CINQUENTA E DOIS

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Rebecca sentou-se na desconfortável cadeira do aeroporto internacional de Aberdeen agradecida por ter como descansar suas pernas. Passara a última hora ao lado de Jay e Edward em busca do voo mais próximo para os Estados Unidos. Não fora fácil mas tinham conseguido um para a madrugada.

Haviam deixado a clínica assim que decidiram levar Edward com eles. Com o tumulto que ainda estava instalado fora do quarto, conseguiram abandonar o prédio despercebidos e voltar para o carro. Foram diretamente para o aeroporto.

Assim que a viagem estava decidida Edward deixou Jay e Rebecca sentados e foi procurar algo com que se alimentar. Não que estivesse com fome - parecia estar mais interessado em comer qualquer coisa que não lembrasse a comida da clínica.

- Ele está aliviado – Rebecca observou, assim que ela e Jay ficaram a sós.

- Não é pra menos. Só o fato de ter se livrado daquela clínica já é motivo suficiente.

- Você acha que vamos encontrar a filha dele¿

Jay deu de ombros.

- É possível.

- Se for verdade, não consigo imaginar pelo que ela tenha passado. Talvez estivesse melhor se houvesse morrido.

Jay voltou-lhe os olhos por um segundo, como se ela houvesse dito algo proibido, mas acabou concordando.

- Jay¿

- Diga.

- Nós estamos próximos, não estamos¿

- De muitas coisas, eu receio.

Rebecca virou-se, encarando-o.

- Como assim¿

- Tudo o que temos visto desde que deixamos Boston ... há algo de errado. Tenho pensado muito sobre isso.

- Explique!

- Eu estive tão envolvido com sua proteção por todos esses anos que não notei o que estava acontecendo ao nosso redor. Os ataques dos sombras, a prisão em que Ynadrá está, o fato de eles saberem quem nós somos ... de alguma forma tudo isto está conectado. Faz muito tempo que estou neste planeta e posso te dizer com certeza: as coisas estão diferentes, agora. Então, sim, nós estamos perto. De Ynadrá, de sua prisão, dos Sombras, mas, acima de tudo, estamos próximos de alguma ... revelação.

A mulher ficou em silêncio, absorvendo as informações.

- Eu to com medo – Ela concluiu.

Jay a abraçou.

- Eu também.

O homem falava a verdade. Desde que chegara àquele planeta, era a primeira vez que se sentia realmente assustado. Não queria, contudo, se preocupar por antecedência – sabia que era inútil. Além disso, estava precisando descansar. Procurou se acomodar na cadeira.

- Vamos relaxar um pouco antes da viagem. Nós merecemos.

- Tudo bem – a mulher concordou – Me acorde alguns minutos antes do embarque. Não quero entrar no avião descabelada.

Jay riu.

- Pode deixar.

Rebecca aproveitou o conforto do abraço do e fechou os olhos.

***

Quando deu por si, não estava mais no aeroporto de Aberdeen. Olhou ao redor, procurando se localizar. Não conseguia ver mais que dois palmos à sua frente, já que o céu estava quase tomado pela noite. Parecia estar sobre algum terreno irregular e não sentia coragem para dar nem um passo.

Todas as Estrelas Cairão do CéuOnde histórias criam vida. Descubra agora