Miss You

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7. Miss You

New York, Manhattan — Upper West Side — Home - 2015

Olho ao redor e vejo o semblante de preocupação estampada no rosto de meu pai, sinto as lágrimas molharem meu rosto e ele me puxa para um abraço, rodeio meus braços em volta de seu pescoço e o aperto, soluços ecoam pelo quarto e suas mãos sobem e descem em minhas costas numa tentativa desesperada em tentar me acalmar.

—  Pai, eu... eu... — não consigo completar a frase.

— Shiu! — meu pai meche em meus cabelos. — Não precisa dizer nada Mia, tá tudo bem, já passou. — ele diz calmo.

Fecho os olhos e partes do sonho passam diante de meus olhos, fazendo com que eu os abra rapidamente. Meu pai me afasta aos poucos e me olha nos olhos, engulo em seco e ele coloca uma mecha de meu cabelo atrás da orelha.

— Vá molhar o rosto. — ele diz e assenti.

Levanto da cama e vou para o banheiro, encosto-me a pia e me olho no espelho. 

"O que deu em você, Adrienne?"

Lavo meu rosto e volto para o quarto, meu pai está em pé próximo à janela, sento na cama e ele vira-se para mim.

— Está melhor? — ele pergunta preocupado e assenti.

— Está tudo bem. — forcei meu melhor sorriso. - Desculpa ter acordado o senhor. — olho para meus dedos e ouço seus passos em direção à cama.

— Está tudo bem filha. — ele diz. - Agora vá dormir, você precisa. — ele me da um beijo na testa e sai do quarto em seguida.

Suspiro e olho ao redor, tudo tão estranhamente quieto. Levanto e vou até a janela, abro a mesma e observo a rua, algumas pessoas vagando pelas calçadas, olham constantemente para trás para se prevenirem em não estarem sendo seguidas, o latido alto do cachorro da vizinha me fez da um pulo, quase caiu da janela por conta do susto.

— Cachorro maldito! — esbravejo entre dentes e reviro os olhos.

O toque de mensagem do meu celular faz com que eu volte minha atenção ao quarto, vejo o mesmo acender algumas vezes e logo em seguida o celular fica quieto. Vou até a beirada da cama e sento na mesma, pego o celular na mesinha de cabeceira e desbloqueio o mesmo, abro o aplicativo de mensagem e vejo que tem mensagem do Ryan, abro a mesma:

"Adri, passei seu número para o Justin, espero que não se importe. — Dom, 10/07/2015, recebida ás 02h35min".

"Quê?! Como assim você passou meu número pro Bieber, Ryan?! — Dom, 10/07/2015, enviada ás 02h40min".

"É Adrienne, ele pediu e eu passei. Não fica chateada comigo, por favor. — Dom, - 10/07/2015, recebida ás 02h40min".

"Certo, tudo bem. Mas diz, sabe o porquê ele pediu meu número? — Dom, 10/07/2015, enviada ás 02h41min".

"Ele disse que precisava falar com você sobre os rachas e F.B. I alguma coisa assim, não entendi muito bem. — Dom, 10/07/2015, recebida ás 20h41min".

"Okay, obrigada Ryan! E peço desculpas por ter saído da festa sem avisar. — Dom, 10/07/2015, enviada ás 20h42min".

"Tudo bem... — Dom, 10/07/2015, recebida ás 02h55min".

Coloco o celular de volta na mesinha de cabeceira e deito na cama, olho para o teto e vejo as estrelinhas brilhando, sorri comigo mesma e lembranças de quando as coisas eram "normais" rodaram um pouco minha mente.

☆☆ FLASH BACK ☆☆

New York, Queens, Home - August 21th, 2006 (Monday), | 09h55min/am

— Adrienne, aconteceu alguma coisa? — a doce voz de Spencer, mãe de Adrienne, soa no quarto da garota tirando a mesma dos pensamentos voltados aos pesadelos da noite passada.

— Ah... eu não sei mamãe, eu sonhei com um homem estranho, ele me batia e mexia comigo, ele dizia coisas ruins para mim, coisas feias. — a garotinha diz, seu semblante é tristonho, lágrimas se formam em seus olhos e em poucos minutos molham seu rosto, Spencer se aproxima da garota e senta na cama ao seu lado.

— E que homem era esse, filha? — Spencer pergunta, temendo pela resposta da filha.

— Eu não lembro bem mamãe, ele parecia muito com o papai, mas eu não tenho muita certeza. — Adrienne diz confusa.

Spencer olha para frente e foca sua atenção ao nada, ela suspira com pesar e amaldiçoa o marido mentalmente por ter feito tamanha crueldade com sua filha. Sem nem perceber, lágrimas molham o rosto de Spencer, fazendo com que sua filha a olhe preocupada e ainda mais confusa.

— O que houve mamãe? — Adrienne pergunta. A garotinha fica de pé diante a mãe e limpa seu rosto, olha no fundo de seus olhos e sorri.

Spencer não diz nada, apenas a puxa para seus braços a envolvendo em um abraço quentinho e aconchegante.

— Tenho um presente para você! — Spencer indaga depois de alguns minutos em silêncio.

Adrienne se afasta da mãe e a olha com um brilho contagiante no olhar, Spencer levanta-se e caminha para fora do quarto e depois de algum tempo volta com um saquinho na mão.

— Aqui filha! — ela balança a bolsa e a garotinha pula entusiasmada.

— O que é mamãe? O que é? — Adrienne pergunta tomada pela curiosidade e euforia.

— São estrelas filhas, iremos cola-las no teto e sempre que estive escuro, elas brilharam e mostraram a você que não tem porque ter medo do escuro! — Spencer sorri ao ver o belo sorriso no rosto de sua garotinha e da um longo e cansado suspiro ao lembrar-se do que acabará de saber em relação à filha e seu marido.

Ás duas colam as estrelas no teto e ao terminar, Adrienne desce da cama e corre até o interruptor da luz, desligando a mesma, em seguida fecha as janelas e puxa as cortinas, tentando deixar o quarto mais escuro possível.

Adrienne voltou para cama e deitou sobre a mesma, Spencer deitou-se a seu lado e deu a mão a pequena garota, as duas se olharam por alguns minutos e um sorriso ingênuo e inocente se desenhou no rosto da garotinha, que logo olhou para o teto e se surpreendeu ao ver as estrelinhas que acabará de colar, brilharem, não tão forte como queria por ainda está claro em seu quarto, mas o que importava para ela é que elas estavam a brilhar e sua mãe não havia mentido ao dizer que não tinha motivos para temer ao escuro.

☆☆ FLASH BACK OFF ☆☆

To be continued...

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