Eu posso explicar

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Cecília Narrando:
Estavamos nos encarando. Nosso olhos falavam entre sim. E em minha mente só passava coisas do tipo. Como um ogro feito o Gustavo estava me mostrando um cara tão atencioso e protetor? Como aquela raiva do dia dia sumira do seus olhos, dando espaço a um olhar mais calmo e intenso. De repente vejo ele se inclinado em minha direção, seu olhos que antes estava olhando os meus, agora olhava para meus lábios. Perco um pouco o foco, quando volto a realidade seus lábios estavam sobre os meus. Ele está me beijando? É isso mesmo? No início tento não corresponder, mas era inevitável, seus lábios tinham um gosto embriagante, quando vejo já estou rendia aquele beijo. E que beijo! O homem tem pegada. Nossos labios se moviam como se conhecessem a anos, nossas línguas dançavam como se estivessem bailando sob a chuva, estávamos tão envolvidos que perder o ar era a única coisa que não queríamos. Mas por fim, não teve jeito. Os pulmões já pediam por oxigênio, nos soltamos. Em um breve momento olho para ele e em fim volto a realidade. Isso não era pra ter acontecido. Saio do carro correndo e entro em casa. Vejo minha irmã, a Fátima, sentada no sofá. A moça se assusta com a expressão que estava em meu rosto.

Fátima: O que foi mana? Aconteceu alguma coisa? Você se machucou?

Cecília: Na...não é nada não. Só me assustei com os relâmpagos.

Fátima: Você está toda molhada. Vai já pro banho.

Cecília: Devemos respeitar os mais velhos né. Vou já pro banho e depois tenho que terminar o trabalho da facul.
E assim eu fiz. Tomei uma ducha rápida, comi alguma coisa e fui engolir os livros. Logo me disperso pensando o maldito beijo, ou seria bendito beijo? Ah! Sei lá. Só sei que o beijo não sai da minha cabeça. Como pôde um homão daqueles me beijar? Ele tão gato e despojado, e eu aqui, desengonçada e mal arrumada. Acho que ele se aproveitou de mim. Não passou disso. Cretino.

Gustavo Narrando:
Cheguei em casa fui direto para o banho, afim de espantar a friagem que estava em meu corpo. Não parava de pensar no ocorrido. Meu Deus! Eu beijei a estagiária! Isso foi um erro, apesar do beijo ter sido inesquecível. Poderia repetir a segunda dose. O que? O que eu estou pensando? Ela é só uma funcionária, apesar de isso nunca ter me impedido de catar uma, meu rolo com a Verônica, a secretária, é prova disso. Mas a Cecília, isso não tem sentido, a moça mal sabe se vestir, sem contar que passamos a maioria do tempo brigando. Ela não tem cara de que é pra ficar, e sim um compromisso mais sério. Mas eu me pergunto. Por que a vontade louca de beijá-la? Eu não consegui controlar meu desejo. Fico martelando esse acontecido em minha cabeça e logo adormeço.

Cecília Narrando:
No dia seguinte acordei com uma dor de cabeça enorme. Logo tomei um analgésico um banho relaxante me vesti mais uma vez em minhas roupas cinzas, um rabo de cavalo na cabeça e fui para faculdade apresentar o trabalho. A manhã passou voando e hoje eu chegaria na empresa na parte da tarde. E assim eu fiu. Cheguei no prédio com o pensamento de como eu iria encarar o Gustavo. Aquele beijo foi um erro. Foi bom, mas foi um erro. Logo chego no andar do escritório e uma das funcionárias veio ao meu encontro, dizendo que o senhor Lários queria me encontrar. Meu Deus! E agora? Como eu vou encará-lo depois de ontem? Respiro fundo e vou até sua sala. Bato na porta, mas sem resposta. Bato novamente e resolvo entrar. "MERDA" Falei tão alto que os pombinhos escutou. Sim, os pombinhos mesmo, eu entro na sala e vejo Gustavo aos garros com Verônica. Eu já desconfiava desse caso. Mas nunca imaginei que acontecia dentro da empresa.

Gustavo: Cecília? - O mesmo olhou para mim com cara de espanto.

Cecília: É sou eu mesma. Volto depois vejo que está ocupado. - depois da cena que eu vi, vejo que o beijo de ontem foi insignificante para ele. Ou seja eu só fui mais uma.

Gustavo: Eu posso explicar - vejo nervosismo em sua fala.

Cecília: O Senhor não me deve explicações. Com licença. - me retiro daquela sala com os olhos vermelhos de raiva. Ele me fez de idiota.

Guatavo Narrando:
O dia amanheceu, e lá fui eu pra empresa. Eu não sabia como eu iria encarar a Cecília depois de onde. A sorte que hoje ela iria trabalhar na parte da tarde, então eu teria tempo de pensar em algo. Chego na empresa vou pra minha sala e começo a ler e revisar alguns papéis. Meu Deus! A Cecília faz isso com tanta habilidade. Ela é incrível. Já não vejo a hora de vê-la na empresa Merda! Estou pensando nela de novo. Mas aquele beijo não sai da minha cabeça, aqueles lábios tão convidativos. Eu preciso esquecer esse beijo. Foi um erro e eu tenho plena certeza que nunca mais vai se repetir. De repents ouço uma batida na porta e autorizo sua entrada. É a Verônica.

Verônica: O Cristóvão pediu pra te trazer esses papéis - me entrega a pasta. - ele quer que você os assine agora para que eu os leve de uma vez.

Gustavo: Obrigado Verônica. - abro a pasta e analiso o documento.

Verônica: E o nosso jantar? Está de pé?

Gustavo: Com toda certeza - digo sem olhar para ela, concentrado naqueles documentos.

Verônica: Eu já estou mega ansiosa pra ficarmos juntinhos - diz se aproximando e sentando em meu colo.

Gustavo: Verônica, Você sabe que aqui não

Verônica: Só um beijinho Gu. Ninguém vai ver. - diz passando a mão em meu rosto. - Nesse momento eu já estava achando uma boa ideia. Era uma oportunidade de beijá-la e assim esquecer o beijo que dei na Cecília. De repente junto nos lábios em um beijo voraz. Logo em seguida escuto uma voz "Merda", pude reconhecer e fiquei espantado ao vê-la ali.

Gustavo: Cecília!

Cecília: É sou eu mesma. Volto depois vejo que está ocupado. - vejo em seu rosto uma expressão de desgosto.

Guatavo: Eu posso explicar. - digo nervoso

Cecília: O Senhor não me deve explicações. Com licença. - a mesma se retira com os olhos lacrimejamento.

Verônica: Ué! O que deu nela?

Gustavo: Não é da sua conta. Tome esses papéis e já pode se retirar. - entrego a ela os documentos assinados.

Verônica: E se ela contar para alguém Gustavo?

Gustavo: A Cecília não é um tipo de mulher que faz fofocas Verônica - digo esboçando irritação.

Verônica: Se você tem tanta certeza assim eu me retiro então.

Gustavo: É melhor. Preciso ficar sozinho.
Continua...

Não Era Para Ser AssimOnde histórias criam vida. Descubra agora