012

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No dia seguinte...

Durante meu intervalo da tarde no estúdio, resolvi pesquisar em todos os hospícios da cidade, procurando o nome de minha "mãe".

Depois do que me pareceu uma eternidade, eu finalmente havia encontrado o bendito hospício que ela ainda estava internada.

Em sua ficha constava todos os seus dados pessoais, inclusive uns dados especiais: ela já havia sido transferida de outros dois hospícios, um por mau comportamento com os médicos e no outro por ter agredido dois outros pacientes.

Na ficha também dizia que ela era dependente química, que segundo o laudo médico, utilizava drogas alucinógenas há mais de vinte anos, muito tempo antes de eu ter nascido.

Como o meu pai tinha se apaixonado por uma mulher toda errada como essa?

Lá dizia também que ela precisava ser vigiada 24h, e não podia dividir quarto com ninguém.

Que mulher mais problemática.

Mas ainda não estava satisfeito. Procurei o número do telefone de lá, e assim que encontrei, disquei imediatamente.

- Hospício Last Hope, Boa tarde. - Um homem atendeu.

- Boa tarde. Eu gostaria de saber algo sobre um de seus pacientes.

- Tudo bem. Nome do paciente, por favor?

Falei o nome dela, e o secretário ficou em silêncio.

- Senhor, sinto lhe informar, mas a senhora que procura não se encontra nesse estabelecimento.

- Ela foi transferida de hospício?

- Não, senhor. Ela está desaparecida, fugiu à três dias. Os médicos e os policiais estão tentando encontrá-la.

- Ah, entendi. Muito obrigado.

Desliguei e fiz massagem nas têmporas. Ela havia fugido, era óbvio, nenhuma pessoa com aquela ficha poderia sair do hospício para fazer uma visitinha a alguém.

Estava pensando comigo mesmo. Eu precisava fazer algo, ela poderia acabar se matando, não que eu me importasse de verdade, mas eu não queria me sentir culpado por nada.

...

- Você fez o quê?! - Sam perguntou, assim que contei a ela.

- Eu procurei ela pelas ruas hoje, e convidei-a para vir aqui em casa e conversar.

Sam colocou uma das mãos sobre a minha testa.

- O que está fazendo?

- Vendo se não está doente. - Ela me encarou - Fala, o que você está tramando? Você mesmo disse que não queria mais ver aquela louca, muito menos perdoar ela!

- Ei, eu não disse nada sobre perdoar ninguém. Eu só a convidei para conversar. Ela me disse que queria que eu soubesse o que aconteceu com ela depois que meus pais se separaram.

- Isso é loucura. - Sam disse - Yoongi, ela é louca, e se ela fizer algum mal a você?

- Todo o mal que ela podia fazer a mim, ela já fez, e você sabe disso. - Disse, me aproximando dela e a abraçando - E tem mais, eu tenho um plano de persuasão, tenho quase certeza que pode dar certo.

Ela suspirou em meio aos meus braços.

- Tudo bem, Yoongi. Entendo o que disse. Se é isso que quer... Bem, não posso interferir nisso.

- Obrigado por me entender, meu amor.

...

Já estava quase na hora marcada, ela poderia chegar a qualquer momento.

Eu ficava andando de um lado pro outro, eu não que eu estivesse ansioso, eu estava era com receio de que talvez o meu plano não desse certo.

- Amor, estou voltando pro estúdio. - Sam disse, pegando sua bolsa - Eles marcaram uma reunião de última hora sobre a nova edição de quadrinhos e eu preciso estar lá.

- Tudo bem.

Ela foi em direção à porta.

- Sam, quer dizer que você vai assim, sem nem dar um beijo de despedida?

- Ah, desculpa. - Ela voltou em minha direção - Desde quando você é carente?

- Desde hoje. - A puxei pela cintura e a beijei calmamente. Ficamos assim por alguns segundos, até que ela se afastou.

- Tá, agora deixa eu ir que já estou atrasada. - Ela selou nossos lábios uma última vez antes de se afastar e sair pela porta.

- O que seria de mim sem essa mulher? - Falei a mim mesmo, sorrindo e sentando no sofá.

Esperei mais alguns minutos, até que o porteiro ligou. Ele dizia que havia uma mulher querendo falar comigo.

- Senhor Yoongi? Tem uma mulher querendo ver o senhor.

- Okay. Pode autorizar a subida. Ah, acompanhe-a até meu apartamento, por favor.

- Sim, senhor. Estamos indo.

Minutos depois, ouvi batidas na porta. Abri e lá estava ela. Dei passagem pra ela entrar.

- Sua casa é muito bonita, Yoongi.

- Obrigado. Pode se sentar.

Ela se sentou no sofá, e eu fiquei na poltrona à sua frente.

- Você me chamou aqui pra me... Perdoar? - Ela disse, meio hesitante.

- Negativo. - Eu disse e ela fez menção de chorar. - E não adianta fazer chantagem emocional, eu não caio nessa.

Rapidamente ela parou de fingir choro.

- Então... Por que me chamou aqui?

- Porque eu quero que você me conte sobre a sua vida.

- Como assim? - Ela perguntou com a testa franzida.

- Eu construí minha opinião sobre você a partir do que meu pai me contou de você e dos meus próprios pensamentos. Eu nunca ouvi a sua vida contada por você mesma. E hoje eu quero ouvir.

- Ah, entendi. Você quer que eu conte todos os meus motivos e problemas que me levaram a agir daquele jeito com você.

- Exato. Comece quando quiser.

Aquela DR básica entre mãe e filho

Será que o Yoongi vai perdoá-la depois de ouvir sua história?

No próximo capítulo vocês descobrem kkkkk

Beijo Beijo

Titia ama vocês ;-)

Ps: VIEW EM YOU ARE

Como Lidar com Meu Passado [CLMY PARTE 2]Onde histórias criam vida. Descubra agora