SEVEN | FUCK YOU

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Saímos na hora programada. Os irmãos explicaram que a nossa viagem até o distrito seria de, mais ou menos, três dias. Durante a maior parte do tempo da caminhada, eles guiaram os recrutas juntos ao Carter, davam instruções e conselhos sobre as diversas maneiras de nos camuflarmos e nos protegermos.

- Parem! – Ayla ordenou e se agachou atrás de alguns veículos quebrados, todos nós a imitamos. Estávamos perto de uma cidade pequena, e eu só soube disso por causa de uma placa enferrujada que dava boas-vindas no início da rodovia.

- O que aconteceu? – Margot sussurrou ao meu lado, mas eu não a respondi porque também não sabia.

Determinada a entender a nossa situação, eu levantei um pouco a minha cabeça para ter uma visão mais ampla da cidade. Me assustei ao ver vários mortos andando lentamente de um lado a outro, o lugar estava empestado.

Só voltei para a minha posição quando uma mão me puxou para baixo novamente.

- Está louca? Se eles vissem você, estávamos fritos! – Aiken sussurrou em um tom de repreensão, olhei para minha mão que ele ainda segurava e ele logo a soltou.

- Precisamos de um plano – Carter sussurrou para os irmãos.

- Tudo bem – Ayla pensou em algo – Nós dois distraímos eles e vocês correm para aquela loja de conveniência – ela apontou para o posto de gasolina – encontraremos com vocês depois. Certifiquem-se de que o local todo esteja trancado e seguro até retornarmos. – Ela mandou e puxou o irmão para direção contrária.

Eles fizeram uma contagem regressiva silenciosa nos dedos e, quando terminaram, correram atirando para chamar a atenção dos mortos, que não demoraram muito para irem na direção deles. Era impressionante como eles conseguiam passar de sonâmbulos perambulando para máquinas ativas e dispostas para matar.

- Agora. Vamos. – Carter mandou e nós saímos, ainda agachados, para a loja.

Contudo, tivemos uma surpresa quando um morto apareceu na frente do grupo. Sem nem pensar no que eu estava fazendo, me levantei, saquei a minha arma e atirei na sua cabeça. Foi preciso dois tiros para acertá-lo de fato. O barulho de um dos tiros, por outro lado, foi o suficiente para atrair a atenção de outros mortos que estavam nos arredores.

- Corram! – Carter mandou e se virou para atirar nos bichos. Os recrutas saíram da formação e começaram a correr desesperados enquanto atiravam.

- Não atirem! – eu gritei quando lembrei de que os mortos só caçavam durante o dia quando escutavam ou viam algo. E com os tiros, nós iríamos atrair ainda mais deles. – Não atirem! – eu repeti, porque eles me ignoraram – O barulho só vai atrair mais – eu expliquei, guardando a minha arma e correndo para abrir as portas da loja que, por acaso, estava trancada.

- Abra logo! – Carter gritou comigo, vendo que haviam muitos mortos e estavam perto demais da gente.

- Estão trancadas, inferno! – gritei de volta e ele me encarou, então percebi que os seus olhos eram puro desespero.

Tentei raciocinar algum plano B. Se quebrássemos os vidros, não teríamos proteção. Então a porta principal estava fora de questão.

Apoiei as mãos no vidro e encaixei meus olhos nelas para vasculhar o local por dentro e ver outra alternativa. Foi então que vi uma porta que servia como uma saída de emergência. Ela era de madeira, portanto, se estivesse fechada, poderíamos arrombá-la e depois apoiar algum objeto nela para trancá-la por dentro.

- Tem uma porta nos fundos. Temos que dar a volta. – Eu avisei para o Carter.

- Ouviram ela, vão para os fundos – ele mandou e a equipe tentou se mover, mas nos primeiros passos, ouvimos um grito agudo. Christine havia sido pega por um deles.

Ninka Baker e Os RecrutasOnde histórias criam vida. Descubra agora