THIRTY FOUR | DEAD TWINS

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Botamos o plano em ação.

Eu fiquei posicionada atrás da montanha de móveis que estava no corredor, segurando uma caixa de fósforos. Ao meu lado, Ayla e Carter estavam com seus revólveres em mãos. E, atrás da porta, estava Aiken atiçando ainda mais os mortos que estavam do outro lado prontos para nos estraçalharem.

— PRONTOS? — ele gritou para nós, causando ainda mais impacto nos mortos que queriam entrar a qualquer custo.

Respirei fundo e me concentrei nas minhas mãos trêmulas. Peguei um dos únicos três fósforos que tinha dentro da caixa e o risquei, fazendo o mesmo acender.

— AGORA — eu disse enquanto jogava o fósforo na pilha de móveis encharcados de uísque.

Enquanto o fogo se alastrava, Aiken retirava a barra de ferro que segurava a porta. Ele correu até nós com mortos bem atrás dele. Quando um ia lhe alcançando, Ayla deu o seu primeiro tiro. Carter logo a acompanhou e assim começou a série de disparos. Acendi outro fósforo e o joguei no lixo na minha frente que estava cheio de papel.

Assim que Aiken conseguiu passar para o nosso lado, eu chutei a lixeira em chamas para onde ainda tinha uma pilha de livros, que logo pegou fogo e completou a barreira que nos afastava dos mortos.

— Temos alguns segundos até que eles descubram que conseguem passar — Ayla disse recuando alguns passos — E a minha munição acabou!

— A minha também — Carter disse e jogou o revólver na cabeça de um morto.

— Então corram! — eu disse o óbvio e comecei a correr na frente, subindo as escadas de emergência.

Os gêmeos e Carter vieram logo atrás de mim e, assim que atravessamos a porta de emergência, Amon a fechou por fora. Karl disparou um tiro contra a maçaneta, a quebrando e trancando os mortos lá dentro.

— Aqui! — Victoria jogou a mochila de Carter para ele e Margot jogou a minha para mim. As colocamos em nossas costas, nos equipando.

— Eu conheço uma saída! — Ayla saiu na frente, guiando o grupo para fora daquele inferno em forma de shopping.

(...)

Estava de noite e esquisito, mas, como Aiken havia prometido, a cidade da qual ele falou não era longe. Muito pelo contrário, só precisamos andar por alguns minutos até alcançá-la.

O lugar era cheio de edifícios, apesar da grande maioria estar destruída. E, diferentemente das outras cidades pelas quais passamos, aquela era movimentada.

— Nossa — Victoria murmurou impressionada.

— Quanta gente! — Margot disse, olhando ao nosso redor.

Ela estava certa. Passavam várias pessoas ao nosso lado, de um lugar a outro, todas elas vestidas de uma maneira estranha, quase como Ayla e Aiken.

Os gêmeos sorriram por termos nos impressionado tão fácil.

— Não se admirem se forem saqueados enquanto andam, estão no meio de grandes ladrões — Aiken avisou, fazendo com que todos nós instantaneamente segurássemos nossas mochilas com força.

— Aonde nós estamos? — eu perguntei curiosa sobre o lugar.

— Chamamos de casa — Ayla foi quem respondeu — É pra onde todos os andarilhos retornam depois de meses de caminhada.

Assenti.

— Vamos! Eu sei de um lugar onde podemos passar a noite — Aiken começou a caminhar, fazendo o grupo inteiro se deslocar atrás dele.

Senti alguém puxar o meu braço, olhei assustada para minha mão e me deparei com uma criança que havia tentado, sem sucesso, roubar a minha pulseira prateada.

— Ei! — o meu chamado fez com que o menino sujo corresse entre as pessoas e sumisse.

— O que foi? — Carter perguntou ao meu lado quando viu que eu havia parado de andar.

— Um garotinho tentou me assaltar — disse, embasbacada.

— Seu namorado nos trouxe para um ótimo lugar — ele debochou, voltando a andar.

— Ele não é meu namorado — revirei os olhos, o acompanhando.

Os gêmeos nos levaram para um dos prédios e, quando nós entramos no hall dele, fomos recebidos por uma multidão que dançava ao som de alguma música eletrônica que fazia o chão tremer. As luzes piscavam e saía algum gás do teto, as pessoas estavam pintadas com algo fluorescente que fazia minha vista doer.

— TAMPEM OS NARIZES E SEGUREM-SE UNS NOS OUTROS — Aiken instruiu, precisando gritar para sua voz se sobressair ao som alto, então ele serpenteou entre a multidão com uma bandana no nariz.

Fizemos o que ele disse.

Puxei a gola da minha camisa e a coloquei em cima do meu nariz, o protegendo. Segurei na mão de Margot atrás de mim, que segurou na mão de Victoria, que segurou na mão do Amon, que segurou na mão do Karl. Segurei a mão do Carter na minha frente, que segurava no ombro de Ayla que não precisava se segurar no irmão para segui-lo.

Com muita dificuldade, conseguimos passar por toda aquela gente. Aiken atravessou uma porta, revelando uma segunda parte do imenso hall, que tinha um balcão e uma mulher ruiva tatuada atrás dele, que sorriu ao nos ver.

— Ora, ora, ora. Se não são os gêmeos mortais. — se dirigiu aos nossos guias, que pareciam familiarizados com o apelido.

— Precisamos falar com o Atlas — Aiken foi direto ao ponto.

— Mas assim? Quer falar com ele sem mais, nem menos? Não vai me dar nem um beijinho de retorno, Ken? — a menina, que percebi ter piercing na sobrancelha, no nariz e na gengiva, fez biquinho.

Ken? Que intimidade era aquela?

— Ziva, não estamos aqui pra brincadeira. Chama o Atlas antes que eu perca logo a paciência. — o loiro a respondeu, frio e duro.

— Se eu fosse você, obedeceria. Você sabe o que acontece quando o meu irmão perde a paciência, não sabe? — Ayla a provocou, fazendo a mulher revirar os olhos e puxar um rádio de trás do balcão.

— Atlas? Tem visita pra você — informou pelo rádio que fez um chiado.

— Estou ocupado, Ziva — a voz do outro lado respondeu, causando outro chiado pela baixa frequência.

Aiken arrancou o rádio da mão da ruiva e apertou em um dos botões para poder falar.

— Você tem 15 segundos para chegar aqui — disse ameaçador.

— Aiken? — o homem soou surpreso do outro lado da linha.

— 10 segundos, Atlas — avisou.

Então não demorou muito para que um homem negro de cabelo e barba grisalhos aparecesse no corredor, ofegante.

— Olha só se não são os meus gêmeos mortais favoritos! — bajulou de braços abertos.

— Corta essa! — Ayla o interrompeu e saiu pelo corredor acompanhada de seu irmão, andavam como se fossem os donos do lugar, e nós os seguimos.

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Ninka Baker e Os RecrutasOnde histórias criam vida. Descubra agora