Flawless

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4. Flawless

Manhattan - Estacionamento do Drugs - 2015

Definitivamente não quero morrer nas mãos de um louco!

Percebo todos entrando em seus carros e antes deu enfim entrar no meu dou uma olhada para o Justin e o mesmo me fita com um sorrisinho no rosto!

Droga!

Será que minha cara de surpresa foi tão nítida e notória assim?

Balanço a cabeça novamente afastando os pensamentos e entro no carro, coloco o cinto e respiro fundo tentando não surtar com o que acabará de saber. Seguro com tanta força no volante que sinto minha mão arder, frouxo um pouco e dou um soco no volante o que não foi uma boa ideia, já que agora minha mão está a latejar por conta da dor.

Vejo as mulheres praticamente nuas andarem para os meios das filas entre uma fileira de carro e outra e flashes de quando era eu acenando para o começo das corridas passaram em minha mente, sorri com aquilo e foquei em me concentrar na moça. Ela ergue uma placa em cores verde, vermelho e amarelo no alto da cabeça e aperta em um botão ao lado, primeiro a luz verde se acende e ouço o ronco dos motores dos carros ao meu lado, a cor amarela brilha fortemente e piso no acelerador ouvindo então o ronco do motor do meu carro, a platéia conta até 5 e então a luz verde se acende, todos começam a gritar e isso me da uma certa emoção a mais, quando finalmente todas as luzes da placa se acendem e a moça baixa a placa e vira-se para frente, vejo que é nossa deixa.

Piso fundo no acelerador e troco de marcha a cada 8 minutos, um intervalo razoável para o motor do carro não sobrecarregar e o mesmo parar no meio da pista. Percebo que alguns dos carros estão logo atrás, o barulho alto dos gritos das pessoas se misturam aos barulhos dos pneus fritando no chão, sinto meu coração parar ao ver a curva fechada a minha frente, reduzo rapidamente a velocidade e troco a marcha, viro o volante com tudo ao sentir os pneus sambarem um pouco na pista lisa e dou graças a Deus pelos pneus não estarem tão carecas.

Percebo meu carro passar a minha frente em uma velocidade animal e sorriu comigo mesma, penso o quão otário aquele cara foi ao liberar a pressão aerodinâmica agora, tão cedo!

Acelero novamente e passo a marcha, olho fixamente para o grande letreiro em vermelho a minha frente escrito: CHEGADA; ativo todos os pinos extras e por fim líbero a pressão aerodinâmica. Dou um tranco razoável para trás e em menos de 2 minutos passo de meu carro e ultrapasso a linha de chegada, afundo o pé no acelerador e dou uma rabiada com o carro, fazendo com que o mesmo desse um cavalo de pal ao parar.

Fecho os olhos sentindo meu coração batendo tão forte quanto da última vez em que corri, respiro fundo tentando normalizar minha respiração e assim vou conseguindo aos poucos, abro os olhos novamente e percebo algumas pessoas em volta do carro, gritando e vibrando, sorri orgulhosa e ergui as mãos vibrando animada, não só por ter vencido, mas por ter recuperado meu bebê de volta.

Saiu do carro e algumas pessoas fazem um "toca aqui" comigo, como se eu fosse o mano deles ou algo parecido, vejo a Zoe e a Suzie e sorri para elas, as duas me abraçam e senti um conforto maravilhoso, desfizemos o abraço e as duas suspiraram aliviadas, sorri com aquilo e as apertei mais uma vez.

- Aqui. - o cara se aproxima de e me estende a chave do carro.

- Obrigada! - sorri cínica e ele me olha com uma cara de poucos amigos e sorri satisfeita.

- Porra! - ouvi o grito do Ryan e virei para ele. - Você é definitivamente a nossa melhor corredora! - ele esbraveja orgulhoso e assenti.

- Obrigada Ryan, achei que nunca fosse admitir isso. - mordi a parte inferior do lábio e ele sorriu.

- É por isso que eu não digo com frequência, ego é em ponto de explodir! - ele diz e arqueio uma das sobrancelhas.

- Não seja tolo. - lhe dou um soco no ombro e ele ri de lado.

New York, Brooklyn - Boate Cardi - 2015, 02hr53am

- É Adri, podemos conversar um pouco? - Ryan brota ao meu lado e assenti.

- Claro. - sorri para ele e virei para as meninas. - Eu vou ali com o Ryan, já volto. - gritei para elas e as duas assentiram.

Ryan começou a andar em direção a escada de emergências e mesmo estranhando o acompanhei sem questionar nada. Já fazem umas duas horas desde que saímos do galpão e viemos para uma boate conhecida pelo Ryan, para comemorarmos a minha vitoria e a minha reconquista. Aqui tudo é meio estranho, é uma boate completamente diferente das que eu já frequentei, as estripes aqui não precisam serem pagas pelos otários para saírem desfilando por aí com os peitos de fora e até mais. O cheio desse lugar não é só maconha, tem mais, tem bem mais odor de drogas aqui do que imagino, o lugar todo é muito suspeito, as pessoas que frequentam este tipo de ambiente normalmente são pessoas jovens, a procura de encher a cara, pegar mulher e passar por isso, mas as pessoas aqui não são todas jovens, tem alguns velhos estranhos, com um olhar superior, uma postura arrogante e isso me incômoda um tanto, admito.

- Adrienne? - sinto as mãos do Ryan em meus ombros e o encaro assustada.

- O que foi? Porque estamos aqui? - olho ao redor e percebo o lugar calmo, o som não da para ser ouvido daqui e isso é ótimo.

- Calma, te trouxe aqui porque quero conversar. - ele diz e suspirei, relaxei os ombros e sorri.

- Ah, desculpa. - novamente morde os lábios. Droga de movimentos involuntários! - Então, do que se trata? - pergunto.

Olho ao redor e dou de ombros, desço um degrau da escada e sento, encosto as costas na parede e tombo minha cabeça para trás, fecho os olhos agradecendo mentalmente ao Ryan por ter me trazido para um lugar que da para sentar, descansar as pernas um pouco sabe. Abro os olhos novamente e vejo o Ryan ao meu lado, também sentado, sorri e me ajeitei um pouco.

- Pode falar. - lhe incentivo a dizer o que quer que seja e ele assentiu.

- Estou gostando de você! - diz ele, sem nenhum rodeio, ou conversa paralela ou qualquer coisa do tipo.

To be continued...

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