Um beijinho de desculpa

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Gustavo Narrando:
Combinei com a Cecília de que esperaríamos ela no aeroporto, nosso vôo sai daqui a quarenta minutos Dulce já está impaciente e Cecília ainda não chegou.

Dulce: Quando a Ceci vai chegar? Eu já estou cansada de esperar. - disse folheando um gibi que estava em suas mãos.

Gustavo: Já era pra ter chegado. Mas vamos esperar porque ela vai aparecer. Ela tem que aparecer.

Não é possível. Ela não pode ter desistido. Cecília tem que aparecer. Ela não pode me deixar nas mãos. Não pode quebrar o contrato. A inquietação da Dulce passou para mim. Agora sou eu que não aguento mais esperar. Andava de um lado ao outro quando minha filha grita.

Dulce: Cecília! - correu em direção a moça. UFA! Ela chegou.

Gustavo: Pra que essa demora toda? Achei que não viria mais - falei nervoso.

Dulce: Nossa papi. É assim que o senhor recebe sua namorada?

Gustavo: Claro que não minha filha. Mas é que ela está atrasada.

Cecília: Diga isso para o trânsito. Peguei engarrafamento.

Dulce: Viu papi? Ta explicado. Não precisa ficar bravo. Agora da um beijinho de desculpa.

Mas essa agora. Me aproximei dela e selei nossos lábios. O beijo foi rápido mas não deixou de ser prazeroso.

Gustavo: Pronto minha filha! Satisfeita?

Dulce: Você deveria se estressar menos.

Cecilia: Ii Dulce... Esse daí vive ligado no modo estresse.

Gustavo: Olha o imundo falando do sujo. Agora vamos. Precisam os fazer o chek-in. - peguei as suas malas e coloquei no carrinho junto a minha e a da Dulce. Fizemos o check-in e fomos para a sala de embarque. Minutos depois o vôo foi anunciado. Entramos no avião. Cecília ficou com a janela, Dulce no meio e eu no corredor.

Dulce: Ceci, troca de lugar comigo? Quero ir na janela.

Cecília: Claro meu amor. - e assim Cecília fez. E ficou no meio.

A aeromoça deu as instruções e logo o avião decolou.

Dulce: Eu estou mega animada com as férias. Vai ser de mais. E vamos parecer que somos uma família - disse animada.

Gustavo: Vai com calma minha filha. Você tem uma mãe. Que é insuportável mas é sua mãe.

Cecília: É Dulce. Eu só sou a namorada do seu pai.

Namorada. Essa palavra soou tão agradável em sua boca. Por um momento me fez pensar que tudo fosse verdade. Que não estávamos vivendo uma farsa. Que minha filha não estava sendo enganada. Mas a realidade não é essa. Cecília não é minha namorada. Ela só está comigo por causa de um contrato. Por uma farsa para que eu feche um grande negócio. E pra tornar tudo mais complicado minha filha também está sendo enganada.

Dulce: São namorados. Mas quando casar vai ser parte da família ué. - disse com toda a sua inocência. Um nó surgiu em minha garganta sem poder contar toda a verdade para ela. A Dulce é muito pequena não entenderia a verdade, por isso optei em dizer que estamos namorando.

Teriamos que encarar algumas horas de vôo. E na metade da viagem Dulce e Cecília já haviam pegado no sono. A cabeça da minha filha repousava sobre o corpo de Cecília, poderia inclinar a poltrona dela e ajeita-la na mesma, mas tive que ficar imóvel pois Cecília havia apoiado a sua cabeça em meu ombro. Virei meu rosto e pude sentir o cheiro de seus cabelos, ver o seu rosto que estava sereno em um sono tranquilo, a sua respiração estava leve. Cecília fica gata até dormindo. Quem diria a estagiária de óculos quadrados cabelos sempre amarrado em um coque e roupas largas sem cor escondia um mulherão desses. Cecília é dona de um rosto incrível e olhos lindos, um azul incrível. Admirava o seu rosto e vejo seus olhos abrir lentamente.

Não Era Para Ser AssimOnde histórias criam vida. Descubra agora