Essa não!

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Cecília Narrando:

Depois da longa conversa que tive com Fabiana foi difícil voltar a trabalhar. A minha cabeça parecia que tinha um mundo dentro dela de tão pesada. É muita coisa para refletir. Muita coisa pra pensar. Eu sinto muito por tudo que Fabiana passou. A Verônica foi capaz de arruinar com a própria Prima. Ela é realmente um pessoa que não presta. Disso eu nunca duvidei. Sempre foi oferecida. Mas também não consigo tirar a culpa do Gustavo, pelo tempo que trabalho aqui eu já conheço muito bem sua fama então é difícil acreditar que ele foi o inocente no meio de tudo isso. Ele já teve um caso com Verônica.
A cabeça gira. Gira com tanta informação. Eu quero pensar na felicidade da minha menina. O Gustavo pode ser o maior cretino do mundo. Mas é um super pai também. A Dulce é feliz do lado dele, realmente o melhor para a menina é ficar com o pai, Nicole não tem capacidade de criar a pequena. Sem contar que está querendo levar ela para longe, longe de mim e de todos.
Eu quero pensar na Dulce. No bem estar da pequena. Mas não consigo esquecer e nem perdoar a cachorrada que o Gustavo fez.
...
Não Foi fácil terminar o dia de trabalho. Mas um dia passou e eu não vi o Gustavo. Evitei o máximo o nosso encontro. Antes de sair da empresa procurei por Fabiana. Gosto da companhia daquela maluca e uma carona iria cair bem. Mas, ela já havia ido embora.
Minha cabeça estava explodindo de dor. Entrei no elevador e fechei meus olhos massageando minha têmpora e nesse momento pude sentir alguém entrar no elevador.
Abri meus olhos e vi. Vi a pessoa que tenho evitado esse tempo todo.
Gustavo! Ele mesmo. Parado bem na minha frente. Tenho evitado o reencontro. E por esse motivo evitei contato visual. Olhei para o painel apertando o botão do térreo. Não quero falar. Não quero discutir. Estou cansada de mais para isso. O melhor que fiz foi ignorar.

— Dulce sente sua falta. — disse sem me olhar.

— É. Eu sei. Sinto o mesmo. — digo com meus olhos atendo ao painel do elevador apertando o botão do térreo.

— E eu também sinto sua falta. — disso em sussurro mas, pude ouvir claramente.

O olhei por de canto do olho. Exitando em responder. O Gustavo está diferente. Seu semblante estava triste e cansado. Parecia tão vulnerável.

Mas, de repente... A luz do painel se apagou e tudo ficou escuro. O elevador travou comigo e o Gustavo dentro. Merda! Isso são horas de estregar?

— Essa não! — digo exasperada.

— Calma. Tudo vai se resolver. — disse apertando o botão de emergência.

— Essa não foi uma boa hora pra ficar presa do elevador. — digo nervosa.

— Claro. Você tem fugido de mim. — disse irônico.

— Sem ironias por favor — digo apertando o botão de emergência freneticamente. — eu quero sair daqui.

— Não precisa ficar estérica. Eu não vou te atacar. Sei que não quer mais saber de mim. Pelo menos essa é uma boa oportunidade de você me ouvir.

— Eu não quero saber. Não quero saber — digo tapando meus ouvidos.

— Deixa de ser cabeça​ dura caramba! — disse alterado.

— Não fala assim comigo. — deixei meu corpo escorrer pela parede do elevador me sentando no chão. Percebi que o Gustavo também se sentou. O elevador estava bem escuro.

— Eu só quero que você me escute. Me deixa eu te explicar — desta vez disse de forma calma. — Tudo não passou de manipulação da Verônica. Ela queria insistir em algo que já não existia mais. A Verônica não queria aceitar que o amor da minha vida é você.

— Eu já não acredito mais nesse papinho seu — disse enxugando uma lágrima solitária.

— Acredita em mim Cecília!

Não Era Para Ser AssimOnde histórias criam vida. Descubra agora