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- Exato. Comece quando quiser.

- Tudo bem. Vou começar contando desde muito tempo atrás, antes de você nascer.

Eu era uma garota muito mais problemática do que eu já sou agora como mulher. Não queria saber de estudar, só pensava em me divertir com meus amigos. Minha mãe, a sua avó, insistia sempre pra que eu me dedicasse aos estudos, se não eu não teria uma boa vida. Mas eu não dava ouvidos. Eu só queria saber de ir pra baladas e curtir com meus amigos.

Então ela e meu padrasto tomaram uma decisão. Eu iria sofrer, mas era a única escolha que eles tinham, e era a única solução pra que eu ficasse sempre em casa e só saísse pra ir ao colegio.

- O que eles fizeram?

- Me prenderam na cama com correntes.

- Sério?

- Sim, Eles só me tiravam das correntes pra ir à escola. E lá, havia um homem responsável por me vigiar o tempo todo. Ele me seguia em todos os lugares, até no banheiro.

Fiquei um pouco surpreso.

- Continue.

Houve um dia que eu estava cansada de estar presa, eu queria ir para o mundo novamente. Então, juntei todas as minhas coisas, coloquei na minha mochila e, quando estava indo pra escola, passei a perna no vigia e fugi. Pra bem longe, não iria voltar tão cedo. Eu tinha 15 anos quando isso aconteceu.

Logo depois, durante cinco anos desde que eu havia fugido, me envolvi com muitas coisas ruins. Encontrei pessoas más, que me apresentaram às drogas. Eu acabei ficando viciada e dependente. Me envolvi com muitas coisas ruins, drogas, bebida, sexo...

- Espera, sexo? Você chegou a vender seu corpo?

- Sim. Eu estava completamente dependente, perdi a virgindade com 16 anos, mas na época eu nem liguei pra isso. Eu só queria diversão, drogas e sexo.

Quando eu fiz 21 anos, conheci o seu pai. Ele estava passando pela rua e me viu. Eu estava completamente acabada, com olheiras profundas e muito magra. Ele sentiu pena de mim e me levou pra sua casa.

Ele cuidou de mim, me alimentou, me lavou, tudo. Eu pensava que ele só queria meu corpo, mas ele realmente estava preocupado comigo.

Seu pai me ofereceu abrigo, contanto que eu fizesse uma promessa: nunca mais usasse drogas. Eu me esforcei ao máximo pra cumprir a promessa, não só pela moradia, mas porque eu estava apaixonada por seu pai.

Alguns anos depois, acabamos nos relacionando amorosamente. Eu tomava remédios controlados pra perder o vício, e ele cuidava de mim com a maior pureza da vida. Durante todo esse tempo, eu não havia ficado um só momento triste.

Mais um tempo se passou, meu organismo superou o vício e eu estava querendo engravidar. Queria uma filha, uma menina, uma princesa que eu pudesse cuidar. Eu e seu pai estávamos esperançosos quando o médico disse que eu estava esperando um bebê.

Quando vimos que era você, um menino, eu fiquei um pouco decepcionada. Eu queria uma MENINA. Mas seu pai me convenceu que poderíamos tentar de novo. Poderíamos cuidar de você, é mais tarde, quem sabe, ter a menina que eu tanto sonhei.

Depois que você nasceu, cuidei de você até terminar o período de amamentação. Quando você tinha dois anos, nós fomos ao médico, e ele disse que meu organismo não suportaria outra gravidez, eu estava fraca e poderia acabar morrendo.

Eu fiquei desolada, queria tanto ter um filha, que acabei perdendo meu juízo. Chorava todas as noites, me cortei, mas o pior aconteceu. Eu voltei a usar drogas sem seu pai desconfiar, dessa vez alucinógenos mais fortes e pesados.

Eu ficava tão louca que fazia o que eu fiz contigo. Te agredia, xingava, porque dopada, eu acreditava que você era o culpado por ter destruído meu organismo. Minha cabeça inventou que a culpa era sua, e eu acreditei.

Foi isso que aconteceu. Eu fiquei dependente novamente. E fazia tudo aquilo com você. Seu pai contratava babás pra você porque se eu cuidasse de você, você se machucaria.

Seu pai te mandava a internatos, passava a maior parte do tempo com você, mas sempre que eu estava com você, eu me descontrolava e tudo acontecia.

- Então foi isso. Alucinógenos e muitas drogas. - Disse, depois de muito tempo calado.

- Sim. Eu me arrependo tanto de ter um dia virado dependente química. Você não faz ideia do estrago que uma pedrinha, ou um pozinho, pode fazer na vida de alguém. - Agora ela realmente chorava - Eu perdi você, meu filho. Eu agora não tenho seu amor, sua companhia, nem o seu perdão.

- Por favor, não chore. Bem... Vamos tentar nos acertar?

- Nós podemos?

- Bem... Não sei quanto tempo pode levar até eu aceitar tudo isso. Talvez demore anos... Mas nós podemos tentar.

- Yoongi, Eu ficaria tão feliz com isso. Eu sei que não é um perdão, mas se nós pelo menos pudéssemos nos entender... Seria maravilhoso. - Ela sorria fraco.

- É. Você mudou e largou as drogas pelo meu pai. Tá na hora de tentar de novo né?

- Sim. Agora eu vou mudar Yoongi, dessa vez será por você.

Eu nem ia comentar nada nesse capítulo, mas eu tenho que comentar duas coisas

Primeiro de tudo, Eu sei que dizem que temos que perdoar e relevar sempre, mas tem certas coisas que realmente não merecem perdão

Pode ser que o Yoongi a perdoe, ou não

Perdão é uma coisa muito difícil

Segunda coisa: por favor, não usem drogas nem se envolvam com as coisas erradas

Como é dito mais acima, vocês não sabem o que uma pedrinha ou um pozinho pode mudar na sua vida

Pensem bem

Não deixem de votar

Beijo Beijo

Titia ama vocês ;-)

Como Lidar com Meu Passado [CLMY PARTE 2]Onde histórias criam vida. Descubra agora