Cadê a sua competência?

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Cecília Narrando:

Meu dia mal começou e já foi turbulento. A princípio Nicole e Gustavo haviam se trancaram na sala do chefe, ouviaram-se gritos por todo o prédio. Toda vez que a megera aparece aqui é discussão e gritaria. Logo a louca sai da sala, indo embora puxando a menina pelo braço. Pronto! Meu chefe já estava estressado, já vi que vai descontar toda a sua frustração em alguém. Só espero que não seja em mim.

Gustavo: Santos, em minha sala agora! - falou ríspido. Pronto! Falei tarde de mais. Já sobrou pra mim. Respiro fundo e vou pra sua sala.

Cecília: Aqui estou, Senhor Lários.

Gustavo: Cadê a sua competência? Preciso das planilhas que pedi para serem revisadas. Seu dever aqui é acatar as minhas ordens. - O projeto de gente em minha frente já estava aos gritos comigo, minhas bochechas já estavam vermelhas e pude sentir meus olhos arderem de raiva. Mas como não sou de levar desaforos pra casa começo a retrucar.

Cecília: Olha aqui Senhor Porto, Pode ir abaixando esse seu tom de voz aí. Eu não tenho a menor culpa da sua querida ex esposa vir até aqui dar o chilique de sempre. E incompetente é a sua... quer saber, eu não vou xingar a sua mãe ou sei lá quem da sua família. - Nesse momento já pude ver seus olhos ficarem ainda mais arregalados, sua pupilas já estavam dilatadas de raiva. A única coisa que eu queria era jogar ainda mais tudo que estava entalado em minha garganta, mas neste momento ele já havia me interrompido

Gustavo: Mas que petulância! Olha lá como se fala comigo. Eu sou seu chefe.

Cecília: Isso não te da o direito de falar comigo como bem entende. Eu exijo respeito. Você está aí todo estressadinho, por algo com que eu nem tenho haver. Agora vem jogar toda a sua frustração em mim? Eu não sou a Nicole. Se foi aquela maluca que te deixou assim a culpa não é minha. - nesse momento o cara em minha frente já ficava sem argumentos. Me olhando fixamente, eu ainda podia sentir a frustração em seus olhos. Mas eu não aguentava mais. Era muita pressão. Gustavo toda vez vinha com a mesma arrogância, e tudo isso sobrava para mim. Parece que adora discutir comigo. Já havia um pouco mais de um ano que eu estava em sua empresa, falta apenas alguns meses para o estágio acabar, eu não poderia deixar rolar pro ralo abaixo esses meses todos vividos aguentando a sua arrogância, seus insultos e xingamentos. Eu necessito desse emprego para poder ganhar o meu certificado. Afinal já são quase quatro anos engolindo livros encarando professores insuportáveis para então ser formada em Administração. Eu estava a ponto de pedir demissão e largar tudo. Mas foi preciso engolir o meu orgulho e permanecer nesse lugar.

Cecília: Você precisa tratar melhor as pessoas que convive com você. E pra sua informação as planilhas já estão prontas. Da próxima vez me pede com mais educação. Senão aqui eu não fico mais! - saio de sua sala batendo a porta.

Gustavo Narrando:

Mais um dia eu discuti com a minha estagiária. Tudo isso começou por causa da Nicole. Mas uma vez aquela mulher entrou em minha empresa me dizendo como devo ser pai. Detalhe ser pai pra ela é só enchê-la de dinheiro, brigamos por mais uma vez a Dulce Maria ter vindo se queixar comigo que a mãe não a dar importância, minha filha também tem me julgado bastante, ultimamente não estou tendo tempo para ela. A minha empresa está passando por grandes mudanças. Um grande investimento está por vir. Dulce tem ficado mais com a mãe do que comigo. A três anos que havia me separado da Nicole. Todos já sabem o motivo. Isso foi frustrante para um homem. Desde a separação Dulce foi morar com a mãe, e a nossa relação foi se distanciando. E minha filha tem reclamado comigo sobre isso. A frustração maior de Dulce Maria, foi me dizer que a mãe a deixa mais com a babá, vive mais fora de casa, sai todas as noites. Minha filha não está sendo criada pelos país, e sim por por sua babá. Por isso hoje aproveitei que Nicole veio até aqui me pedir dinheiro, como sempre. Aproveite e comuniquei a ele que estou entrando com pedido de guarda da minha filha. Como sempre a loira deu um maior chilique. Claro que ela não quer ficar sem Dulce Maria, a pensão da menina dá pra sustentar uma creche. A megera não aguentaria ficar sem esse dinheiro todo. E por esse motivo nossa briga foi feia. Joguei tantas coisas na cara dela que saiu daqui bufando de raiva. Meu sangue subiu para minha cabeça. Havia perdido o controle mais uma vez, chamei a Senhorita Santos até minha sala, houve mais uma grande discussão. Fiquei tão cego de raiva que acabei falando coisas que não se encaixa na moça, pois realmente a Cecília é competente, e muito dedicada no que faz é uma das melhores funcionária dessa empresa. Mas o que mais faço é discutir com ela, não sei porque isso acontece. Mas uma vez nós discutimos e a moça saiu da minha sala batendo o pé com sua bravura. Acho que preciso me desculpar. O que eu tô dizendo? Perdir desculpa para uma funcionária? Jamais!

Não Era Para Ser AssimOnde histórias criam vida. Descubra agora