se eu não tivesse aqui, teria chegado e ido pra cima de você!
— Peraí, não foi ele? — Jorge pergunta, confuso.
— Não, Jorge, não foi ele! — Jorge me empurra e se põe na frente de Pietro.
— Peço desculpas por ter culpado o senhor, mas não pelo soco. O senhor merecia esse soco pelo que fez minha irmã passar! — Jorge o encara e então diz:
— Não irei fazer nada porque mereço esse soco, mas não haverá outra vez.
Ficamos todos nos olhando. Júlio e o supremo chegam, e ninguém toca no assunto do que aconteceu ali. Estou com minha família, mas afastada dos demais. Estou explicando tudo o que aconteceu, contando todos os detalhes. Todos ficam assustados. Minha mãe chora muito, dizendo que não quer perder Lunna. Eu também não suportaria a ideia de viver sem ela.
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Gordinha e seu supremo alfa
Hombres LoboEla uma menina diferente das demais meninas da alcateia céu de sangue. Ele supremo alfa de todas as alcateia Ela sempre sendo humilhada por ser gordinha, mesmo sendo uma gordinha linda, por não ter muitos amigos, por ter menas condições financeiras...