No dia seguinte...
Durante meu intervalo da tarde no estúdio, resolvi pesquisar em todos os hospícios da cidade, procurando o nome de minha "mãe".
Depois do que me pareceu uma eternidade, eu finalmente havia encontrado o bendito hospício que ela ainda estava internada.
Em sua ficha constava todos os seus dados pessoais, inclusive uns dados especiais: ela já havia sido transferida de outros dois hospícios, um por mau comportamento com os médicos e no outro por ter agredido dois outros pacientes.
Na ficha também dizia que ela era dependente química, que segundo o laudo médico, utilizava drogas alucinógenas há mais de vinte anos, muito tempo antes de eu ter nascido.
Como o meu pai tinha se apaixonado por uma mulher toda errada como essa?
Lá dizia também que ela precisava ser vigiada 24h, e não podia dividir quarto com ninguém.
Que mulher mais problemática.
Mas ainda não estava satisfeito. Procurei o número do telefone de lá, e assim que encontrei, disquei imediatamente.
- Hospício Last Hope, Boa tarde. - Um homem atendeu.
- Boa tarde. Eu gostaria de saber algo sobre um de seus pacientes.
- Tudo bem. Nome do paciente, por favor?
Falei o nome dela, e o secretário ficou em silêncio.
- Senhor, sinto lhe informar, mas a senhora que procura não se encontra nesse estabelecimento.
- Ela foi transferida de hospício?
- Não, senhor. Ela está desaparecida, fugiu à três dias. Os médicos e os policiais estão tentando encontrá-la.
- Ah, entendi. Muito obrigado.
Desliguei e fiz massagem nas têmporas. Ela havia fugido, era óbvio, nenhuma pessoa com aquela ficha poderia sair do hospício para fazer uma visitinha a alguém.
Estava pensando comigo mesmo. Eu precisava fazer algo, ela poderia acabar se matando, não que eu me importasse de verdade, mas eu não queria me sentir culpado por nada.
...
- Você fez o quê?! - Sam perguntou, assim que contei a ela.
- Eu procurei ela pelas ruas hoje, e convidei-a para vir aqui em casa e conversar.
Sam colocou uma das mãos sobre a minha testa.
- O que está fazendo?
- Vendo se não está doente. - Ela me encarou - Fala, o que você está tramando? Você mesmo disse que não queria mais ver aquela louca, muito menos perdoar ela!
- Ei, eu não disse nada sobre perdoar ninguém. Eu só a convidei para conversar. Ela me disse que queria que eu soubesse o que aconteceu com ela depois que meus pais se separaram.
- Isso é loucura. - Sam disse - Yoongi, ela é louca, e se ela fizer algum mal a você?
- Todo o mal que ela podia fazer a mim, ela já fez, e você sabe disso. - Disse, me aproximando dela e a abraçando - E tem mais, eu tenho um plano de persuasão, tenho quase certeza que pode dar certo.
Ela suspirou em meio aos meus braços.
- Tudo bem, Yoongi. Entendo o que disse. Se é isso que quer... Bem, não posso interferir nisso.
- Obrigado por me entender, meu amor.
...
Já estava quase na hora marcada, ela poderia chegar a qualquer momento.
Eu ficava andando de um lado pro outro, eu não que eu estivesse ansioso, eu estava era com receio de que talvez o meu plano não desse certo.
- Amor, estou voltando pro estúdio. - Sam disse, pegando sua bolsa - Eles marcaram uma reunião de última hora sobre a nova edição de quadrinhos e eu preciso estar lá.
- Tudo bem.
Ela foi em direção à porta.
- Sam, quer dizer que você vai assim, sem nem dar um beijo de despedida?
- Ah, desculpa. - Ela voltou em minha direção - Desde quando você é carente?
- Desde hoje. - A puxei pela cintura e a beijei calmamente. Ficamos assim por alguns segundos, até que ela se afastou.
- Tá, agora deixa eu ir que já estou atrasada. - Ela selou nossos lábios uma última vez antes de se afastar e sair pela porta.
- O que seria de mim sem essa mulher? - Falei a mim mesmo, sorrindo e sentando no sofá.
Esperei mais alguns minutos, até que o porteiro ligou. Ele dizia que havia uma mulher querendo falar comigo.
- Senhor Yoongi? Tem uma mulher querendo ver o senhor.
- Okay. Pode autorizar a subida. Ah, acompanhe-a até meu apartamento, por favor.
- Sim, senhor. Estamos indo.
Minutos depois, ouvi batidas na porta. Abri e lá estava ela. Dei passagem pra ela entrar.
- Sua casa é muito bonita, Yoongi.
- Obrigado. Pode se sentar.
Ela se sentou no sofá, e eu fiquei na poltrona à sua frente.
- Você me chamou aqui pra me... Perdoar? - Ela disse, meio hesitante.
- Negativo. - Eu disse e ela fez menção de chorar. - E não adianta fazer chantagem emocional, eu não caio nessa.
Rapidamente ela parou de fingir choro.
- Então... Por que me chamou aqui?
- Porque eu quero que você me conte sobre a sua vida.
- Como assim? - Ela perguntou com a testa franzida.
- Eu construí minha opinião sobre você a partir do que meu pai me contou de você e dos meus próprios pensamentos. Eu nunca ouvi a sua vida contada por você mesma. E hoje eu quero ouvir.
- Ah, entendi. Você quer que eu conte todos os meus motivos e problemas que me levaram a agir daquele jeito com você.
- Exato. Comece quando quiser.
Aquela DR básica entre mãe e filho
Será que o Yoongi vai perdoá-la depois de ouvir sua história?
No próximo capítulo vocês descobrem kkkkk
Beijo Beijo
Titia ama vocês ;-)
Ps: VIEW EM YOU ARE
VOCÊ ESTÁ LENDO
Como Lidar com Meu Passado [CLMY PARTE 2]
FanfictionApós alguns anos que eu conheço a Sam, as coisas estão indo muito bem. Acabamos a faculdade, estamos trabalhando e dividindo um apartamento, estamos muito felizes, apenas nos importamos no presente, e na presença um do outro. Acontece que o passado...