FIFTY NINE | INSANE

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Admito, o plano era insano.

E, por isso, foi tão difícil convencer à todos a concordarem com ele. Até porque, se as coisas não corressem como o planejado, eu poderia acabar como uma prisioneira ou, até mesmo, como uma morta. E os outros estariam à mercê da própria sorte.

Foi tendo ciência disso que eu segui para as escadas de emergência enquanto todos os outros desciam pela de incêndio. Atlas havia me dado um facão de cozinha, a única arma que ele tinha e eu nem sei responder o porquê.

Para que o plano desse certo, eu precisava descer até o térreo, então eu era obrigada a passar despercebida por, e a lidar com, os guardas que estavam nos corredores dos quartos.

O primeiro estava de costas para mim, parado em frente à porta da escada, o que facilitou a minha vida já que tudo o que eu precisei fazer foi tampar a sua boca e rasgar a sua garganta enquanto eu o segurava em meus braços, o deitando no chão e cravando a faca na lateral da sua cabeça.

— Eu sinto muito — disse sincera ao homem sem vida enquanto limpava a lâmina na sua farda.

Fui para o corredor e vi que em um quarto estavam quatro guardas fazendo a vistoria, provavelmente checando se eu estava escondida. Em silêncio, fechei a porta por fora e forcei a maçaneta no sentido contrário, a quebrando e os deixando presos lá dentro.

Então avistei um grupo de guardas dobrarem no corredor, o que me fez entrar no quarto vazio ao lado e fechar a porta até deixar alguns centímetros por onde eu pudesse espiar. Rezei para que eles passassem direto e, assim quando o fizeram, saí do meu esconderijo. Preocupada demais em não fazer barulho ao fechar a porta, me descuidei ao não notar um guarda saindo do quarto do lado oposto em que eu estava, me pegando desprevenida e de costas.

— PARADA! — gritou e eu escutei a trava de seu revólver, o que me fez paralisar — SOLTE A FACA E VIRE-SE LENTAMENTE — o homem mandou e eu obedeci, soltando o facão e levantando os meus braços.

Quando me virei, porém, o surpreendi ao empurrar suas mãos para cima, o que fez com que o homem atirasse automaticamente, acertando todos os tiros no teto. O empurrei contra a parede, fazendo com que ele batesse a cabeça na mesma, e chutei sua barriga com o joelho, o fazendo largar a arma. Então o apaguei ao acertar meu cotovelo com força na sua têmpora.

Entretanto, o barulho dos disparos acabou despertando a curiosidade de outros dois guardas que apareceram um no começo e o outro no final do corredor. Quando o primeiro sacou a arma em minha direção, me agachei para pegar a faca, o que fez com que o tiro disparado por ele acertasse o seu companheiro do outro lado, matando o mesmo. Me levantei com agilidade e joguei a faca com precisão em sua direção, o acertando em cheio no olho. Corri ao ter certeza de que havia mais deles vindo me encontrar.

Então finalmente cheguei no saguão, onde fiquei à vista de todos que estavam na frente do hotel.

— É A GAROTA — um guarda chamou a atenção de todos que acabaram por se virar para mim, sorri.

Era o que eu precisava.

— Soube que estavam me procurando — eu disse como quem não queria nada, andando de lado e balançando meu corpo com as mãos para trás.

— PARADA AÍ, MOCINHA! — outro guarda mandou, se juntando aos outros que tinham suas armas apontadas enquanto andavam em minha direção.

— O que disse? Dar uma voltinha? — brinquei, sabendo que estava testando a paciência deles.

Os guardas que estavam nos outros andares apareceram no corredor ao meu lado, o que me fez seguir para a próxima parte do plano.

— EU MANDEI PARAR! MAIS UM PASSO E EU MANDO ATIRAREM! — o homem mandou.

Ninka Baker e Os RecrutasOnde histórias criam vida. Descubra agora