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- Eu vou fazer um chá pra melhorar suas dores, Jimin. - Sam se levantou e foi pra cozinha, me deixando sozinho com ele.

- Jimin, o que aconteceu pra aqueles caras te agredirem? - Perguntei me sentando ao seu lado.

- Eu... Eu não aguento mais isso... - Ele soluços e desabou em lágrimas. - Por eu tenho que ser assim?

Abracei ele e esperei ele parar de chorar. Sam trouxe o chá dele e ele bebeu, fazendo umas caretas, mas nós indicamos para que tomasse tudo.

- Amor, pode ir se deitar, eu sei que ainda está cansada. Pode deixar que eu converso com o pequeno. - Falei pra Sam.

- Tudo bem, estou indo. Mas depois me conta. - Deu um beijo na bochecha de Jimin, depois me deu um selinho e foi para o quarto.

- Jimin...você sabe que pode confiar em mim. Me conta.

- Tá bom. - As lágrimas escorriam pelo seu rosto - Mas não me odeie pelo que você vai ouvir.

- Jimin, eu não vou te odiar, independente do que for. Você é meu irmãozinho, e eu quero saber porque aqueles caras te bateram.

- Eu... Eu sou gay.

Em menos de cinco segundos, uma mistura de sentimentos tomaram conta de mim. Primeiro fiquei surpreso por essa notícia, depois fiquei com pena dele por isso ter acontecido, depois fiquei com raiva daqueles caras, tudo ao mesmo tempo.

- Jimin... Por que não me contou antes?

- Eu tive medo. Medo de que você e meus amigos se afastasse de mim por vergonha. Por isso eu me afastei antes. Pra quando vocês soubessem, já estivessem acostumados com a minha ausência.

Fiquei transtornado. Me lembrei que era exatamente assim que eu me sentia em relação aos meus problemas. Lembro que sofri demais por não ter contado antes, e Jimin estava passando pelos mesmos sofrimentos.

- Aqueles caras te bateram por que você é gay? - Perguntei.

- Sim. Eles começaram a me chamar de muitas coisas feias, depois partiram pra agressão. Eu sou muito fraco e estava sozinho, não tive como reagir.

- Mas como eles sabiam que você era gay?

- Eles me viram sentado na praça com o Jungkook. - Ele suspirou triste - Acho que eles pensaram que nós somos um casal, quando nós não somos. - Ele falou baixinho, com a voz triste.

- Jimin, você não precisa sofrer desse jeito. Ser quem você é não é um problema. Se as pessoas não te aceitam, pelo menos eu te aceito. E eu tenho certeza que todos que te amam vão te aceitar. Até mesmo a mamãe.

- Você acha mesmo que ela não vai se chatear? - Ele disse com medo na voz.

- Jimin, ela é sua mãe. Mãe ama o filho, independente de como ele é. - Apesar de não acreditar muito nessa frase, ela fazia sentido para os outros, mas não pra mim.

- Okay - Ele enxugou as lágrimas - Mas... Você poderia ir comigo contar pra ela?

- Claro que eu posso. Amanhã é domingo, vamos pra lá almoçar com ela. Eu, você e a Sam. Aí você conta pra ela.

- Tudo bem.

Ajudei ele a arrumar o sofá-cama pra que ele pudesse dormir. Me certifiquei que estava confortável e fui para o meu quarto. Amanhã seria um longo dia.

No dia seguinte...

Sam e eu já havíamos acordado, Jimin ainda dormia. Ele estava febril e com dores, resolvemos deixá-lo descansar bastante.

Enquanto ele ainda dormia, eu conversava com Sam na cozinha, enquanto tomávamos o café. Aproveitei e contei a ela o que Jimin tinha dito ontem.

- Ele é gay? - Ela disse.

- Sim. Eu fiquei surpreso, ele nunca deu nenhum sinal de homossexualidade.

- Bem, talvez isso seja recente. Talvez ele tenha se descoberto à pouco tempo. - Ela pensou. - Mas eu estou pensando em outra coisa agora...

- O quê?

- Bem, a maioria dos homossexuais se descobrem assim quando se apaixonam por alguém do mesmo sexo.

- Então... Você acha que o Jimin tá apaixonado por um cara?

- Eu tenho certeza. Só não sei quem é. Coitado dele. Sofreu tanto por escolher amar.

- É, triste.

Mais tarde, Jimin já estava de pé e se sentindo um pouco melhor. Seus ferimentos haviam cicatrizado e os hematomas haviam diminuído.

Por volta das 11h, entramos no carro e fomos até a casa de minha mãe. Bem, entre aspas, "minha mãe".

Ela, Jimin e Sam são o que sobrou pra eu poder chamar de família, já que meu pai faleceu por causa de uns problemas respiratórios que ele sofria desde muito tempo.

Não que eu não a ame, claro que eu a amo, ela cuidou de mim como se eu fosse seu filho, mas o passado ainda não se apagou da minha memória. Minhas cicatrizes emocionais ainda não sumiram, e isso é horrível.

Mesmo que eu agora ainda tente esquecer isso, ainda fica difícil. Foram tempos difíceis.

Hello

It's me

Titia Law

Tudo bom lindos? Espero que sim

Façam um favor, não deixem de comentar, eu amo os comentários de vocês

Ah, e a estrelinha também

Titia ama vocês ;-)

Como Lidar com Meu Passado [CLMY PARTE 2]Onde histórias criam vida. Descubra agora