QUERO ESQUECER

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Essa noite foi uma verdadeira tortura. Não consegui dormir nem por um minuto. Cada vez que fechava os olhos, o rosto de Eduardo aparecia, me encarando com aquela intensidade que me fazia estremecer. Meu corpo ainda reagia ao sonho que tive — se é que posso chamar aquilo de sonho. Era tão vívido, tão real, que cada parte de mim ainda estava tremendo. O que estava acontecendo comigo? Por que meu corpo reagia assim? Deus, o que isso significava?

Quando o sol começou a entrar pelas frestas da janela, percebi que o amanhecer havia chegado. Levantei imediatamente, quase como uma fuga dos meus próprios pensamentos, e fui tomar um banho bem gelado. Esperava que a água fria levasse embora as lembranças daquele sonho perturbador. Depois, desci para tomar café.

Ao encontrar Pietro nas escadas, seguimos juntos até a mesa, onde estava Eduardo. Seu olhar, fixo e intenso, me fez queimar de vergonha. Ele estava visivelmente irritado, e eu não conseguia nem olhá-lo nos olhos. Cada vez que tentava, era como se o sonho voltasse à minha mente. Como eu iria esquecer aquilo com ele sempre por perto?

Para piorar, o único lugar disponível na mesa era bem em frente a ele. Me sentei, tentando a todo custo evitar seu olhar, mas sempre que erguia os olhos, lá estava ele, me encarando, como se quisesse desvendar o que estava passando pela minha mente. Eu queria que o chão me engolisse naquele momento.

Depois do café, Elissa e Felícia insistiram para irmos à piscina. Eu estava relutante, mas acabei cedendo. Antes disso, fomos comprar biquínis, o que para mim já era desconfortável o suficiente. Sempre odiei comprar roupas de banho, mas fui obrigada a levar dois — um simples, escolhido por mim, e outro escolhido por elas.

Claro que, quando voltamos para a casa, elas me forçaram a usar o biquíni que elas haviam escolhido. Ele era muito mais revelador do que eu gostaria. Sempre tive vergonha do meu corpo, medo de ser zoada, como acontecia quando era mais jovem. Mas, ali, na frente delas, não tive escolha.

Enquanto estávamos na piscina, senti que algo estava errado. Sabe aquela sensação de que você está sendo observada? Quando olhei ao redor, lá estava ele. Eduardo, me encarando dos pés à cabeça, me medindo com aquele olhar predatório. Quando nossos olhos se encontraram, ele rapidamente desviou e voltou para dentro da casa. Fiquei ali, tentando entender o que aquilo significava, mas a única coisa que consegui foi mais confusão.

Depois, subimos para tomar banho e nos prepararmos para o almoço. Descemos novamente, comemos em silêncio, mas minha mente estava em outro lugar. O que Eduardo pensava de mim? O que eu mesma pensava dele? O sonho da noite anterior ainda me assombrava. E pior, eu não conseguia tirá-lo da cabeça.

Elissa, por sua vez, tentava se manter forte, mas nós sabíamos que ela sentia falta de Danilo. Já a pegamos chorando várias vezes, mesmo que ela tentasse esconder. Sabíamos que ela queria parecer durona, mas ninguém ali acreditava nisso.

SUPREMO ALFA EDUARDO

Eu estava no escritório com Júlio quando ele ligou para o Alfa Danilo. Felizmente, conseguiram entrar em um acordo. Danilo viria para cá em paz. Ambos perceberam que Elissa não tinha nada a ver com a vingança que eles alimentavam. Com isso, todos esperavam que as coisas se resolvessem e que os companheiros ficassem juntos. Júlio, por fim, admitiu que Elissa estava sofrendo. Ver sua filha chorar por Danilo o fez ceder.

Decidimos não contar a Elissa que Danilo chegaria em breve. Quando saí do escritório, ouvi risos vindos da piscina. Fui verificar, e lá estava Lunna. Ela saía da água, usando um biquíni que fez meu sangue ferver. A forma como o tecido molhado colava ao seu corpo, revelando cada curva, fez algo dentro de mim se agitar. Não só eu a observava, tenho certeza que outros lobos também estavam atentos a ela.

Eu soube por Felícia que Lunna já havia sofrido muito por ser zoada quando era mais jovem, tudo por conta de seu corpo. Mas será que ela não percebia o quanto era linda? O quanto seu corpo era perfeito? Nenhuma mulher precisa ser magra para ser bela. Cada uma tem seu próprio charme, e o de Lunna era simplesmente hipnotizante.

Enquanto a observava, senti algo diferente. Não era apenas desejo ou atração. Era mais profundo, mais primal. Lunna mexia comigo de uma forma que eu não conseguia explicar. Desde o primeiro momento em que a vi, ela me desafiou, me encarou de frente, sem medo. Eu ainda me lembrava da primeira vez que nos encontramos, e do tapa que recebi dela. Seu sorriso, seu jeito... tudo nela me deixava louco.

Mas, ao mesmo tempo, eu sabia que tinha que afastar esses pensamentos. Ela era apenas uma menina. Uma menina linda, mas ainda assim, uma menina. Eu sempre fui um homem que conquistava as mulheres que desejava, sem amarras, sem compromissos. Mas, com Lunna, era diferente. Não era apenas desejo físico. Era um impulso mais forte, algo que eu não conseguia controlar.

Meus pensamentos se embaralharam quando percebi que Lunna me viu. Nossos olhares se encontraram, e meu coração disparou. Me assustei com a intensidade daquele momento e voltei apressado para dentro da casa, tentando apagar os sentimentos confusos que começavam a surgir.

Gordinha e seu supremo alfaOnde histórias criam vida. Descubra agora