Não Era Para Ser Assim

Como é que é?

Gustavo narrando:

A semana passou triste, vazia e estressante. Pra completar a Nicole entrou com um processo pra rever a guarda da Dulce. Isso tem me deixado ainda mais estressado. O que me deixou aliviado e saber que Cecília voltou para a empresa. Como eu sei disso? A Fabiana, nova secretária do Cris me ligou dizendo. Infelizmente não pude ir pra lá. Cá estou eu no fórum tentando resolver sobre a guarda da minha filha. Mas foi em vão o juiz marcou uma nova audição. Mais uma vez a guarda vai a julgamento.
Meu Deus! Tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo. A Ceci foi embora. Agora corro o risco  de perder a guarda da minha filha. Quero tirar forças pra suportar tudo isso.
Não me aguentei em voltar para a empresa. Fui pra casa, precisava ficar perto da minha princesa.

— Papi! — minha pequena correu em minha direção me arrancando um sorriso enorme.

— Oi meu amor — dei um beijo em sua testa. — como você está?

— Triste. Muito triste. Eu não quero morar com a mamãe — disse com voz de choro.

— Você não vai meu amor. Vai ficar comigo. — apertei o seu corpo no junto ao meu.

— Com você e com a Cecília — deu um sorriso fraco e logo se entristeceu de novo. — Quando ela volta? Eu estou com saudades.

— Meu amor — me sentei no sofá com ela em meu colo — o papai não sabe. A Cecília está triste com o papai. E pra ela voltar ela tem que me perdoar.

— Mas então porque você não pede perdão logo?

— O papai tentou minha filha. Mas a Ceci não quer me ouvir.

— Adultos são tão complicados — suspirou frustrada — eu vou te dar uma ajudinha papai.

— Nada disso. Você vai ficar fora disso. Isso é assunto de adultos.

— Por que adultos adoram falar isso? — disse cruzando seus bracinhos.

— Porque como você mesmo disse. Somos muito complicados.

— Muito complicados... — revirou os olhinhos.

Minha filha segurou a minha mão e disse.

— Me promete que vai trazer ela de volta pra gente. O lugar dela é aqui. Com a gente — disse com voz de choro.

— É o que o papai mais quer minha filha. É o que mais quero — abracei o seu corpinho.

[...]
Cecília Narrando:

Pensei que o dia de hoje seria mais complicado. Voltar a empresa me deu um certo desconforto. Pensei que veria o Gustavo. Mas não o vi. Por um lado foi bom. Eu não saberia qual seria minha reação.
Já estava no elevador pronta para ir embora quando um voz pediu que eu o segurasse.

— Segura o elevador — Pude ver a Fabiana me pedir. Logo ela entrou. — Ufa! Achei que não daria tempo.

— Sorte sua que escutei.

— Obrigada! — disse se ajeitando. — E ai, como foi seu dia?

— Como todos os outros dias na empresa — disse apertando o botão do térreo — Bem cansativo.

— Notei que mal saiu de sua sala.

— Muito trabalho acumulado.

— Liguei para o big Boos  — me olhou de rabo de olho.

— Por que o chama assim?

— Porque é o que ele é. Grande chefe. Oh como é grande! — disse exaltada, arqueei minha sobrancelha e ela se recompôs — Com todo respeito Cecília.