FIFTY FIVE | PERSECUTION - PART I

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Toda a felicidade de estarmos indo para o Bunker evaporou quando as coisas começaram a dar errado.

Estávamos no carro, que usamos anteriormente para virmos até a capital, indo em direção ao sul quando recebemos uma chamada de rádio.

N-B? — Ayla perguntou do banco da frente, sem entender a mensagem por causa da interferência.

Ela tinha usado a gasolina da sua moto para por no carro, por isso estava vindo com a gente.

A-ção, N-ka B-er, P-go — a voz disse a mesma frase novamente, mas só entendemos algumas letras.

— Desliga isso, provavelmente é alguém brincando com um rádio transmissor — Aiken supôs.

Então algo dentro da minha cabeça acendeu e eu finalmente reconheci a voz entrecortada do rádio.

— ESPERA! — gritei ao ver a Ayla esticar a mão até o eletrônico e me pus em seguida entre os dois bancos da frente — É o Carter!

— O quê? — Ayla perguntou confusa.

Shhh! Escuta! — eu apontei para o rádio.

A-en-ão, Nin-a B-ker, P-igo — a voz disse novamente e então o rádio começou a chiar, como se o sinal tivesse sido derrubado.

— O que diabos isso quer dizer? — Ayla perguntou para mim e eu demorei um tempo até juntar as duas frases.

Arregalei os olhos.

— Atenção, Ninka Baker, Perigo — desvendei o mistério.

— Nós ou eles? — Ayla quis saber, parecendo preocupada.

— Nós — Aiken concluiu e logo nos explicou o motivo, olhando pelo retrovisor — Tem dois carros nos seguindo desde que saímos da Capital, no começo achei que estivessem indo em direção a Casa ou que estivessem perdidos, mas já passamos da entrada da nossa cidade e eles estão se mantendo afastados porque acham que não os notamos.

Ao falar isso, eu e Ayla olhamos para trás e percebemos que estávamos de fato sendo seguidos.

— Ainda estamos na metade do caminho, o que faremos? — perguntei, tentando não soar desesperada.

— Vamos ver o que eles querem — Aiken sorriu e pisou no acelerador, fazendo o carro dar um solavanco e começar a levantar areia ao correr.

Não demorou muito para que os carros atrás da gente acelerassem. Quando pensaram que estávamos fugindo, as janelas e portas foram abertas, revelando guardas do Distrito com armas sofisticadas apontadas em nossa direção. Então eles começaram a atirar.

Merda! — Aiken esbravejou, fazendo zigue e zague com o carro para as balas não atingirem a gente.

— Que brilhante ideia, gênio — Ayla debochou irritada, carregando a espingarda que estava no carro.

Um dos tiros quebrou a pequena janela da traseira e atravessou o pára-brisas, o que me fez gritar e agachar porque a bala passou muito perto de mim.

— Agora já sabemos o que eles querem: nos matar! — Ayla disse alterada e colocou o corpo para fora do carro pela janela, se posicionando para atirar contra os guardas que ficavam cada vez mais perto da gente — Argh! — a escutei reclamar e, quando a garota se pôs de novo dentro do carro, entendi o motivo.

Ayla havia sido baleada. A loira tinha uma careta de dor enquanto pressionava a mão no próprio ombro.

Porra, Ayla! — Aiken socou o volante, dividindo a atenção entre a irmã sangrando ao seu lado e a estrada cheia de buracos.

— Me dá isso — eu peguei a espingarda do colo da Ayla e posicionei o seu cano na janela quebrada traseira.

Me ajoelhei no banco de trás e fechei o meu olho esquerdo, mirando e esperando o momento exato. Quando o Aiken conseguiu estabilizar o carro e um dos veículos ficou constantemente atrás da gente, disparei. Soube que tive êxito quando o carro foi ficando cada vez mais lento até parar, o que significava que eu havia acertado o motorista.

— Menos um! — comuniquei satisfeita.

— Ela tá perdendo muito sangue, a gente precisa parar! — Aiken disse nervoso.

— Se você parar, a gente morre! — eu retruquei como se ele estivesse louco.

— E, se eu não parar, ela é quem vai morrer!

— Por Deus, nem eu morrendo vocês calam a droga da boca! — Ayla disse estressada, tentando não parecer fraca — Aiken, continua dirigindo a merda desse carro e, Ninka, você vai ter que fazer curativo em mim porque eu não consigo ver — instruiu.

— Você pode fazer isso? — Aiken me perguntou, temeroso, pelo retrovisor.

— Eu vou tentar, agora foca na estrada — eu mandei ainda mais nervosa e puxei uma alavanca que abaixou o encosto do assento da Ayla, a deitando — Okay, o que eu faço agora?

— Precisa ver se a bala atravessou — ela disse o primeiro passo.

A suspendi um pouco para conseguir enxergar e observei que a parte de trás do banco estava sem um pingo de sangue.

— Não — a respondi.

Droga — Aiken murmurou, então eu supus que aquilo era ruim.

— Não vou precisar retirar, vou? — perguntei com medo de mexer na ferida e acabar fazendo alguma besteira.

Como eu queria que a Margot estivesse aqui!

— Não — Ayla sorriu meio sonolenta, a pele pálida e a boca ficando sem cor — Só precisa estancar o sangue.

— Tudo bem — eu respirei fundo e procurei por um pedaço de pano.

Desamarrei a bandana do pescoço dela e coloquei de uma forma que rodeasse o seu ombro ao mesmo tempo que pressionasse a ferida. Amarrei com força e a vi gemer de dor antes de revirar os olhos.

— Ayla? — olhei preocupada para a garota que não respondia.

— O quê? O que foi? — Aiken perguntou preocupado.

Merda! — xinguei quando constatei que ela havia desmaiado, ela precisava ficar acordada — Vamos lá, Ayla! Colabora comigo! — comecei a dar tapinhas no seu rosto e a checar seus batimentos que estavam lentos — Acorda, Ayla! Precisa ficar acordada! — mas nada acontecia, então em uma atitude desesperada eu dei um tapa forte no seu rosto, que a fez acordar de vez — Graças a Deus! — suspirei aliviada.

Comemorei cedo demais, porque com a atenção do Aiken na Ayla, os guardas tiveram vantagem e conseguiram atirar em um dos pneus.

— AIKEN! — tentei avisar sobre o buraco que o carro cairia, mas era tarde demais.

Assim que a roda da frente tombou junto com a que havia sido baleada, o carro capotou.

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Feliz (véspera de) Natal! Rs

Feliz (véspera de) Natal! Rs

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Ninka Baker e Os RecrutasOnde histórias criam vida. Descubra agora