Que jogo?

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Cecília Narrando:

Agora sim as coisas ficaram Claras. Tomei uma posição diante a situação. Deixei bem claro para o Gustavo sobre como as coisas vão ser a partir de agora. Mas eu preciso ser mais firme. Eu preciso tomar as rédeas da situação. Gustavo que procurou isso. Temos um contrato que precisa ser respeitado. Foi assinado!

A noite passou tranquila. O resto dela quer dizer. E pela manhã fiz uma ligação para o escritório, como Gustavo havia pedido, eu precisava que o Cristóvão mandasse por e-mail alguns gráficos lucrativos. Fiz a ligação e como de costume passaria pela secretária primeiro. Então fui atendida por Verônica.

— Ah! É você? — disse ao reconhecer a minha voz.

— Ficou surpresa querida? — ironizei —  Claro que sou eu! Passe pro Cristóvão por favor.

— Você está feliz né Cecília? Conseguiu o que queria.

— Do que você está falando Verônica?

— Da sua cara de pau de ter roubado o Gustavo de mim. — Verônica alterou a voz

— Ei! Vai abaixando esse tom de voz aí! E pelo que eu saiba não roubei ninguém de ninguém.

— Não seja cínica Cecília. Você sabe muito bem que Gustavo e eu estávamos juntos. Você mesmo viu.

— Oh! Querida. Você falou certo. Estava! Já não está mais.

— Isso não vai ficar assim Cecília — falava entre os dentes — não deveria ter tirado o Gustavo de mim. Vai me pagar por isso.

— Olha aqui sua vadia, eu não tenho medo de você. E não tenho a menor culpa de que o Gustavo encontrou alguém bem melhor do que você. Sua oferecida! Agora passa para o Cristóvão. O meu assunto é com ele e não com você.

— Você acha mesmo que vai ficar com o Gustavo né? Se você ainda não entendeu. Ele não é pro seu bico. Gustavo só quer curtir com a sua…. — nesse momento uma mão tomou o celular de minha mão.

— Oi Verônica! Se não percebeu você está sendo paga pra fazer o seu trabalho, e ele nesse exato momento é transferir a ligação para o Cristóvão. Ah! Tem mais uma coisinha. A Cecília é bem melhor do que você. Tchau oferecida. — Gustavo passou o telefone para mim tive que me conter para não rir. Verônica teve o que merecia. Mas a vontade era imensa. Peguei o telefone retomando a ligação. Por um momento pensei que Verônica ainda estivesse na linha. Mas não, a ligação já foi transferida pro Cristóvão. E como era o meu dever conversei com ele tudo que precisava e sobre os relatórios que ele teria que mandar para o e-mail. Logo em seguida encerrei a chamada.

Peguei o macbook para conferir o e-mail, sentei na cama e fiquei analisando a caixa de entrada. Mas em minha visão periférica notei que Gustavo olhava para mim.

— Isso não te cansa não? — disse sem ao menos tirar os olhos da tela.

— Cansar de que? Eu não tô fazendo nada.

— Você não para de me olhar Gustavo. Isso está me incomodando.

— Por que? — perguntou

— “Por que” o quê? Seja mais claro por favor.

— Porque você está se comportando como se não existisse nada entre a gente.

— Mas não existe Gustavo. Ah! Quer dizer. Existe sim. E se chama CONTRATO.

— Para de olhar para esse computador e presta atenção em mim. — disse fechando a tela. — quando isso se tornou um jogo?

— Que jogo? — perguntei o encarando.

Não Era Para Ser AssimOnde histórias criam vida. Descubra agora