As Linguagens do Amor - Parte 2

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No dia seguinte amanheci disposta, me arrumei, tomei café da manhã e fui em direção à rodoviária pegar o ônibus para a minha cidade natal, depois de 4 horas de viagem e mais vinte minutos de táxi cheguei à minha casa.

Assim que abri a porta, pois eu ainda tenho a chave, e meus pais me viram, pulei nos braços deles e os abracei bem apertado para matar a saudade. Depois de muitos beijos e abraços, perguntei por meus irmãos ao que fui informada que eles estavam na casa dos coleguinhas de escola. Fui então ajudar minha mãe a terminar de preparar o almoço e meu pai foi para a sala assistir televisão esperando tudo ficar pronto.

Quando meus irmãos chegaram foi aquela festa também, nos abraçamos e beijamos. Somos muito unidos, mesmo com a diferença de idade existente entre nós, nunca ficamos com raiva um do outro por muito tempo, é claro que brigamos às vezes, afinal todo irmão briga um com o outro, mas nós nunca demoramos a fazer as pazes.

Almoçamos, todos arrumamos a cozinha e após, sentamos na sala para assistir televisão e conversarmos. Á noite, fomos ao cinema e depois a uma pizzaria. Gosto de aproveitar esses momentos que tenho com minha família, então toda vez que venho pra cá nós nos divertimos muito, pois sempre vou embora no domingo depois do almoço por causa da longa distância de uma cidade a outra.

No domingo levantamos cedo, fomos à praia, almoçamos em um restaurante em frente a ela e depois de aproveitar bastante com eles, peguei o ônibus de volta à Jeri.

Assim que cheguei, por volta de 17h00min, avisei aos meus pais para que não ficassem preocupados, desfiz as malas, tomei um banho, lanchei e resolvi passear um pouco indo ao parque da cidade. Coloquei um vestido florido soltinho e sapatilhas pretas, fiz um rabo de cavalo em meu cabelo, coloquei um brinco pequenino e passei um batom claro nos lábios. Quando cheguei ao parque me sentei em um banquinho em frente ao lago e fiquei admirando a bela paisagem que se encontrava à minha frente. Gosto de respirar ar puro, observar o céu, os pássaros, a natureza, as pessoas andando, conversando, me faz bem, me traz alegria, gosto das coisas simples dessa vida, mas que são essenciais para todos nós.

Estava tão distraída que quando vi tinha alguém chamando meu nome, assim que olhei para o lado vi uma de minhas alunas correndo em minha direção. Abri os braços para recebê-la, ela é uma das meninas mais tímidas em sala de aula, mas é uma fofa e muito carinhosa.

- Tia Clys, que saudade de você – Veio se jogando em meus braços e me dando um abraço apertado. Já tinha alguns dias que ela não ia à aula, pois estava doente e sua mãe me avisou o motivo das faltas.

- Mel como você está? Melhorou florzinha? – A abracei e passei as mãos em seus longos cabelos pretos.

- Estou melhor tia Clys, meus pais falaram que amanhã eu já irei para a aula. Estava com saudade da senhora e dos meus coleguinhas. Tia Clys, esse é meu tio Enri – falou indicando para a pessoa atrás dela que eu ainda não tinha percebido. Quando levantei meus olhos vi o Enrico materializado a minha frente, me olhando com seus profundos olhos da cor do céu.

- Que surpresa boa te encontrar aqui Clys, é muito bom te ver novamente – diz com aquele sorriso lindo nos lábios.

- Pois é, resolvi vir passear um pouco, aproveitar o ar puro nesse finalzinho de tarde – respondi também com um sorriso e já começando a ficar vermelha com a intensidade do seu olhar no meu.

- Vocês se conhecem tia Clys e tio Enri? – perguntou a fofa da Mel.

- Sim meu amor, nós nos esbarramos na sexta-feira quando eu estava falando com seu pai no telefone – ele explicou para ela.

- Ata. A tia Clys é muito legal, ela é minha professora preferida, e é muito bonita não é mesmo tio? - falou a pequena criança, me fazendo ficar mais vermelha ainda.

- É sim meu amor, muito linda – ele confirmou com seu sorriso encantador e seus intensos olhos azuis me fitando.

- Tio, eu posso brincar no pula-pula? – Mel perguntou para o Enrico. No parque onde estávamos havia alguns brinquedos para a criançada aproveitar.

- Pode sim querida, mas toma cuidado tá bom?

- Tá bom – ela respondeu, me deu mais um abraço e um beijo, fez o mesmo com o Enrico e depois saiu correndo para o pula-pula.

Ele sentou-se ao meu lado no banco e ficamos observando-a interagir com as outras crianças do local. Mel é uma menina muito meiga, carinhosa, linda e apesar de tímida, quando ela conhece bem uma pessoa acaba se soltando e fazendo amizades.

- Como esse mundo é pequeno, quem imaginaria que você é professora da minha sobrinha? – disse Enrico me encarando e sorrindo.

- Pois é, dou aula para essa princesa, sempre muito carinhosa comigo – respondi, dando um sorriso também.

- A Mel é um doce de criança.

Continuamos conversando, falamos de tudo um pouco. É engraçado que sempre fui muito tímida, mas com ele o assunto flui. Ele me contou um pouco mais sobre sua família, que vieram ao Brasil antes dele há um ano, e que nesse período ele não pôde vir, tendo que continuar na Itália, mas que decidiu largar tudo e vir morar aqui também, e que já está amando a cidade, me disse que também é professor e que já até conseguiu um emprego aqui.

Ele que é filho de uma brasileira com um italiano já tinha vindo ao país antes para visitar os avós por parte de mãe, por isso ele é fluente no português. Falou que ama a família, mas que nunca quis assumir a empresa dos pais, que sempre gostou de conversar e que lecionar para ele foi algo espontâneo, que sempre quis fazer. Conversamos bastante, sempre de olho na pequena Mel.

Quando vi já estava anoitecendo e tivemos que nos despedir. Trocamos número de telefone e ele me convidou para sair com ele, irmos ao cinema e nos conhecermos mais. Aceitei e marcamos para sábado, ele ficou de me buscar em casa. Assim, me despedi dele e da Mel com um abraço e um beijo no rosto.

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