Senti um leve afago em meus cabelos. Abri os olhos e me deparei com as mais lindas e expressivas ires castanhas. Seu pequeno sorriso amornou meu coração, seria um sonho? Acho que sim, e eu não queria acordar mais.
— Não queria te acordar, volte a dormir... – continuou com o delicioso carinho.
Afirmei já fechando os olhos, e realmente dormi sem receio.
***
Trim... trim... trim...
Escuto meu despertador soar.
Levanto por hábito, já fazendo o mesmo percurso. Chaleira no fogo e corro para o banheiro. Após todo o ritual, sigo para o andar de baixo, e pego os utensílios de limpeza. Faço tudo no automático até que percebo a figura intimidante a minha frente.
— Bom dia! Dormiu bem? – pergunta, me olhando intensamente meu rosto.
— É... Dormi, e você? – retribuo a gentileza, ruborizando até a alma.
— Digamos que minha noite foi produtiva – falou, mas não entendi o que ele quis dizer com aquilo.
— Vamos tomar café, preciso te mostrar algumas coisas – veio em minha direção e plantou um beijo em minha testa.
Não ousei me movimentar. Então ele retirou os objetos de limpeza de minha mão e me puxou rumo a saída da escola. Passei por dona Consuelo na recepção que apenas me lançou um sorriso e uma piscadela. Isso só fez meu estômago embrulhar ainda mais.
— Prefiro não voltar aquele restaurante – confesso lembrando-me da cena que aconteceu no dia anterior.
Ele me olha e para o carro. Desce e segue para o lado do carona, no qual eu estou. Abre a porta e me oferece a mão. Observo seu gesto tentando entender o que ele pretende fazer, mas mesmo com receio aceito e pego sua mão. Ele me conduz até a entrada de uma pequena lanchonete, que me fez querer enfrentar o restaurante.
— É melhor eu esperar você no carro – digo parando no meio da calçada. Ele estudou meu rosto por um momento.
— Por que não quer entrar? – contei-lhe que trabalhei naquele local por um tempo, e narrei brevemente o que aconteceu.
— Pois agora é que vamos entrar – disse incisivo – Ele não pode te ameaçar para não pagar seus direitos.
Puxou-me para dentro do estabelecimento e sentamos próximo do balcão. Quando o homem me viu sua fisionomia mudou e veio logo me questionar:
— O faz aqui? Eu te avisei para não voltar mais! Saia ou chamo a polícia, eu não vou te pagar nada – queria sair urgente dali. Tentei me levantar, mas Bernardo me segurou.
— Ela não vai a lugar algum. E você tem contas a acertar com ela – disse assumindo seu porte de advogado.
— E quem você pensa que é para se meter nesse assunto – falou esbravejando.
— Sou advogado dela, e adivinhe, só sairemos daqui depois que você acertar tudo que deve a ela ou a encontrará diante de um juiz. O que prefere? – o homem perdeu a cor.
— Ela é quem vai ser presa, não fui eu quem matou um homem – meu coração gelou com a declaração dele.
— Ela não matou ninguém, o único a temer a lei aqui é você – inquiriu fazendo-me olha-lo assustada.
— Ela me contou tudo... – tentou argumentar.
— Ela estava errada, o homem está bem vivo e preso – olhou para mim – Esse é um dos assuntos que quero tratar com você.
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Um Presente Especial
Cerita PendekNesse fim de ano, além de mim, você terá, pelo menos, um amigo secreto que irá participar, seja ele na família, no colégio, na universidade ou no trabalho. Certo? Existem amigos secretos de vários tipos hoje em dia. Alguns tiram o nome na hora e o p...