A Feia e a Fera - Parte 1

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— Alteza? Posso servir seu desjejum? — chamei ao adentrar a rica Biblioteca Real, onde o Rei Adam estava a trabalhar.

Mas o Rei Fera como é conhecido por todos, não se dignou a responder seu chamado.

— Alteza? — nada ele respondeu.

Vocês devem está perguntando quem é essa doida que fica repetindo Alteza, Alteza, Alteza e nunca é respondida, né? Pois vou me apresentar, por enquanto o Rei me deixa esperando sua resposta.

Chamo-me Bella Montevidéu, tenho 22 anos e sou a mais nova serviçal do soberano. — Sim sou uma empregada doméstica e com orgulho, porque todo trabalho é digno —. Hoje pela manhã Magareth, minha amiga que também trabalha no palácio, chegou bem cedo a minha humilde casa, chamando-me.

— Bella, Bella, Bella. — Os galos ainda nem tinham cantado, mas eu já estava acordada. Sempre fui uma mulher trabalhadora, perdi meu pai aos 13 anos e me vi forçada a desde cedo a trabalhar para os nobres do Reino de Encantia, para manter minha família.

Atualmente encontrava-me desempregada e ao mesmo tempo desesperada, claro que estava desesperada porque estava desempregada né?

Também quem é que não fica assim quando ver suas contas chegarem e não ter dinheiro para pagar? O meu antigo emprego era uma porcaria, não ganhava muito, porem o pouco que ganhava dava para suprir minha família, que é composta de quatro irmãos mais novos e uma mãe adoentada.

Era a empregada na casa do Conde de Balltimor. Eles já foram bem ricos, hoje em dia eles vivem de fachada, mal podiam me pagar. A cobra da esposa do conde, inventou não sei de onde, que eu estava flertando com seu marido e me colocou para fora de sua casa.

— Eu quero você fora de minha casa agora. — Ela chegou gritando vindo para cima de mim, querendo me bater, eu não entendia nada.

— O que aconteceu condessa.

— O que aconteceu? Você sua feiosa, que não sabe onde é seu lugar e fica flertando com meu marido.

Eu chorei de raiva. Primeiro que eu não estava flertando coisa nenhuma com aquele porco do conde e segundo eu sou uma mulher muito feia e nunca nenhum homem mostrou qualquer sentimento por mim. A condessa vim com esses pensamento me deixou deveras irritada.

Não sou nenhuma beldade, sou dona de uma pele branca como a neve, mas que era manchada pela ação do sol, meus cabelos são loiros e encaracolados, mas estavam sem vida e quebradiços, pois não tenho muito tempo para cuida-los. Meus olhos era o que eu tinha de mais bonito, são de um verde esmeralda que transmitia todos os meus sentimentos. Meu corpo também não ajudava muito, pois tenho uma cintura avantajada.

E terceiro eu dependia daquela emprego e quarto eu sai humilhada. Uma coisa que aprendi com minha mãe é sempre ser uma mulher respeitosa, sem uma mancha na reputação.

Minha irmã mais nova está de casamento marcado e essa mancha no minha reputação pode vim a dar problema, pois nossos vizinhos são muito mexeriqueiros, amam falar de todos, se chegar aos ouvidos deles o motivo da minha demissão eu perdida, fora que eu não teria dinheiro para pagar o vestido na costureira.

Na solidão da noite eu chorei e pedi misericórdia a Deus, pois sabia que apenas ele poderia me ajudar, como em outras vezes que ele tinha suprido minha família.

Então quando Margareth me fez a proposta para trabalhar com empregada pessoal do Rei, eu não pensei duas vezes.

— Você aceita mesmo, Bella?

— Claro que aceito.

— Mas você sabe que o Rei....

Claro que conhecia a fama do Rei Fera. É de conhecimento para todos os súditos de Encantia, o quanto o Rei ficou recluso desde a morte de seus familiares. O desconhecido sempre traz medo ao ser humano e todos do Reino temiam ao soberano, seu rosto era uma incógnita, mas seu humor ou falta procede em todo o reino.

E agora estou eu aqui em frente a sua biblioteca, maravilhosa diga-se de passagem, pois reunia os mais caros, raros, delicados livros de todo Reino. Meus olhos brilhavam encarando aquela biblioteca, meus dedos coçavam por poder pegar um livros daqueles, abri-lo e cheira-lo. Sei que pode parecer loucura mais eu amo o cheiro que exala deles.

Claro que eu nunca poderia ler qualquer um dos livros pertencentes ali, eram proibidos e exclusivos do Rei Fera.

— Alteza? Posso servir seu desjejum? — Falei novamente, mas ele nem se dignou a olhar em minha direção.

"O que eu faço?" Entro e simplesmente coloco a bandeja que esta super pesado por esta sortida com: com pães, leite, sucos, bolos, doces, frutas, entre outras coisas, em cima de sua mesa?

Olhar aquela bandeja fez-me lembrar que não tinha tido tempo de comer qualquer coisa antes de sair de casa e ficar vendo aquela comida que alimentaria toda minha família sendo trago para apenas um homem. Era uma pena.

— Alte...te..te..za..za..za — dessa vez dei uma gaguejada, pois já estava envergonhada pela situação constrangedora ali.

— Sim .... Pode — sua voz saiu como um sussurro áspero, mas ao mesmo forte e cálido, sua voz me fez sentir um frio inexplicável por meu corpo.

Lentamente comecei a caminhar até a mesa, com muito medo de derrubar a bandeja, pois a mesma estava deveras pesada. Lembrei do aviso de Margareth:

— Nunca em hipótese alguma Bella, olhe o rosto do soberano.

E assim abaixou seus olhos, ao colocar a bandeja na mesa.

Após servi-lo fiquei parada em sua frente esperando que ele me dispensasse, mas ele não proferiu nenhuma ordem e minha curiosidade foi aumentando.

Lentamente sem nem ao menos perceber levantei meus olhos e fiquei frente a frente com o soberano, seus olhos me encaravam de volta, com uma cara não muito boa, seu rosto tinha uma cicatriz que tomava todo o lado direito, o que me fez tomar um susto bem grande, seguido de um grito estridente vindo do soberano.

— Saia, saia ... — e assim saí correndo imediatamente da biblioteca.

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