Psicopatas podem amar?

Uma nova casa

Aquele senhor me chamou para o acompanhar, pois ele disse que tinha um orfanato. Para mim, tanto faz, só queria sair daquela chuva mesmo.
-Então, Quilish, como ficou sabendo que eu era órfã?
-As notícias sobre você rodaram a cidade toda.
"Cidade", muito engraçado. Isso é mais um lugar abandonado pela gentileza.
-Como é seu nome menina?
-Sou Cloe. Cloe Jeffer.
-Bem-vinda ao orfanato.
Quando vi, estávamos parados na frente de uma casa gigante, com um portão escrito Wammy's house. Adentrei o casarão junto com aquele senhor.
-Cloe, não temos um quarto de meninas com vaga, só temos um no último andar, que pertencia a L. Tudo bem para você ficar sozinha?
-Sim, tanto faz. Acho que não ficaria bem com outras pessoas.
-Tudo bem. A partir daqui, me chame de Watari.
Eu o segui até o último andar, e lá no fundo do corredor, tinha uma porta, e uma letra L pregada na mesma.
-Watari.
-Sim?
-Porque tem esta letra aqui?
-Como eu falei, aqui era o quarto de L.
-Quem é ele?
-Era o maior detetive do mundo. Aqui era um orfanato para crianças superdotadas, mas acabamos fazendo um normal depois.
-Ah.
Abri a porta, e o quarto estava escuro e empoeirado.
-Se quiser, senhorita Cloe, podemos limpar para você.
-Não, tudo bem, eu mesma limpo. Acho que serei um perigo para as outras crianças.
-Ok.....
Watari's pov on
Essa menina tem algo de estranho, ainda mais pela sua última frase. Senti uma aura sombria em volta dela.
Cloe's pov on
Watari fechou a porta. Abri as janelas e tirei todo o pó do quarto, deixando-o limpo. Deitei na cama para descansar, mas as lembranças da morte dos meus pais vieram a mente. Comecei a chorar silenciosamente, deixando as lágrimas caírem no travesseiro.
Adormeci por um tempo, pois Watari adentrou no quarto falando que era a hora da janta. Sem muita animação, desci. Não queria ver outras pessoas, pois ando tendo umas vozes na minha cabeça.
Quando cheguei a sala de jantar, lá estavam várias crianças, em torno de 100. Me sentei em uma mesa mais isolada, pois a minha vontade de me comunicar eram poucas. Vieram servir a comida, que era arroz, feijão e carne. Posso admitir, estava muito boa.
-Olha só, parece que temos uma novata por aqui.
Uma garota, que aparentava ter 14 anos, começou a falar comigo. Não olhei e fiquei concentrada na minha comida.
-O que foi? O gato comeu a sua língua?
Lembro dos meus pais. Uma lágrima solitária desce dos meus olhos.
-Olha só, ela vai chorar. O que foi? Se perdeu de casa?
-Pare, por favor.
Mate-a. Vingue-se. Ela não vale nada.
-Ela tá tristinha. Vai cho...
Pego minha faca da janta. Parto para cima dela, que arregala os olhos com medo. Se não fosse por Watari, teria a matado.
-CLOE. O que aconteceu?
-As vozes...
-Que vozes, Cloe?
-N-Nada, Watari.
Sai correndo para meu quarto. Acabei por não comer quase nada, mas eu só queria ficar sozinha.

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