Nada nessa vida é para sempre

1.6K 69 83
                                    

Gustavo narrando:

Fomos o resto do trajeto em silêncio.  Pensei que conseguiria ignorar a Cecília, mas é  impossível! O amor que sinto por ela é tão grande,ainda mais agora que o André  está por perto eu preciso protegê-la. Esse homem não vai encostar em minha mulher.

Estacionei o carro e fomos para dentro de casa.

- E  aí? Vai deixar eu te ajudar? - perguntei

- Posso fazer isso sozinha. - disse orgulhosa.

- Eu sei que pode. Acredito na sua capacidade e esforço. Mas, se eu te ajudar, recuperará o atraso em ter que refazer boa parte do trabalho.

- Está bem. Eu deixo - suspirou, deixando-se por vencida.

- Posso dar uma olhada no que já fez? - pergunto, e ela me entrega o trabalho.

Fiquei por um bom tempo lendo seu trabalho. Cecília é  muito dedicada no que faz, em pensar que algum dia eu a chamei de incompetente. Seu esforço, e dedicação  fizeram ela chegar aonde chegou. Li por mais um tempo,não consegui encontrar erros, de fato, a entendo porque ficou tão nervosa. Mas sei o que o orientador viu nela. Ele viu que Cecília pode ir além do que já foi. Entendi o percurso que ela deveria seguir no trabalho. Olhei com bastante atenção para ela.

- Você vai tirar isso aqui de letra! É  "mamão  com açúcar" pra você.

- Foi muito trabalhoso chegar onde cheguei pra ter que refazer tudo de novo. - irou-se ao cruzar  os braços.

- Ei nervosinha! Não está tão  difícil assim. A sua tese é  boa, você tem que defender ela. A única coisa que seu orientador quer é,  te desafiar. Eu sei como é, já  passei por isso.

- Isso é  tão cansativo Gustavo! - suspirou.

- Sei que é, esse trabalho é  um terror! Mas, não deve ser tão temido por você  assim.

- Se eu não for bem nesse trabalho, serão  quatro anos da minha vida jogados foras. Um estágio,  que foi um martírio, e agora esse trabalho de conclusão.

- Me desculpa se fiz da sua vida um inferno.

- Fez mesmo seu idiota! - as bochechas vermelhas já demonstrava sinal de raiva. - Você exigiu muito de mim naquela empresa.

- Ainda exijo - cruzei meus braços na altura do peito. - Você não tem noção do quanto é  inteligente. Uma simples estagiária, que faz coisas que muitos, que com anos de experiência  não faz. Logico que quero o melhor para a minha empresa, por isso deixo tudo em suas mãos.

- Obrigada por tantos elogios. - disse de modo irônico. - O meu salário poderia ser maior também né? Já que, eu trabalho tanto.

- Ei! Quando eu te paguei mal? - digo de modo descontraído

- hum..... - ponderou - É  verdade,  recebo muito bem pelo que eu faço. Tenho um salário de administradora, e não de estagiária.

- Viu só  como você ganha bem? E eu nunca te vi esbanjando esse dinheiro, Sempre se vestiu de modo simples e nenhuma  maquiagem.

- Econômia Senhor Gustavo! Sei muito bem como devo gastar meu dinheiro, e não com futilidade.

- Se cuidar não é  ser fútil Cecília,  Você nunca gostou disso.

- Mas, primeiro vem as prioridades. - Disse sarcástica.  - Estou juntando as economias., quero ajudar a minha irmã  a realizar seu sonho. Quando mais economizo,  mais perto do seu sonho eu estarei. A minha irmã fez tanto por mim - disse  com ternura ao mencionar a irmã.

- Você está certa! Se temos um sonho, temos que abrir mão de algo que não seja essencial.

- Verdade.

- Mas vem cá? Compartilha desse sonho comigo. - a incentivei.

- Já mencionei com você alguma vez, Fátima e eu sonhamos com o nosso próprio  negócio, o nosso restaurante.  Fátima como chefe e eu na administração.

- Hum.. - pensei - Você  quer ter seu próprio negócio, e me abandonar? É  isso mesmo?

- Nada nessa vida é  pra sempre Gustavo, uma hora, ou outra vou embora da empresa. O estágio  já está quase chegando ao fim.

- Posso te efetivar, assim você  nunca vai embora.

- Quem disse que não quero ir embora? A minha intenção  nunca foi ficar para sempre. Nunca questionei  o aumento repentino do meu salário, além do mais merecia ele. Mas, foi com esse aumento que me deu mais forças para economizar.

- Mas não é  necessário você deixar a empresa. Ceci, você  não pode me abandonar.

- Você está sendo um egoísta Gustavo. Você tem que se alegrar com o sucesso dos seus funcionários, além do mais eu quero ser minha própria chefe. Chega de ser pau mandado.

- Você não vai sair da empresa tão fácil assim, não vai Ceci. - O nervosismo já me consumia. A ideia de saber que Cecília está preste a sair da empresa, não me agrada. Ela não pode me deixar na mão.

- Você não é  meu dono Gustavo! Não manda em mim. Pode logo baixando sua bola, não nascemos grudados um no outro.

- Mas nascemos  um para o outro. VOCÊ NÃO VAI ME DEIXAR! EU NÃO PERMITIREI.

- EU TENHO DIREITO SE DECIDO FICAR OU NÃO!

- NÃO GRITA COMIGO CECÍLIA!

- VOCÊ QUEM COMEÇOU! deveria se alegrar com meu sucesso.  - disse se contendo.

- EU sei . - Me acalmei. Tive que admitir. Cecília luta de mais pra ter seu lugar. - Só  me assusto com a ideia de não te ver lá  mais.

- Você  percebeu que moramos na mesma casa? Você notou que eu aceitei oficializar nosso casamento?

- Me desculpa, fui um completo egoísta. - nesse momento o constrangimento era grande.

- E foi mesmo! Sei que nossa convivência  não está muito boa mas, temos que nos esforçar,  principalmente por Dulce Maria. Eu não a quero ver sofrer, A nossa menina não merece isso. Não se esqueça que estou fazendo tudo isso por ela.

- Só por ela, Quando vai ser por nós? - perguntei pegando em sua mão mas, Cecília se afastou.

- Não tem mais nós. O nosso "Nós " acabou quando você, resolveu me trair.

- Eu não fiz isso!. Eu.. Eu te amo! - digo pegando em suas mãos e olhando em seus olhos.

- Você  diz isso para todas Gustavo. - disse se afastando de mim me virando as costas.

- Um dia você vai perceber que, meu amor por você é verdadeiro - a abraçei por trás

- Papi, Ceci! - Um foguetinho de cabelos dourados entrou na sala.

- Oi mocinha - a peguei em meu colo - como foi na casa da amiguinha?

- Foi bem legal! O irmãozinho dela é  muito fofinho - disse apertando suas próprias bochechas. - Quando vamos escrever a carta para Deus é pedir o nosso?

- Ainda não é hora mocinha - Cecília disse se aproximando - pra escrever essa carta leva tempo. 

- Meu Deus! Os adultos são tão complicados. - disse revirando os olhos - Quer saber? Vocês estão enrolando de mais, vou conversar direto com Deus, esse negócio de carta vai demorar muito. 

- Não se apresse Dulce Maria. Tudo tem seu tempo - à adverti 

Se bem que ter um filho com a Cecília não é uma má ideia. Mas, as coisas para o nosso lado não estão indo bem, mas tenho fé que tudo entre a gente vai se resolver.

- Papai, podemos jantar fora hoje? - Dulce perguntou eufórica

- Eu adoraria.  Você topa Cecília?

- Exelente  ideia. Vou adorar jantar com vocês.

- Yupeeee !!!!

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Jul 16, 2020 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

Não Era Para Ser AssimOnde histórias criam vida. Descubra agora