QUARENTA E QUATRO

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Demorou pouco mais de uma lua para que o rei decidisse como prosseguir. Haviam recolhido informações que, aparentemente, tinham pouco valor prático. Contudo, o fato de fesere ter sido utilizado na estrutura que encontraram não saia de sua mente. Havia algo mais do que peculiar naquela escolha.

Depois de longa e ponderada reflexão, decidiu que não havia alternativa senão visitar a ilha Fes. Era a segunda maior ilha do planeta e abrigara, nos tempos em que as minas tinham grande valor para o planeta, uma cidade ainda maior que a capital. Vida intensa florescera ao redor da extração do metal, com grandes universidades, nobres vivendo em templos luxuosos e uma dinâmica vida artística.

Tudo mudara com a emergência dos Velocips. As navegações tornaram-se escassas e, depois de algum tempo, extinguiram-se por completo. Lua após lua, famílias abandonavam a ilha de Fes em busca de outras cidades em que pudessem obter alguma ocupação e sustentar sua família, ou simplesmente evitar que suas fortunas se desfizessem completamente.

Àquela altura, a ilha era praticamente desabitada. Suas ruínas eram utilizadas principalmente por grupos fora da lei, em busca de um lugar onde pudessem conduzir seus interesses sem interferência dos agentes do rei, que dificilmente passavam por ali.

Ainda era noite quando Stagower levantou-se. Ninguém deveria saber aonde iria – nem mesmo os funcionários em quem confiava. Trocou-se e vestiu uma longa capa, sorrindo ao perceber que parecia um esfumaçado.

Fechou os olhos e, com um movimento veloz, abandonou o quarto. Por pouco tempo, como era comum, viajou velozmente através de feixes de luz, chegando abruptamente à ilha. Torceu um dos pés na chegada, caindo sobre os joelhos. Seu estômago estava enjoado – não importava quantas vezes se teletransportasse, sempre sentia náuseas.

Sentou-se, procurando se recuperar. O silêncio era cortado apenas pelo assobio do vento. Sabia que algum coisa estava errada - podia sentir algo intenso ao seu redor. Analisou o que podia ver, de montanha a montanha, e não encontrou qualquer movimento.

Levantou e seguiu viagem pela a estrada pedregosa. O caminho até os antigos portões da cidade foi longo. Encontrou-os enferrujados e, para sua surpresa, abertos. Nas sentinelas, dois homens com expressões assustadas entreolharam-se, ao ver Stagower se aproximar.

- Os portões estão abertos a essa hora¿ - Indagou o rei.

- O que você quer, forasteiro¿ Não sabe que esse lugar é perigoso¿ - Perguntou um dos homens, com um tom assustado.

O rei abaixou o capuz. Um deles teve que levar as mãos à boca para impedir um grito de espanto.

- Majestade¿ Mas ... o que está fazendo aqui¿ - Os homens se entreolharam novamente – Corra ... não é seguro.

- E por que não¿ - O rei perguntou.

- Eles estão aqui, meu senhor ... – Assumiu um tom de sussurro – as aberrações!

O rei franziu o cenho. Imaginava que eles houvessem visitado o lugar, a certa altura. Mas permanecer ali¿ Com qual objetivo¿

- Conte-me mais! – Ordenou o rei, se aproximando do loiro falante.

- Eles chegaram há cerca de dez luas. O senhor sabe que a ilha costumava ser morada de grupos fora da lei, eu imagino.

O rei assentiu.

- Chegaram como quem não queria nada. Nos assustamos, quando os vimos. Não tínhamos lembrança de criaturas como aquelas. Disseram que tinham uma proposta de negócios para todos nós ... que nos fariam ricos!

- Qual era a proposta¿

- Que começássemos a extrair Fes das minas, para eles. Disseram que nos pagariam o preço por que ele costumava ser negociado.

- E vocês aceitaram¿

O homem fez que sim.

- Parecia um bom negócio. Ultimamente tem sido difícil roubar, na situação em que o reino está ... – O homem conteve-se, imaginando que o rei ficaria ofendido caso ele continuasse.

- Está tudo bem. O que houve em seguida¿

- Bem, nós imaginamos que eles iriam voltar apenas para coletar o metal. Em menos de uma lua, centenas das aberrações desembarcaram e começaram a ocupar as casas. Disseram que supervisionariam o trabalho, para evitar desperdícios. Pensamos que eles estavam desconfiados porque nós éramos ladrões, então aceitamos.

- O que aconteceu¿

- Mais tarde, acabamos descobrindo que eles nunca estiveram em busca de nossa permissão. Quando as primeiras levas do metal foram extraídas, eles a levaram e não nos deram qualquer recompensa. Alguns dos mineiros se reuniram e disseram que não voltariam a trabalhar enquanto não recebessem o que lhes era devido. Sem qualquer piedade, ali mesmo no meio da praça, assassinaram todos eles. Foi quando descobrimos que as criaturas tinham poder. E desde então temos sidos escravos.

O rei olhou além dos portões. Tudo parecia em perfeita calma, mas como ele suspeitara, era apenas aparência.

- Não entre, senhor. A crueldade dessas aberrações não tem limite.

- Você sabe quem os lidera¿

O homem aquiesceu, relutante.

- Um humano. Nunca o vi, mas disseram que se chamam Ervasqt.

Stagower assumiu uma expressão de espanto. Aquilo não podia ser verdade ...

- Aonde posso encontrá-lo¿

- Senhor ... não vá ...

- Diga-me aonde! É uma ordem de seu soberano!

O homem relutou, mas acabou concordando.

- No antigo Palácio da Intervenção Real.

De um instante para o outro, Stagower desapareceu. O sentinela olhou para o colega, que parecia igualmente espantado.

- Mas o que foi isso¿ - Perguntou, recebendo como resposta um silêncio atônito.

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